A vida em primeiro lugar
Segundo os Evangelhos, esse cuidado com a vida, já era o cerne das preocupações de Jesus em sua pedagogia da acolhida e atenção especial aos mais pobres, doentes e marginalizados pela sociedade da época. Atento aos sinais dos tempos, Jesus anunciava um projeto novo de vida digna para todos.
Para o cristianismo, o discipulado do mestre, implica atitudes missionárias de envolvimento completo com o projeto de Jesus aberto às mudanças dos tempos em todas as circunstâncias, no dever de cultivar uma postura de acolhida, solidariedade, respeito e discernimento diante das culturas de morte que ameaçam a vida em sua dignidade humana.
É evidente as necessidades de atenção e preocupação com a vida nos dias de hoje frente às transformações da era - Modernidade e Pós-Modernidade.
Há uma forte tendência da sociedade hoje, em tornar real e paliativo, tudo que aparece como novidade em nome da “defesa da vida”. Como por exemplo, as medidas anestésicas diante dos desafios da juventude emponderada pela onda da sensualidade explicita, que é alimentada rotineiramente nas experiências da convivência virtual num mundo globalizado pela alta força da tecnologia em aceleramento. Uma força que gira em torno da absolutização de valores contrários a edificação da vida. Fato tal que acompanhamos todos os dias nas tristes notícias de pedofilia e exploração da vida que, sem o mínimo de pudor e respeito denigrem as relações humanas na sociedade. Estamos convivendo cada dia mais com um total desequilíbrio moral e social, capaz de violar o que há de mais sagrado na humanidade, a VIDA HUMANA.
Cabe a nós a decisão de escolher a vida e cuidar dela a todo e qualquer custo.
A liberdade de escolha está em nossas mãos. Trata-se de um gesto comunitário e não isolado, abrangente a todas as atitudes de busca sincera de caminhos de esperança e libertação. Precisamos unir forças comunitárias que assumam atitudes e posturas definidas apontando rumos de discernimento para uma vida de qualidade em uma convivência pacifica geradora de valores que alicercem as relações humanas, especialmente em meio aos jovens em busca de realização e confirmação da personalidade.
Sabemos que a mística e espiritualidade do Evangelho perpassam as ações de inúmeros agentes comprometidos com o acolhimento das crianças, Adolescentes, Jovens e famílias nas mais diversas formas de atendimento, denúncia de maus tratos, atenção e solidariedade com a vida. Mais, temos que alimentar mais e mais nossos sonhos de um mundo mais sensibilizado e despertado para o compromisso com a vida em todo seu potencial. É urgente acentuar o espírito missionário envolvido com as exigências centrais do Evangelho. Isso é dever de todo ser humano. Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação justa e solidária na promoção da vida, tendo em vista uma sociedade articuladora de uma cultura da paz, que respeite o seu habitat como obra divina entregue gratuitamente a humanidade.
À Luz da Palavra de Deus, (Jo. 10), podemos escolher a Vida e assumir atitudes concretas no cuidado com ela.
Aparecida Bárbara da Silva
Psicopedagoga – Catequista formada em Teologia Pastoral .
Maringá – Paraná
Autor: Aparecida Bárbara da Silva
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