Você se faz enteder?



Alguma vez você já procurou ajudar o seu filho e ele se sentiu perseguido? Já elogiou a sua mãe e ela ficou irritada, pensando que era gozação? Algum dia você ficou uma fera com o seu chefe por que ele ficou uma fera com você porque pediu uma coisa e você pensou que ele estava pedindo outra coisa? Não é porque você ou eles sejam burros, insensíveis ou mal-agradecidos, não (pode ser até que vocês sejam...). É porque a responsabilidade da comunicação é a do emissor da mensagem, de modo que boas intenções não garantem a eficácia da comunicação. Assim, se o outro não reage como você espera, cabe a você – e não a ele – reajustar sucessivamente os seus comportamentos até que o outro responda exatamente como você deseja. Neste momento, você poderá concluir que a sua comunicação está sendo eficaz.

Vou lhes dar alguns exemplos:
- Você está ajudando o governo a economizar energia, ouvindo rádio de pilha, substituindo suas lâmpadas por velas, tomando banho uma vez por semana e escrevendo a lápis?... esta frase tem um bom índice de comunicação, fica bem clara a idéia do interlocutor.

Neste outro exemplo a comunicação é usada para gerar sentimentos em quem ouve. É uma técnica de influência coletiva.

- Um político em campanha usa esta frase: “Precisamos melhorar a escola!” Logo o professor entende que vai receber aumento salarial, o aluno pensa que vão aumentar o número de computadores do laboratório de informática, os pais pensam que vai diminuir o valor das mensalidades e logo todos votam neste político.
-
Neste outro exemplo uma frase com palavras técnicas, mas sem coerência nenhuma.
- Mas os pigmeus bantus adoram comer fritada de formigas com ensopadinho de repolho aos domingos, já que a cotação do café no mercado de capitais caiu dois pontos pela síndrome de Down-Jones.

Embora o conteúdo da comunicação seja essencial para garantir um mínimo de nexo, o seu impacto é relativamente pequeno, pois só atinge a parte consciente da mente. Muito mais útil do que prestar atenção às palavras do interlocutor é perceber como ele se expressa: os verbos, advérbios e os adjetivos que ele usa com mais freqüência, às características da voz – especialmente o tom – e, fundamentalmente, à “fisiologia”, isto é, à comunicação não-verbal (expressão fisionômica, gestos, posturas, movimentos dos olhos, tipo, freqüência e ritmo da respiração, tônus muscular e assim por diante).
Autor: Daniel Borges


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