O direito das crianças e adolescentes à mídia de qualidade



O direito das crianças e adolescentes à mídia de qualidade


Por: Sonia das Graças Oliveira Silva


Os jovens que cresceram com os videoclips e o zapping do controle remoto vivem hoje a cultura do instantâneo, recebem uma grande quantidade de informação fragmentada e têm dificuldades em saber o que fazer com o passado e com o futuro (CANCLINI , 2004).


Existem muitas questões pairando no ar a respeito de qualidade de mídia. Afinal, quem define o que é qualidade de mídia? Educação tem a ver com televisão, rádio ou internet? É possível educar crianças e adolescentes com a ajuda dos meios de comunicação? Os pais devem controlar o que chega aos olhos, aos ouvidos e às mãos de seus filhos? Meios de comunicação ajudam ou atrapalham a educação de jovens?
Não há como negar que as mídias tenham potencial para impactar significativamente seus públicos. Atualmente, várias crianças e adolescentes estão conectados com algum meio de comunicação durante boa parte de seu tempo, mas nem sempre expostos a conteúdos que se consideram recomendáveis.
A sociedade brasileira, a mais de uma década, vem discutindo o papel da televisão e da mídia em geral e a qualidade da programação que é oferecida ao público, em particular aos jovens. Em jornais e revistas, congressos e seminários, esse tema tem sido uma grande preocupação, visto que crianças e jovens passam longas horas em frente à TV, uma de suas principais fontes de formação e informação.
É prioritário que os jovens, seus pais e educadores, bem como os produtores de mídia para essa faixa etária, desenvolvam uma visão crítica em relação ao que estão assistindo, avaliando se têm acesso a uma televisão que os represente, preserve e defenda seus direitos e também lhes proporcione possibilidade de escolha.
A maior parte dos pais nem sabem o que os filhos assistem ou o que gostam, pois estão fora de casa. Devemos nos tornar alfabetizados em mídia, aprender e avaliar as ofertas de filmes em locadoras, aprender e entender um pouco sobre publicidade, orientar as crianças quanto àquela propaganda, o porquê daquelas imagens, enfim, devemos realmente discriminar os programas e insistir no que é melhor para nossos filhos.
É necessário estudar a força que a mídia exerce atualmente, veiculando modelos estereotipados de comportamentos e conceitos sociais. Isto se torna marcante quando o objeto e o alvo das mensagens são os adolescentes.
O estágio de desenvolvimento, que a experiência humana contemporânea atingiu, poderia de alguma forma, ser atribuído à quase onipresença da mídia. Percebe-se ser quase impossível escapar à sua presença. Passou-se a depender da mídia, tanto impressa como eletrônica, para fins de entretenimento e informação, de conforto e segurança.
Se for verdade que a cultura midiática opera, sobretudo moldando costumes, valores, gostos, desejos, modos de pensar e agir, além de constatar esse fato, é preciso agir sobre ele, tendo-se, no entanto, a clareza de que a mídia por si só não tem poder para intervir na subjetividade, mas sim o uso que se faz dela. Diante disto, um caminho seria investir na formação de um público exigente e crítico, um público “alfabetizado em mídia”.
Autor: SONIA DAS GRAÇAS OLIVEIRA SILVA


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