O Conceito de Materialidade para a auditoria



Morfologicamente, a expressão materialidade origina-se da aplicação do sufixo “dade”, indicador de qualidade, propriedade, modo ou estado de ser, à palavra “material”, a qual, derivada do latim materiale, transmite a idéia de concreto, não-abstrato ou mesmo, em um sentido mais amplo, relevância.
Na doutrina contábil, a denominada convenção da Materialidade normatiza que o contabilista deve observar, durante a execução de suas atividades, a relevância das informações evidenciadas, sempre levando em conta a relação do Custo X Benefício. Muita atenção é exigida do profissional de contabilidade no momento da identificação do que é considerado relevante ou não. É preciso conhecer a fundo a entidade em que se está trabalhando e, especialmente, as necessidades dos usuários da informação contábil. Por exemplo, uma grande indústria com uma departamentalização extensamente estruturada irá demandar um conjunto de informações muito mais detalhado do que um pequeno comércio.
Para a auditoria, por sua vez, a observância da materialidade, ainda que em um sentido diferenciado daquele presente na teoria da contabilidade, é também de vital importância para o andamento dos trabalhos do auditor. A materialidade na auditoria está diretamente ligada à relevância de um fato em relação ao objeto do exame, ou seja, o quanto aquele fato poderá distorcer a materialidade das demonstrações contábeis verificadas.
Sob a ótica da auditoria, pode-se observar a materialidade de duas formas distintas: Quantitivativa ou Qualitativamente. No primeiro caso, observam-se os fatos quanto aos seus valores numéricos, normalmente evidenciados pelo valor das contas envolvidas nas Demonstrações Contábeis, os erros encontrados neste tipo de abordagem são geralmente detectados através de testes substantivos. Quanto ao aspecto qualitativo, preocupa-se na veracidade das informações transmitidas aos usuários da informação contábil, quase sempre refletidas nas notas explicativas ou quadros complementares das demonstrações contábeis.
A US GAAP (Generally Accepted Accounting Principles in the United States ou Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos) através da SAS nº 47 (AU 312.08) normatiza que os auditores daquele país devem observar a materialidade no planejamento da auditoria e no desempenho de seus procedimentos, assim como na avaliação final da conformidade das demonstrações contábeis com a realidade.
Em termos gerais, a materialidade para a auditoria define-se no julgamento profissional do auditor quanto à determinação da extensão do trabalho a ser executado, assim como, ainda, na voltada de esforços para a redução ao máximo do erro material, o qual poderá influenciar o julgamento dos usuários daquelas informações, levando-os a tomar decisões equivocadas.
Agrega-se então a materialidade à própria finalidade básica da auditoria, a qual é a de fornecer aos usuários da contabilidade segurança e confiabilidade no tangente à veracidade das informações constantes nas demonstrações examinadas em um tempo hábil.
Autor: André Charone Tavares Lopes


Artigos Relacionados


O Que é Auditoria?

Contabilidade Aplicada: Um Estudo De Caso Em Uma Empresa Industrial

GestÃo ContÁbil Empreendedora

Conversão Das Demonstrações Contábeis

Auditores Independentes

Modelo - Relatório De Auditoria

Auditoria ContÁbil