Minha Relação Sexual é Satisfatória ?
Vários casais ao se depararem com a questão sexual vivem um dilema que não deve ser menosprezado. A atividade sexual é satisfatória ? Tenho observado que uma grande porcentagem dos casais que me procuram para algum tipo de aconselhamento ou mesmo terapia, vivem esse dilema.
Primeiro é importante salientar que a relação sexual de um modo geral na cultura do brasileiro dá muito mais ênfase ao desempenho (principalmente do homem) do que o prazer da atividade em si. O homem tem que “provar” ser homem e nada melhor do que fazer isso na cama, no ato sexual, alia-se a isso, a idéia de que o sucesso da “prova” está no orgasmo da parceira.
Os estudiosos do comportamento sexual acreditam que existe um ciclo sexual com cinco fases para que a relação seja considerada satisfatória: A excitação (fantasias e sensações sexuais), Platô (a estabilização do organismo excitado), orgasmo (as tensões acumuladas sofrem uma descarga), resolução (o organismo volta a fase de repouso) e o desejo. Na falta de uma ou mais destas fases haveria uma disfunção.
No dia a dia do casal, devemos lembrar que a situação não envolve uma lógica como na matemática e nem tão pouco o resultado é tão preciso quanto numa expressão de álgebra. Vários fatores internos e externos ao casal (seu modo de se relacionar em diversas áreas da vida comum), influenciam de algum modo o resultado final (se é que chegou a existir um resultado inicial).
Quero dar aqui algumas informações importantes sobre situações que podem interferir na qualidade da relação sexual e também quero deixar algumas dicas para melhorá-la. Lembre-se que este texto não tem a pretensão de esgotar o assunto. Mas vamos lá. Existem possibilidades que devem ser descartadas logo de início, estas são as questões orgânicas, ou seja, um dos parceiros (ou os dois) está com algum problema biológico que está interferindo na relação sexual. Para descartar essa primeira hipótese é necessário procurar um médico e fazer alguns exames para verificar essa possibilidade.
Feito isso e verificada a possibilidade de alguma influência orgânica (uma doença por exemplo) estar interferindo na qualidade da relação, vamos as outras possibilidades. Uma esposa certa vez me procurou e disse “meu marido está com um problema, o pênis dele não fica ereto” . Entre as queixas mais comuns dos casais estão a disfunção erétil, a ejaculação precoce, a falta de apetite sexual e a falta do orgasmo na mulher (anorgasmia feminina).
Na grande maioria das vezes, as queixas sexuais dos casais têm um pano de fundo que é uma falta de qualidade na relação interpessoal de ambos. Isso quer dizer que são muito mais questões psicológicas diversas que estão interferindo do que uma “doença” orgânica. O ideal é procurar um terapeuta especializado para ajudar no processo da “cura”. Cada disfunção sexual tem um processo de tratamento e indicações muito pessoais na maioria das vezes.
Posso dizer sem medo de errar que nestes casos o que está “doente” não é o cônjuge que apresenta o problema mas a relação interpessoal que ambos estão construindo dentro da relação do casal. Isto quer dizer que deve se repensar a relação como um todo e não somente a questão sexual. Quero aqui deixar algumas reflexões para melhorar a qualidade dessa relação:
a) Numa semana corriqueira, quanto tempo o casal faz atividades prazerosas (passeios, cinema, namoro) ?
b) Como está a qualidade da comunicação entre o casal, ela é feita de forma madura e conciliatória ou de forma autoritária e intransigente ?
c) Qual a pitada de romantismo existente no dia a dia ?
d) Quanto o preconceito e o orgulho têm afetado a relação ?
e) Idéias erradas tais como o sexo é uma fonte de prazer a qualquer preço tem norteado nossa relação nessa área ?
Para concluir, quero incentivar a revisar da relação conjugal como um todo e buscar identificar pontos que precisam mais investimento de tempo, energia e coração aberto. A relação sexual satisfatória para ambos é a conseqüência de uma vida conjugal também satisfatória em suas diversas áreas.
e-mail do autor: [email protected]
Autor: Daniel Granados Negrão
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