Estratégia para vender pamonha



“Pamonha, pamonha, pamonha...”
Quando eu morava em apartamento era muito mais fácil. Toda semana, pelo menos duas vezes, assim que o carro da pamonha apontava nas redondezas a minha já estava garantida. A um toque do interfone o Zé me poupava de descer 12 andares babando atrás desta delícia.

Agora que moro em casa a coisa complicou, e como o Zé ficou lá no condomínio acabou o luxo. Aqui o carro da pamonha só passa uma vez por semana, em horários aleatórios em ruas diferentes, e fica impossível comprar. Sem chance... Tive que dirigir até a rodovia Anhangüera para conseguir a minha.

Mas isso não ia ficar assim. Ah, não!
Um dia o carro da pamonha teria que passar na rua de casa novamente, aí ele ia ter que parar. Eu fiquei na espreita. Três semanas se passaram sem sucesso, até que um dia eu o ouvi. Imediatamente peguei o binóculo e subi na sacada para rastrear o sinal. Eureka! Ele estava a duas quadras da minha casa. Então, pronto. Mas eu não iria apenas comprar a pamonha e deixar esse homem impune. Peguei uma carona com ele até a minha casa, e quando chegamos dei-lhe uma apostila sobre qualidade no atendimento. Ficamos aproximadamente uma hora discutindo logística e traçando uma rota mais adequada para que atendesse a toda a sua clientela. O que fizemos:

-Identificamos no bairro pontos estratégicos nos quais haveria maior potencial de venda
-Estipulamos paradas de aproximadamente quinze minutos em determinados locais
-Marcamos as casas com maior potencial de compra (as que consideramos de clientes)
-Determinamos dias e horários fixos para suas passadas
É claro que não deixei de passar as dicas de vocabulário, postura e vestimentas, que também compõem o conjunto de mudanças que realizamos.

Enfim, depois de todo este trabalho (que demorou menos de duas horas), agora tenho minha pamonha garantida. Opa! Só falta agora ele vender tudo antes de chegar a minha casa... Ahahah!
Parar, pensar e se organizar custa menos do que você imagina e pode, além de aumentar suas vendas, criar um vínculo maior com seus clientes. Pense nisso!
Autor: Débora Martins


Artigos Relacionados


MÃe É Mesmo Sem NoÇÃo

Velha Vitrola

DiferenciaÇÃo Em Vendas: Dos Modelos Tradicionais Aos Consultivos

Tropecei Nesses MilhÕes De Buracos

É Só O Agá, Moço!

Vender Um Carro Usado: A Minha Experiência

Pesadelos Noturnos: Iminência De Vida