A LUTA CONTINUA



Bancando o analista político ou me dando o direito ao desabafo de militante, não importa: nunca foi tão presente, para o PMDB, o slogan “A Luta Continua”, criado ainda quando nos debatíamos contra a ditadura militar, que, às duras penas, conseguimos anular, reinstalando no país a tão perseguida liberdade da democracia.
Mas a grande frase de efeito da luta partidária não se restringe à sua militância, às suas fileiras, como se costuma dizer em bons e acalorados discursos.
Não.
“A Luta Continua”, hoje se estende a todo o povo brasileiro, não importa a matiz política, que quer viver sob o signo da igualdade e da liberdade, para isso se fazendo necessário estar em alerta ou, numa linguagem militar, em prontidão, contra aqueles que querem fazer da nossa liberdade/democracia, as suas ditadurazinhas particulares, nas quais mandam e desmandam ao bel prazer do poder econômico.
E, para isto, eles são ardilosos. Extremamente ardilosos.
Eles distribuem cargos e mais cargos, quando no poder, para tentar aí manterem-se, não importando os princípios da igualdade, dos direitos. O que importa, mesmo, é a supremacia, o comando, via de regra acrescido de muita arrogância. (Aliás, dá pra dizer: ainda bem, porque é a arrogância que, normalmente, os faz caírem de seus postos, estrondosamente.)
É importante, no contexto democrático, as lutas de classe. Seus avanços significando conquistas de segmentos fundamentais na estrutura sócio-econômica do país. Por outro lado é preocupante, quando uma classe só quer dar as cartas e jogar de mão.
A observação serve para comparar o comando que busca aqui no Estado de Mato Grosso, a já famosa turma da botina, os produtores rurais, sob o comando do maior sojicultor individual do mundo e governador Blairo Maggi, que no seu inconformismo com a derrota sofrida em Rondonópolis, a terra onde mora, chega ao absurdo de repetir-se dizendo que a derrota, foi porque ‘o adversário distribuía santinhos junto com dinheiro’.
Ora, ora.
Para quem acompanhou parte da odisséia de seu adversário (vitorioso), que até retardava a saída dos carros de som às ruas, por falta de dinheiro para o combustível, ou, que enchia na torneira o garrafão de água do bebedouro do comitê central por falta de 5 pilas para pagar um na distribuidora, ouvir tais...O quê? Queixas? Denúncias? Sandices? Sinceramente!
Lamentamos ter de dizer isto a alguém que está governador. E pior: com o nosso voto. Sim. Porque nele votei a pedido do Partido o qual sigo desde os idos de 1967, mas para governar o Estado, não para se tornar cabo eleitoral, intransigente ainda, de um lado só, deixando a postura que lhe outorgamos nas urnas de magistrado.
Sim. Indiscutivelmente, sou partidário. Sempre o fui. Sempre tive lado. Profissionalmente, no entanto, apesar do quanto é difícil separar, sou pura e simplesmente, profissional, desde o início, por acaso ou não, também em 1967, razão que me causou algumas dificuldades iniciais no seio partidário, até demonstrar com palavras e atos, que uma atividade não tinha e não tem nada a ver com a outra.
Dos que me discriminaram por isso, a maioria ainda não encontrou seu partido ideal, variando daqui pra ali.
Então, esses quarenta e poucos anos de partidarismo (e de profissão) me inspiram em fazer o presente alerta:
Sim.
A Luta Continua.
Ou: o preço da liberdade, é a eterna vigilância; ou, ainda, como diria qualquer cristão, não basta orar, tem de vigiar.
O mal é insidioso.
A ditadura do poder econômico se instala assim, sem mais nem menos, num abrir e fechar de olhos.
É só os fecharmos para a contratação pelo Serviço Público de mais de uma pessoa de uma mesma família, por exemplo, que aí está a raiz da manutenção do mando. Do poder pela força do domínio pessoal “do manda quem pode...”
Hei de fazer novas incursões nesta área, abrangendo desde o poder de Getúlio Vargas, para provar-lhes que, assim como o monopólio, toda a ditadura também é burra, devendo por isto ser banida do nosso convívio, como fez o bravo povo de Rononópolis nas recentes eleições.

Evalin Alves Salomão/Jornalista/Escritor/Poeta
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Autor: Evalin Alves Salomão


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