Execução Sumária



Execução Sumária


Se existe coisa mais irritante quando se vai deitar e depois que tu consegues se ajeitar daquela
maneira que só tu sabes, daqui a pouco começa a escutar aquele barulho asqueroso.
Sabe aquele zzzzzzzz o zumbido daquele mosquito que não permite você dormir em paz;
mas pior ainda é quando tu já esta quase dormindo, ele lhe da uma dentada na mão e sai rindo de sua cara zumbindo por todo o quarto.
Quantas vezes eu já pensei em me transformar em uma aranha e prender o maldito em minhas teias e arrancar sua asas, as pernas uma por uma, mas com requintes de tortura, pois a cada uma eu daria uma bela zumbida em seus ouvidos.

Eu uso o ventilador para espantá-lo, mas eles são insistentes já estávamos travando essa batalha há dias - ele lutava pelo meu sangue, eu por uma noite de paz – quando o flagrei distraído entre a cozinha e a sala.

Lá estava o maldito, pensei eu, feliz da vida com a barriga cheia de meu sangue passeando pela casa como se estivesse debochando da minha cara.
Não pensei duas vezes e usei a primeira coisa que me veio ás mãos, um copo de vidro, e o aprisionei entre o espaço do copo e a mesa de madeira.
Entusiasmado, gritei de júbilo, conseguira capturar o mosquito maldito, que agora voava de um canto para o outro, para cima e para baixo, sem conseguir escapar da prisão de vidro.

Comecei a pensar em como deveria exterminá-lo: deixá-lo perpetuamente dentro do copo?
Levar o copo até a pia da cozinha e afogá-lo com á água da torneira?
Espalhar o veneno mata-mosquito pela beirada do copo e observá-lo definhar?
Pensei até se fosse possível ficar do mesmo tamanho que ele, eu entraria naquele copo e iria encher ele de bordoada na cara.
Qualquer que fosse a forma que eu escolhesse esse mosquito, jamais me picaria ou atormentaria novamente.

- Você escolheu o Homem errado, Mosquito!!! – gritei prestes a executá-lo.

Mas, comecei a meditar o que eu estou fazendo travando uma batalha ridícula com um inseto, mas logo pensava comigo mesmo sim um inseto que me tortura todas as noites.

Nisso começou outra batalha dentro da minha mente.

Matar aquele infeliz mosquito e dar fim a minha vingança, ou soltar ele e novamente à noite me arrepender de não ter o matado e torturado?

Como eu estava feliz com o infortúnio do mosquito. Eu estava realmente contente com a idéia de eliminar aquele “inseto” da face da terra.

Fiquei pensando será que eu sou louco ou outras pessoas assim como eu pensam também nestas coisas, bem, mas enfim peguei o infeliz e o atirei em uma teia de aranha de estimação que tenho no canto da sala e fiquei observando o trabalho rápido e eficiente da aranha enrolando o mosquito.

Foi uma execução sumária, mas que serviu para alimentar outro inseto que afinal de contas e um predador natural do mosquito da dengue.

Bem naquela noite deitei tranqüilo pensando hoje vou dormir o sono dos justos.
Ledo engano caro leitor o infeliz tinha parentes que ficaram sabendo do ocorrido e ainda hoje me atormentam.

A batalha continua, terei que arquitetar uma estratégia de guerra contra estes bandidos e bani-los de uma vez, vou pensar.

Se você tiver uma idéia me envie seu comentário eu agradeço, vamos nos unir contra estes insetos afinal no rio o mosquito da Dengue está vencendo, já pensou nisso?

Francisco Amado
Autor: Francisco Amado


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