COMÉRCIO TEM CRESCIMENTO DE 4,4% EM 2007



Segundo apurou a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), o faturamento real do comércio varejista da Região Metropolitana de São Paulo em 2007 foi 4,4% maior do que o verificado no ano anterior, com aumento, em dezembro, de 4,6% em comparação com o mesmo mês de 2006.

Este comportamento já havia sido previsto anteriormente pela entidade.

A expansão da oferta de crédito, da estabilidade econômica e o aumento do emprego na região metropolitana de São Paulo estão entre os fatores que contribuíram para o aquecimento do comércio.

Além disso, o reflexo das vendas de Natal e o bom momento vivido pelas lojas de Materiais de Construção e Móveis e Decoração, impulsionaram o faturamento.

A expectativa é que pelo menos ao longo do primeiro semestre de 2008, permaneça a oferta de crédito em ascensão, mesmo com as recentes elevações de custos nos financiamentos que podem impedir um avanço nessas concessões nos mesmos níveis observados em 2007.

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS SETORIAIS

Lojas de Material de Construção

O setor apresentou o melhor desempenho do faturamento real apontado pela PCCV, com alta de 16% no fechamento do ano e 20,6% no comparativo com o mesmo mês de 2006. O desempenho positivo ao longo dos últimos meses é fruto da crescente oferta de crédito com taxas de juros e prazos de pagamento atrativos.

Concessionárias de Veículos

As Concessionárias de Veículos encerram 2007 com um crescimento anual de 14,3%, o segundo melhor índice do varejo. Em comparação a dezembro de 2006 o crescimento foi de 5,4%. O crescimento do setor continua sustentado pela expansão de crédito, aliado ao alongamento dos prazos e taxas de juros reduzidas para aquisição de veículos.

Lojas de Móveis e Decorações

O ano termina positivo para o setor de Móveis e Decorações, que apresentou crescimento acumulado em 2007 de 12,9%, sendo que na margem a tendência foi de aceleração, crescendo 16,3% em relação a dezembro de 2006.

Crédito farto e um mercado imobiliário aquecido na capital estão entre os fatores que influenciam este resultado, isso porque a mudança de imóvel quase sempre se traduz em troca de mobiliário, nova decoração e objetos para o lar.

Em média os produtos do setor têm preço elevado, o que reforça a tese de que é com base no crédito, e não na renda, que o segmento cresce, ao menos neste momento.

Lojas de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos

O faturamento real das Lojas de Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos cresceu 10,1% em 2007 e na comparação interanual 12,9%.

O crescimento econômico, o aumento de vagas no mercado de trabalho e o avanço do mercado de créditos estão entre os fatores que influenciaram este resultado.

Vestuário, Tecidos e Calçados

A atividade de Vestuários, Tecidos e Calçados finalizou 2007 com elevação de 7,5% em relação ao mesmo mês de 2007. No acumulado do ano a alta foi de 9,8%.

As vendas de Natal, as facilidades de crédito e alongamento de prazos são algumas das razões do fechamento positivo. Para janeiro a expectativa é que o setor continue crescendo devido às liquidações de verão.

Farmácias e Perfumarias

A oferta de crédito impulsionou as vendas neste setor, que fechou o ano com alta de 7,9% e no comparativo com o mesmo período de 2007 teve elevação de 1,8%.

O aumento no consumo de medicamentos genéricos em detrimento dos tradicionais, principalmente entre a população com menor poder aquisitivo, além de um novo mix de produtos e a variedade de produtos, também colaboram para o comércio de Farmácias e Perfumarias.

Lojas de Departamentos

Em dezembro, o setor apresentou queda de 15% na comparação com o mesmo mês do ano anterior e acumula crescimento anual de 1,4%. Além da expansão do crédito, o mix de produtos ofertados pelas Lojas de Departamentos tem impactado positivamente no faturamento.

A queda no faturamento real do setor decorre de um efeito estatístico diante da base de comparação elevada vista no ano anterior.

Além disso, a concorrência entre as lojas de departamento e as grandes lojas de outros segmentos que vendem a mesma gama de produtos é crescente, fazendo com que os grandes magazines acabam direcionando suas vendas a um público de menor poder aquisitivo, visando preços reduzidos e margens pequenas.

Supermercados

Os Supermercados contabilizaram em dezembro alta de 2,1% nas vendas, ante ao mesmo mês de 2006 - e no ano acumula queda de 1,5%.

O crescimento verificado na comparação com o mesmo mês do ano passado pode ser atribuído, em parte, a recuperação do rendimento médio real do trabalhador e à expansão da oferta de crédito.

No que diz respeito ao acumulado no ano, apesar de negativo, o faturamento real revela uma recuperação gradativa que ocorre desde abril, quando o setor registrou a maior variação negativa do ano (-7,8%).

Lojas de Autopeças e Acessórios

As lojas de Autopeças e Acessórios tiveram novamente queda nas vendas: 12,3% no contraponto ao mesmo mês do ano anterior. Em 2007, o segmento acumulou resultado negativo de 21,2%.

Os fatores para este desempenho são os mesmos dos meses anteriores: preços de produtos em quedas sucessivas, em decorrência do câmbio valorizado que facilita a entrada maciça de produtos importados - principalmente da China -, e aumento vigoroso nas vendas de veículos novos, que reduzem a demanda por peças e serviços de manutenção.

Nota Metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) é apurada mensalmente pela Fecomercio desde 1970, tendo sido atualizada periodicamente de forma a se manter moderna e adequada ao perfil do varejo. Os dados são coletados junto a cerca de 1.800 estabelecimentos comerciais na região metropolitana de São Paulo. A pesquisa tem como objetivo acompanhar e avaliar o desempenho do comércio varejista em seus vários ramos de atividade. Das informações apuradas, são gerados indicadores de faturamento nominal e faturamento real. Os dados da pesquisa auxiliam o empresário varejista na realização de investimentos, priorização de atividades, identificação de tendências do consumidor e do mercado, adequação a novos padrões, redefinição de diretrizes, alteração nos padrões de consumo, inserção no mercado, servindo, assim, como um balizador das suas atividades no curto prazo. Para a indústria auxilia no planejamento da produção, vendas e estoques, orientando a tomada de decisões estratégicas. Esta pesquisa integra a carta conjuntural da Fecomercio.
Autor: Alfredo Passos


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