Brincar é falta de seriedade...



Pois é, ainda tem gente que acha que brincar é falta de seriedade, que pena que ainda existam seres tão pequenos, do tipo "Pare de brincar e volte já para o trabalho". Estou reproduzindo um texto de um autor chamado Roger Von Oech, que em 1988 escreveu o livro "Um toc na cuca". Mas é a mais pura tradução da mediocridade de nossa sociedade, que perdeu a razão de criar e inovar, tornando-se uma reprodutora de idéias já concebidas e a serviço de quem às concebeu.

Vejamos nosso ambiente de trabalho, aqueles que riem e brincam com o trabalho, normalmente fazem a coisa fluir e a produtividade é um elemento de destaque, quando comparados àqueles locais onde as normas e regras são vitoriosas. Acontece que trabalhar nesse tipo de espelunca sempre é mais seguro para os medíocres, deles não será exigido pensar, criar, fazer melhor as coisas feitas, senão o reproduzir mais rápido e isso qualquer um faz.

Outro ponto a ser percebido é que pessoas alegres são pessoas vibrantes, contagiantes e delas resultam sempre algo mais, entre estes produtos estão a inveja dos ineficiêntes e insignificantes, que amontoados em suas trincheiras de papéis e relatórios (jamais lidos por ninguém, a não ser por eles mesmos), articulam pela queda daquele que ousa sorrir e brincar em serviço, como se isso fosse um sério perigo.

Confesso que um dia fui criança, muito brinquei inventando meus próprios brinquedos e jogos, num tempo em que isso era permitido por ser criança. Eis-me aqui, adulto e brincalhão, atordoando seres medianos de caráter e profissionalismo, mas sérios reprodutores dos modelos inventados pelos seus "superiores". Lamento por eles, mas, ao mesmo tempo, me divirto ainda mais com essa situação, pois saio de um ponto a outro e consigo ser percebido, até ser obstruído novamente. Não faz mal, ressurgirei em outro lugar, para desespero de outros circumpectos senhores.

Existem dias tristes, mas nem assim me abato e sigo escrevendo, provocativo, sorrindo e bendizendo minha criatividade. Em alguns deixo saudades, para outros, certamente, um gosto provisório de felicidade, muito temporário, pois não podem sorrir por muito tempo, uma por que devem retornar rápido ao trabalho, outra por que sempre volto breve, sem jamais ter deixado meu sorriso de lado.
Autor: Leon Iotti


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