Os pais – Como ter um remoto controle sobre a TV



Os pais – Como ter um remoto controle sobre a TV

Por: Sonia das Graças Oliveira Silva

Nos modernos tempos de globalização, em que a televisão, a internet, os videogames, são realidades presentes no cotidiano de grande parte da população, a influência destes recursos tecnológicos sobre os jovens é muito grande. Diante disso pode ser negativo deixar crianças e jovens expostos à influência absoluta dos meios de comunicação. Na afirmação de alguns estudiosos, eles podem estar correndo o risco, entre outras coisas, de se tornar espectadores passivos, sem concentração, presas fáceis da obesidade, do consumismo e até da violência, acarretando um baixo rendimento escolar, diminuição da comunicação familiar e levando até ao aumento da atividade sexual precoce.
Estes aspectos negativos podem ser evitados e combatidos com uma postura crítica e criativa dos pais, familiares e educadores. Há que se perceber que o ideal não é proibir totalmente os filhos de assistir televisão, jogar videogame ou conectar-se à internet, mas sim criar com estes adolescentes, uma relação de confiança, proximidade e cumplicidade, que possibilite, além da diminuição do tempo de exposição a tais recursos tecnológicos, um estreitamento de relações emocionais, uma troca de experiências, diálogo sobre vários assuntos, inclusive sobre os conteúdos dos programas de TV. É também uma forma dos adultos aproximarem-se mais dos jovens.
Quanto aos adultos, toda vez que posicionarem-se contra programas considerados inadequados, interagindo, boicotando, telefonando, enviando e-mails às instituições, emissoras, indústrias, exigindo adequação dos programas e ou produtos a horários e faixas etárias, eles estarão assumindo a função de cidadãos conscientes, responsáveis, críticos e ativos, e podem fazer valer seu poder de público consumidor, frente aos desafios da atualidade e, principalmente, transformarão recursos tecnológicos em aliados na formação e desenvolvimento das novas gerações. Considere-se que a presença dos pais na vida dos filhos é a melhor prevenção contra a violência, o consumismo e a desumanização. A presença, seguida do diálogo e compreensão, são meios inteligentes para educar e encontrar soluções.
Conforme Oliveira Silva (2004), em trabalho monográfico, da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), cujo tema é A Televisão e a Criança,

Devemos considerar como atitude mais adequada para os pais, saberem o que os filhos assistem pela TV e conversar com eles sobre a programação. Se forem assuntos polêmicos e que vão contra a formação dada em casa, é melhor discutir com eles sobre o que diz o programa, ou o filme. Se os pais acompanham o que os filhos assistem, têm mais condições de se aproximar do universo em que vivem seus filhos.


Segundo Hoineff (2004), “As crianças brasileiras têm cada vez mais cedo acesso ao controle remoto, geralmente longe da vista de adultos”. Esse é um dos motivos, em sua opinião, de se discutir a qualidade da programação. A TV continua sendo o principal veículo de entretenimento e de interação com o mundo, usado pelos jovens.
Muitas pessoas acham que a televisão tem, ao mesmo tempo, levado benefícios e malefícios para a formação de crianças e adolescentes. Consideram como valores positivos que a TV é uma forma de adquirir conhecimento, de socializar o acesso ao mundo digital e novas mídias, de revelar um pouco do mundo dos filhos e ser um tipo de lazer de baixo custo.
Entre os aspectos negativos citados pelos pais, estão a contribuição da televisão para substituir o sonho infantil e o mundo do faz de conta pelas ilusões adultas, como riqueza, sucesso e felicidade, a banalização do sexo e da violência, a pobreza da linguagem utilizada, a discriminação e preconceito com as pessoas, a exposição do mundo-cão, o desrespeito à ética e a valores e a ditadura do consumo como forma de interação social.
Considerando que grande parte da população vê televisão e as outras formas de comunicação, como leitura e cinema, são bem menos procuradas conclui-se que a TV é o educador hegemônico da sociedade brasileira. Diferentemente da Europa, no entanto, é majoritariamente comercial, vinculada à audiência, ao mercado e ao consumo.
Autor: SONIA DAS GRAÇAS OLIVEIRA SILVA


Artigos Relacionados


Controle Remoto

Os Desenhos E A Violência

O Comportamento Dos Pais E Sua InfluÊncia

A TelevisÃo E A CrianÇa 1

A TelevisÃo, O Merchandising E O Consumidor

Denúncia: A Professora Exploradora De Menores

Popular Sem Ser Vulgar