O dia 25 de Abril
De fato, somente uma data grandiosa como esta poderia abrigar um dia tão importante para a nossa classe: O Dia do Contabilista, celebrado todo ano no vigésimo quinto dia do mês de abril. Momento em que nós, membros da classe contábil brasileira, podemos refletir sobre a nossa posição na sociedade e vislumbrar o futuro para o qual caminhamos e ajudamos a construir a cada ação por nós realizada.
Uma vez que a sabedoria popular nos ensina que para se olhar o futuro é preciso estudar o passado, vamos fazer uma viagem no tempo até 8.000 a.C, data em que, segundo alguns estudiosos, surgem os primeiros indícios concretos de registros contábeis.
Provavelmente, aquele homem primitivo não tinha idéia, mas, ao utilizar pedras e fichas rudimentares de barro para representar o seu patrimônio, estava inconscientemente desenvolvendo (e escrevo isto com muito orgulho) uma das maiores invenções já criadas pela humanidade. Nascia naquele momento um pequeno vulto do que, após milênios, seria a contabilidade.
Sem buscar esgotar o assunto, até porque a história das ciências contábeis é longa e interessante demais para se resumir em algumas poucas linhas, adiantaremos a nossa história em alguns milênios, passando pelo desenvolvimento contábil no Egito, pela invenção da escrita e outros fatos marcantes, até o Renascimento Cultural.
Por um período que se propagou do século XIV ao XVI, a Europa Ocidental borbulhava em termos de evolução cultural e científica. Neste momento, surge uma figura que, embora não tão popular quanto seu contemporâneo Leonardo da Vinci, destaca-se como um dos maiores pensadores da época, sendo conhecido até os dias de hoje como “O pai da Contabilidade”, Frei Luca Pacioli que, ao escrever o Tratactus de Computis et Scripturis em sua obra Summa de Arithmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá,registrou pela primeira vez o método das partidas dobradas, dando o primeiro passo da contabilidade rumo à ciência.
No entanto, somente no século XIX é que a contabilidade se consolidou de fato como ciência, conquista esta que podemos agradecer a nomes como Francisco Villa, da Escola Lombarda, Guisepe Cerboni, da Escola Toscana, e Fábio Besta, da Escola Veneziana. Devido à simples falta de espaço, este artigo não irá se aprofundar em suas obras e nem julgar os méritos de cada uma das escolas, destaca-se, no entanto, que este período foi de fundamental importância para o desenvolvimento das teorias contábeis.
Chegando à história recente, percebe-se mais do que nunca a importância da contabilidade e das informações geradas pela mesma. Nos últimos séculos houve uma evolução magnífica das técnicas contábeis: O surgimento da Auditoria, o desenvolvimento da contabilidade de custos, e o aumento da importância da contabilidade como ferramenta gerencial são algumas das inovações surgidas nestes tempos, como regra, trazidas pela propagação da Escola Americana.
Neste ponto, se continuarmos a avançar em nossa viagem pela história da contabilidade, chegaremos a exatamente hoje. Esse exato momento em que você, leitor, está acompanhando cada palavra aqui escrita. Percebe? Nós participamos ativamente da história da contabilidade. A contabilidade no futuro será estudada e praticada de acordo com aquilo que realizamos hoje.
As oportunidades são enormes, afinal, é um fato que cada vez mais a economia e o mercado estão se expandindo e exigindo informações geradas pela contabilidade. O desenvolvimento da informática e da tecnologia informacional permite que utilizemos os seus recursos aliados às práticas contábeis, facilitando o nosso trabalho e nos dando base para fornecer aos usuários informações mais precisas e integradas à operacionalização de seus empreendimentos.
Ainda faltam algumas semanas para o dia 25 de abril, entretanto deixo desde já os meus parabéns aos profissionais desta gloriosa ciência da qual me orgulho de fazer parte e repito que, embora não estejamos ainda no 115º dia do calendário gregoriano, nada nos impede de nos orgulharmos da nossa história e construirmos, no nosso dia-a-dia, o futuro.
(Elaborado dia 11 de Abril de 2008)
Autor: André Charone Tavares Lopes
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