EMPRESÁRIO BRASILEIRO ESPERA AUMENTO DA INFLAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS JUROS
Para o semestre, 60% acreditam na alta da inflação. O patamar é recorde desde o início da pesquisa, em 2006, para os períodos (trimestre e semestre) e é a primeira vez que a barreira de 50% é rompida.
Em 2007, para os primeiros três meses do ano, somente 27% apostavam em alta; em 2006, esse número era 38%.
O setor de serviços (68% dos empresários), no que diz respeito aos preços, é o mais pessimista, seguido pelo comércio (61%), pela indústria (59%) e pelas instituições financeiras (51%).
O empresários do Norte são os mais pessimistas sobre o aumento da inflação para o trimestre: Norte (75%), Sul (64%), Sudeste (63%), Centro-Oeste (61%) e, por último, o Nordeste (58%).
Na apuração para o 1º semestre, o setor de Serviços (64%) é o que mais aposta no aumento dos preços, novamente seguido pelo Comércio (61%), pelas Instituições Financeiras (57%) e pela Indústria (54%).
Para o semestre, a Região Norte continua liderando as expectativas sobre a evolução dos preços, com 67% de seus empresários apostando nesta direção.
A pesquisa da Serasa foi realizada de 7 a 14 de janeiro de 2008 com 1.007 executivos (presidentes, diretores e economistas-chefes) das empresas representativas dos setores da indústria, comércio, serviços e instituições financeiras do país.
A maioria dos entrevistados, 41%, aposta na manutenção da taxa SELIC no 1º trimestre e 39% na mesma tendência para o 1º semestre de 2008.
Faturamento: Comércio espera os melhores resultados no semestre
Segundo a pesquisa, 61% dos entrevistados esperam crescimento do faturamento no 1º trimestre de 2008 comparativamente ao mesmo período do ano passado. Outros 30% esperam estabilidade e apenas 9% prevêem queda.
Para o 1º trimestre deste ano, 62% dos empresários da indústria, empatados com os do setor de serviços, esperam elevação do faturamento, no comércio, 60%.
As perspectivas de crescimento do faturamento são mais evidentes nas grandes empresas, com 69% delas aguardando alta no 1º trimestre de 2007. Nas médias e nas pequenas empresas estes percentuais são 65% e 58%, respectivamente.
Para o 1º semestre de 2008, o otimismo quanto ao faturamento é maior: 72% dos empresários apostam em crescimento, 22% deles esperam estabilidade e 6% acreditam em queda do faturamento em 2008 em relação a 2007.
O setor mais otimista é o comércio, que acredita repetir um bom ano, com 75% dos entrevistados esperando aumento do faturamento no 1º semestre do ano. Indústria e Serviços, ficam empatados com 69%.
Por porte, as mais otimistas no período são as grandes e médias empresas, praticamente empatadas, com 75% e 74%, respectivamente, aguardando crescimento do faturamento em 2008 e pelas pequenas com 69%. Os empresários da Região Norte são os mais otimistas, tanto no trimestre quanto no semestre.
Lucros: Grandes empresas e o setor de serviços são os mais otimistas
Pela pesquisa, 47% dos entrevistados acreditam em elevação dos lucros no 1º trimestre de 2008, o patamar mais elevado para o período desde 2006, 40% acreditam em estabilidade dos lucros e 13% apostam em queda.
No mesmo período de 2007, 40% dos entrevistados acreditavam em aumento do lucro de sua empresa, 43% em estabilidade e 17% em queda.
Assim, na relação 1º trimestre 2008/2007, houve uma migração de parte dos que acreditavam em queda e estabilidade dos lucros para o aumento destes.
O setor de Serviços é o mais otimista quanto aos lucros neste 1º trimestre do 2008, com 50% das empresas acreditando em elevação. Em seguida, temos a Indústria e o Comércio com iguais 45%.
As perspectivas de crescimento dos lucros, no 1º trimestre de 2008, são maiores nas grandes empresas com 60% delas aguardando elevação. As médias e pequenas empresas têm 46% e 45%, respectivamente.
Para o 1º semestre de 2008, o otimismo quanto aos lucros cresce e é o melhor desde 2006. Pelo menos 58% dos empresários apostam em crescimento dos lucros para o período, 32% deles esperam estabilidade e 10% acreditam em queda dos lucros.
Os lucros no 1º semestre de 2008 devem crescer mais nas grandes empresas: 64% delas apostam no aumento dos lucros, seguidas pelas médias empresas (59%) e pequenas empresas (56%).
O setor de Serviços é o mais otimista sobre a evolução no lucro nos primeiros 6 meses do ano, com 59% de seus empresários acreditando nisso, seguido pelo Comércio e pela Indústria (ambos 57%).
Investimento: Instituições financeiras lideram investimentos
De modo geral, a expectativa é de que os investimentos cresçam tanto no 1º trimestre como no 1º semestre de 2008. Hoje, 61% das empresas entrevistadas afirmaram que estão investindo.
Para o 1º trimestre de 2008, 66% das empresas que hoje estão investindo esperam ampliar os investimentos, 29% pretendem manter o atual nível de investimentos e 5% pretendem reduzi-los.
O destaque fica com o setor de Serviços, 71% de suas empresas esperam aumentar os investimentos no 1º trimestre de 2008 em relação ao mesmo período de 2007.
Em seguida temos as Instituições Financeiras, o Comércio e a Indústria, com 64%, 63% e 62%, na mesma ordem, praticamente empatados, sobre a expectativa de aumento dos investimentos nos primeiros três meses de 2008.
Na análise por porte, 66% das pequenas empresas querem aumentar seus investimentos neste trimestre. 68% das grandes empresas e 65% das médias compartilham esta direção.
Para o semestre, 68% dos empresários responderam que planejam elevar seus investimentos, 28% deles esperam mantê-los nos patamares atuais e 4% pretendem reduzi-los.
Todos os portes estão alinhados na perspectiva de aumento dos investimentos para o seis primeiros meses de 2008: as pequenas, 67% , e as média e grande 68%.
Estoques: Ficarão estáveis
A maioria dos entrevistados da indústria e do comércio, 55%, afirmou que os estoques no 1º trimestre de 2008 ficarão estáveis. Para 23%, os estoques crescerão e 22% apostam em queda.
Para o 1º semestre de 2008, 57% das empresas acreditam que os estoques deverão ficar estáveis. O crescimento dos estoques é esperado por 24% das empresas e a diminuição deles por 19% dos entrevistados.
Indicadores macroeconômicos
PIB: Maioria acredita em crescimento
Para a maior parte das empresas (69%), o PIB crescerá em 2008 em relação ao ano passado. As médias empresas (73%) são as que mais apostam no crescimento do PIB, seguidas pelas pequenas (68%) e as grandes (67%). Nessa direção, a região Norte (77%) é a mais otimista, seguida pelas regiões Sul (71%), Sudeste (70%), Centro-Oeste (64%) e Nordeste (62%).
A expectativa em relação à taxa de câmbio do dólar frente ao real, para 63% dos entrevistados, é de queda para o 1º trimestre. Já para o semestre, 55% apostam em queda e 27% acreditam em estabilidade.
Agora passado o Carnaval, Feliz Ano Novo.
Autor: Alfredo Passos
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