Irracionalidade Racial



Barack Hussein Obama, que mais parece nome de terrorista muçulmano, está representante do mais orgulhoso momento histórica na luta contra políticas raciais. Único senador com ascendência africana na atual legislatura, Obama tem a seu favor o sublime marketing que coincidiu, para ocorrência dessas eleições, os 40 anos da morte de Martin Luther King.
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Estamos, por definição resignada, numa formação geocientífica essencialmente capitalista. Desse modelo surgiram todas as dependências sociais que respiramos no semáforo, no horário “nobre” e na praça dos três poderes. Um conluio agridoce de gravatas Armani, ternos milionários e sapatos limpos, escuros do negro pecado ambíguo.

No alto da elegância, trajando o oposto social, esse modelo de existência deixou nas mãos de algumas poucas pessoas o destino de muitas outras. Porém, ele nunca conseguiu impedir, repelir ou tripudiar qualquer manifestação do âmago comunitário. Uma dessas manifestações está em fogo brando há muito tempo, num líquido que parece nunca entrar em ebulição: as vítimas do projeto racial do homem branco, nos seus muitos anos de história, que minimiza as conquistas da melanina mais intensa na pele ridicularizando sua cultura.

Porém, em vias de avanço intelectual a humanidade pugnava, esfacelada e com dor de dente, através dos caminhos mais ousados possíveis, ainda assim, mais romântico do que eficiente. Contudo agora, feito os devidos ajustes, edifica telhados de magna imponência através dum possível governo à frente do país mais importante da Terra, segundo o exemplar de existência que cultuamos aqui, enquanto nos desconhecem por lá.

Barack Hussein Obama, que mais parece nome de terrorista muçulmano, está representante do mais orgulhoso momento histórica na luta contra políticas raciais. Único senador com ascendência africana na atual legislatura, Obama tem a seu favor o sublime marketing que coincidiu, para ocorrência dessas eleições, os 40 anos da morte de Martin Luther King. Em 4 de abril de 1968, o homem que tinha um sonho de unidade humanitária tombava morto, alvejado a tiros na sacada de um hotel modesto de Memphis, no Tennessee.

Ainda adolescente, Obama mudou-se para Nova York onde cursou ciências políticas na Universidade Colúmbia. Depois se graduou também em direito pela Universidade de Harvard. Iniciou sua carreira política na cidade de Chicago, Illinois, onde foi líder comunitário e professor de direito constitucional. A vida avançara e acabou casado em 1992, com Michelle, negra com quem teve duas filhas, Malia e Sasha.

Das pretensiosas reuniões extra-partidárias no comitê, iluminadas pelo pôquer e seus blefes, saíram os primeiros gemidos de campanha. Agora, fartos de tanta indiferença e segregação desenhadas pelas políticas de raça, multidões de jovens negros e brancos superlotam os comícios gigantescos de Obama hipnotizados por anseio há muito pulsante no corpo: "Não existe uma América conservadora e outra progressista, o que existe são os Estados Unidos da América; não existe uma América branca, outra negra, outra latina, outra asiática, o que existe são os Estados Unidos da América"¹.

No entanto, quando o relógio pontilha alvorada singular, o candidato a administrar o planeta prefere prometer: a retirada, no Iraque, das tropas americanas; motivação, nas indústrias automobilísticas, para produção de carros híbridos; a legalização para 12 milhões de imigrantes; a constitucionalidade da união civil entre pessoas do mesmo sexo; legalidade para o aborto, além do controle sobre armas de fogo. Assim, sobejando em versatilidade, Obama transita com facilidade em qualquer situação. Joga os dois lados facilitando alianças com genialidade. Até a senadora Hillary Clinton “cedeu” aos encantos desse mago político. Mas ele prefere guardar o fator racial para os choques mais significativos com o experiente John Mccain.

“Sou o filho de um homem negro do Quênia e de uma mulher branca de Kansas. (...) Sou casado com uma americana negra que carrega dentro dela o sangue de escravos e proprietários de escravos – uma herança que transmitimos as nossas duas preciosas filhas. (...) É uma história que marcou a minha personalidade genética com a idéia de que essa nação é mais que a soma de suas partes – que, a partir de tantos, somos verdadeiramente um.” E com esse desfecho poético Barack Obama, fruto da máquina capitalista prevista por Marx, sagrou-se eleito para a presidência do “país mais importante da Terra”.
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¹ BARACK OBAMA. Vídeo Institucional: campanha à presidência dos EUA. Disponível em:
< http://www.barackobama.com/index>. Acesso em: 23 de maio de 2008.
Autor: Alex Pinheiro


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