Pais imperfeitos, Filhos felizes...



(Antes de ler este artigo, quero alertá-lo para o fato de que a oferta de medalhas e mantos bentos colocados à margem de meus artigos não têm minha aprovação, pelo contrário, sou totalmente contrário a este tipo de "enganação" em nome da fé, sugiro aos vendedores de mantos bentos que busquem uma forma dígna e honesta de captação de recursos, isso é imoral, desonesto e vergonhoso...)
Sempre foi um desafio para mim como Pai conseguir a abertura de meus filhos, especialmente quando chegaram à pré-adolescência. Conversando com amigos acabei descobrindo que este era um fato comum entre os Pais e em especial daqueles de minha geração e os anteriores a ela. Percebí que a maioria de nós não teve muito acesso às questões familiares, aos problemas e dificuldades, as coisas sempre eram tratadas de forma muito reservada. Éramos "poupados" da maioria das encrencas. Coisas pessoais então? Nem pensar. Não me lembro de ter conversado com meu Pai (já separado de minha mãe) sobre se ele queria se casar novamente ou se sentia falta de uma namorada... Não ousaria fazer tal pergunta, ainda que meu Pai foi um homem extremamente carinhoso e gentil, especialmente com os filhos. Tenho me determinado a ser muito mais aberto com meus filhos. Percebí que ao me mostrar vulnerável, falho e muitas vezes confuso sobre a vida estou dando aos meu filhos a oportunidade de participar e ao mesmo tempo de se sentirem "iguais e unidos" comigo. Dito e feito, passei a expressar-me nesses momentos, a perguntar-lhes sobre questões da vida, a compartilhar com eles muitas de minhas mancadas, falhas de caráter e micos de ontem e de hoje, percebí que eles se aproximaram, afinal "somos iguais ao Papai" e às vezes somos até melhores. Tenho dado a eles a segurança de minha experiência, de que geralmente terei uma resposta, um caminho, afinal já errei e já acertei mais vezes do que eles. Mas deixo sempre claro que os erros são etapas, são escalas e sem eles não se pode crescer, então, VIVA A IMPERFEIÇAO! Interessante como esta postura é produtiva, traz alívio emocional e isenta-nos da culpa (a má culpa). É importante nos colocarnmos iguais, sem no entanto perdermos a autoridade e a marca da experiência e sabedoria. Nossa imperfeição é fundamental para o desenvolvimento de nosso filhos, não os privemos disso!

Abraço a todos!

Múcio Morais
Consultor e Conferencista
Especialista e Comportamento e Desenvolvimento Humano

Este texto é parte integrante da Palestra "Pais imperfeitos, filhos felizes!
Autor: Múcio Morais


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