Washington - Herói Tricolor



Sou botafoguense de coração e anti-flamenguista por convicção. Algumas tristezas provocadas pelos maus momentos do “Fogão” são compensadas pelos tropeços da “urubuzada” flamenguista.

Dizem que ser botafoguense é ser sofredor e é verdade. Ser botafoguense é aquecer o time com o calor do coração. Vibrar nos momentos de glória e sofrer profundamente nos momentos de tristeza. Ser botafoguense é conviver, em paz, com a saudade de Garrincha, Nilton Santos, Jairzinho, Zequinha, Roberto, Rogério, Gérson, Paulo César e, acima de tudo, daquele esquadrão formado pelo time de 1971 que perdeu o título estadual para o Fluminense.

Tudo bem que o gol marcado por Lula, no último minuto da partida, foi roubado, mas o que vale é bola na rede e o placar final foi 1x0 para o Fluminense que levantou a Taça de Campeão Estadual em cima de um time formado, se não me engano, com sete jogadores da seleção tri-campeã do mundo em 1970.

Comecei esta crônica falando do meu glorioso “Fogão”, mas, na verdade, o meu objetivo é falar de um atleta vencedor e parabenizar o Renato Gaúcho e todo o elenco do Fluminense que mostrou garra e disposição na última quarta-feira ao derrotar o forte time do São Paulo por 3x1 e classificar-se, pela primeira vez, para a semifinal da Taça Libertadores da América.

A merecida vitória do Fluminense será sempre lembrada pela atuação do artilheiro Washington, herói da classificação, que deu início ao velório paulistano aos 11 minutos do primeiro tempo e fechou o caixão, com um golaço de cabeça, aos 46 minutos da fase final, carimbando de vez o triste retorno de Rogério Ceni, Adriano, Dagoberto e Cia, à capital paulista.

Washington Stecanela Cerqueira, brasiliense, 33 anos, "coração valente, guerreiro tricolor".

Praticamente considerado inútil para o futebol devido à doença cardíaca provocada pelo diabetes, em 2002, o atacante por pouco não encerrou a sua vitoriosa carreira tendo em vista que o esforço físico do futebol poderia levá-lo a morte.

Assim Washington interrompeu sua carreira para submeter-se a uma intervenção cirúrgica (cateterismo) e ficou dois anos fora dos gramados. Retornou em 2004 sob cuidados médicos e assim permanece até hoje.

Diariamente o atleta faz aplicação de insulina e espeta o dedo com uma agulha especial para monitorar a taxa de glicose. Além disso, faz uso de vários medicamentos para cuidar do coração e cumpre uma rigorosa e especifica dieta alimentar. De seis em seis meses vai a Curitiba para ser examinado pelo Dr. Constantino Constantini, médico que cuida do seu coração desde 2003.

Por tudo isso, Washington é considerado um caso raro no futebol profissional. Sua dedicação e perseverança nos gramados tornam este atleta um grande vencedor.

É isso aí artilheiro. Bola pra frente.

"Coração Valente. Guerreiro Tricolor. Washington Matador".

Apesar de achar difícil e até quase impossível o Fluminense superar o experiente time do Boca Junior, estarei torcendo pelo “Flusão” da mesma forma que torceria se fosse o meu glorioso “Fogão”.

Parabéns Washington! Parabéns Renato Gaúcho! Parabéns "Tricolor das Laranjeiras"!

23/05/2008
Magno R Almeida
Autor: Magno R Almeida


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