Professores, alunos e pais: uma ação conjunta pela Educação
Que a Educação brasileira vive momentos difíceis não é novidade para ninguém. Um país - sabemos nós - somente pode ser bem sucedido econômica e financeiramente se tiver como base um bom sistema educacional, com conteúdos contextualizados e com a participação da sociedade. Entretanto, percebe-se que no Brasil a sociedade é, em sua maioria, passiva em relação aos problemas educacionais e, por que não dizer também, um tanto conivente com as más administrações públicas e escolares.
Os mais de dois milhões de professores - formadores de opinião - não imaginam a força que têm nas mãos se a classe se unir, trabalhar coesa e agir com coerência e bom senso, desvinculada de filosofias político-partidárias e de teorias psicopedagógicas. Por isso conclamo todos os professores brasileiros a repensarem a carreira profissional e refletirem sobre seu importante papel na sociedade, mudando a cultura de uma minoria dominante que nos acompanha há centenas de anos e que acomete a Educação brasileira desde o Brasil colônia. Alerto, inclusive, aos professores do Ensino Médio para que atentem para o fato de não existir atualmente políticas públicas concretas para o nosso antigo 2º grau, nenhuma proposta específica, a não ser o polêmico e arriscado ensino médio integrado (lembro-me da década de 1970).
Os mais de cinqüenta milhões de estudantes da Educação Básica, se se conscientizarem da importância da formação educacional básica em suas vidas, poderão mobilizar toda a sociedade para uma ação de impacto junto aos governantes, haja vista que os políticos sobrevivem de seus votos. Estudantes esclarecidos e cada vez em maior número ingressando e concluindo cursos de graduação é o maior temor desses políticos. Conclamo, portanto, a todos os estudantes da Educação Básica do país a buscarem maiores esclarecimentos sobre as "entrelinhas" das políticas públicas para a Educação e a lutarem por um ensino de melhor qualidade, principalmente na rede pública.
Os cerca de oitenta milhões de pais ou responsáveis por estudantes brasileiros, preferencialmente desvinculados das políticas paternalistas que escravizam a maioria da sociedade, especialmente a composta por pessoas de menor poder aquisitivo, podem cobrar para seus filhos uma Educação digna, que lhes dê condições pessoais, profissionais, financeiras e intelectuais de contribuir como cidadãos pelo crescimento integral do país. Conclamo, portanto, aos pais de alunos que lutem por esse ideal, recusando-se a serem enganados por políticos oportunistas.
Unidos, professores, alunos e pais, despojados de uma cultura escravagista, podem provocar uma grande revolução neste país: sem embates corporais, sem bate-bocas, sem invasões, sem badernas e sem greves.
(1) Inep/MEC, Senso 2006.
(2) Idem.
*Prof. Maurício Apolinário
é autor do livro "A arte da guerra para professores"
Autor: Prof. Maurício Apolinário
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