COMO A ESCRITA TRANSFORMOU MINHA VIDA



Ao completar meus 25 anos (Bodas de Prata) de intensa produção cultural e educacional, senti a necessidade de organizar, por anos, a publicação de artigos, entrevistas e notas publicadas nos principais jornais cearenses (O Povo, Diário do Nordeste. Há uma extensa publicação em revistas de circulação nacional, oportunamente compilada em novo e atualizado tomo. Organizar as idéias é uma forma de organização do nosso pensamento e de nossa vida.


Ao ingressar na UVA, em 1994, apostei que a palavra é poder. O melhor caminho para ser profissionalmente respeitado é apresentar-se ou se expor como um homem de idéias. Defender e expor idéias é interessante estratégia para ser lembrado por outrem e pela estrutura de poder, especialmente o universitário.

Assim, a partir daquele ano, a convite de um empresário em Sobral, fui, por breve tempo, redator de um jornal Folha do Acaraú (1995). Mas a empresa não prosperou para uma série de dificuldades materiais e falta de estratégias jornalísticas.

Em 1996, voltei a escrever intensamente nos jornais cearenses. A UVA expandiu-se pelo interior cearense e participei atividade da formação dos professores, na maioria leigos. Mas não me limitei à produção de artigos educacionais. Escrevi muitos poemas numa fase difícil em que fiquei afastado da UVA por motivo de doença e por outros óbices inconfessáveis. Hoje, tendo a criar um volume do que venho denominando de POEMAS CRESPUSCULARES.

Certamente, artigos sobre dificuldades de aprendizagem relacionadas com a dislexia, disgrafia e disortografia passaram a ser centro de meu interesse acadêmico e não só escrevi para jornais como para revistas educacionais de circulação nacional. Outros artigos voltaram-se para as questões de política educacional, em especial, a legislação educacional, reflexão decorrente do meu mestrado em educação (UFC, 1996), que tratou sobre a educação nas constituições estaduais brasileiras.

Com a chegada do computador e, em especial, o acesso à Internet, muitos dos artigos enviados para jornais e revistas impressos, foram, desde o ano de 2000, divulgados em sites da Internet.

A publicação de meus artigos científicos, especialmente os de revisão, rendeu-me convites generosos e honrosos para ministrar cursos, minicursos e palestras no Rio de Janeiro, Brasília, Mato Grosso, Pernambuco, Rio Grande Norte e mais reconhecimento acadêmico no meio universitário, com freqüentes citações dos meus estudos acadêmicos em monografias de especialização, dissertações de mestrado e teses de doutorado, nas principais universidades brasileiras (Unicamp, USP) e estrangeiras, especialmente as de língua espanhola.

Diariamente recebo dezenas de e-mails com solicitação de esclarecimentos e informações sobre dislexia, disgrafia e disortografia ou legislação educacional, áreas que efetivamente me dediquei, desde 1994, com especial interesse acadêmico.

A partir de 2006, as estratégias que montei novas e rotineiras estratégias para divulgação do meu pensamento que foi a de criar sites, fóruns e blogs próprios, publicando e reproduzindo, em larga escala, praticamente, geométrica, os artigos sobre aprendizagem da leitura e escrita e suas dificuldades e a partir, de 2008, passei a cogitação a publicação convencional de livros sobre muitos dos pontos abordados em meu trabalho.

Uma rápida pesquisa em buscador como http://www.google.se poderá dar uma idéia de centenas e mais centenas de links fazendo referência ao meu nome e aos meus textos. Por baixo, acredito que tenha, na internet, entre 30 a 45 mil fazendo referências ou citando meus textos na NET, o que torna, na rede, certamente, um dos mais conhecidos professores brasileiros que escreve para os sites, disponibilizando estudos, notas de aulas, pesquisas, trabalhos dos discentes, enfim, notas de estudos sobre educação escolar.

Em dois dos últimos artigos de 2007 trato de uma posição minha com relação à deflagração de greve na UVA juntamente com a UECE e URCA. Em um artigo, posicionei-me contra a inoportunidade da greve dos docentes em final do semestre antes de conhecer a proposta do governo com relação às reivindicações dos docentes. Recebi apoio de poucos (reitor Antônio Colaço e mais 12 docentes da UVA e colegas da UECE) e críticas e agressões de muitos colegas, especialmente os do comando de greve. Mas é o que penso sobre a Universidade e que não abro mão enquanto princípio de honestidade e de crenças de valores que tenho construído sobre o mundo do trabalho em uma universidade pública.

Um outro artigo trato sobre um relato que fiz sobre a obra Luzia-Homem, de Domingos Olímpio, que, em 2003, estudar levou-me a postular uma relação entre legenda (história de Santa Luzia) e a lenda de Luzia-Homem (personagem do livro) e conto também de uma experiência sobrenatural de fé com a santa italiana.


A exemplo do tomo 1 desta hemeroteca particular, para a organização deste material que ora se segue, devo fazer alguns agradecimentos. Agradecer primeiro a Deus que durante todos os estes anos de dedicação à construção de uma carreira profissional tem me iluminado, de modo a poder escolher o que considerei, até aqui, estratégico e válido para seguir até os últimos dias da minha vida terrena.

Segundo, sou muito grato à minha mãe ou “pãe” Pedrina Maria da Silva Martins, que, com sua garra, determinação, coragem e, sobretudo seu trabalho, pôde me dar sustento material necessário para poder realizar meu desiderato. Foi e continua sendo, depois de sua morte, em 2006, um exemplo a seguir: honestidade, sinceridade, trabalho, coragem e inteligência. Mesmo morando em Sobral, desde 1994 e minha mãe, em Fortaleza, sempre esteve ao meu lado. Com a sua morte, senti, realmente, a falta de sua palavra na continuação na trajetória de minha vida.

Terceiro, minha esposa Luciene de Abreu Martins, que desde o ano de 1977, portanto, ainda quando estava no Colégio Militar, esteve sempre ao meu lado. Foi Luciene a primeira leitora dos meus textos. Muitos deles, sei, nem ela nem eu, em muitos momentos, entendíamos exatamente o eu queria dizer, principalmente nos poemas contidos em Insuflações Misteriosas (1982) ou “ O juízo crítico na esquizofrenia paranóica dos poetas inconscientes”(1982). Muitos poemas são uma descarga de angústia e depressão pelas dificuldades domésticas enfrentadas por mim e pela mãe querida naqueles dias difíceis dos anos 80. Luciene Martins, feito um bom anjo ou anja ou mesmo um anjo de guarda, soube conservar com zelo e muito amor toda minha publicação de sueltos poéticos, o que, aqui, reconheço sua dedicação e sou muito grato por seu carinho e respeito à minha memória. Não fosse Luciene, ao certo, não teria conservado tantas coisas escritas nos anos de adolescência que deverei, também, organizar em tomo próprio.

Por fim, gostaria de fazer um agradecimento especial, mas muito especial mesmo, as minhas filhas Mariana de Abreu Martins e Atília de Abreu Martins. Mariana, aos 12 anos, ao receber a tarefa de organizar o material, recortar os artigos e matérias diversas, para este tomo e o anterior, o primeiro, soube dar uma arrumada necessária e inteligente aos meus textos e matérias jornalísticas. Atília, também, ajudou na organização do material, detendo-se a detalhes como as datas e a diagramação do texto, sabendo das minhas exigências e cuidados acadêmicos em tal empreitada.

As duas filhas são o escol da minha vida: agradeço a Deus sua existência e torço para que, no futuro, possam, em mundo ainda melhor, construir um pensamento próprio e emancipado como mulheres e trabalhadoras do século XXI.
Autor: Vicente Martins


Artigos Relacionados


Como Encarei A Grave Da Uva, Em Sobral

Agradecimentos

Como Intervir Nos Casos De Dislexia Escolar

A Alma De Meus Poemas

Como A AlfabetizaÇÃo Carencial Afeta A Leitura

10 Motivos Para VocÊ Ler Meus Textos

Curso De Dislexia Em Sua Cidade