CURAUÁ: DA SABEDORIA INDÍGENA A IMPORTANCIA DO USO DAS FIBRAS VEGETAIS



Curauá: Da sabedoria indígena à importância do uso das fibras vegetais, é um estudo de uma linha de pesquisas sobre fibras vegetais na alimentação, mas que, sobretudo, visa avaliar a importância do manejo desta espécie de planta,o curauá, que permitem o uso das suas fibras, como um potencial econômico extrativista, buscando alternativas de renda de baixo impacto, como estratégia para a conservação do meio ambiente e da promoção da biodiversidade e, como forma de promoção da biotecnologia na redução e/ou substituição das fibras sintéticas por fibras naturais de fontes renováveis.


1 INTRODUÇÃO


Falar da utilização das fibras vegetais, significa ir aquém da importância delas na alimentação do ser humano. Estudar a importância das fibras vegetais, significa migrarmos para os estudos da Botânica e da Química.

Estudos revelam que a fibra vegetal está sendo largamente estudada, com a finalidade de substituir e/ou abater significantemente o uso das fibras sintéticas, que custam mais e não são provenientes de fontes renováveis.

Contrapondo-se aos altos preços dos sintéticos surge a exploração das fibras vegetais como por exemplo, aquelas provenientes do coco, das macrófitas aquáticas, do sisal, do algodão, da juta, da malva, curauá , das fibras da bananeira, dentre outros por serem materiais de baixo custo, advindos de fontes de matérias-primas renováveis e de custos inferiores aos até então utilizados pela indústria, seja na fabricação de tecidos, calçados, artesanatos e peças automobilísticas.

Neste contexto, evidencia-se um estudo sobre as propriedades do Curauá, cultivado principalmente na Região do Pará, aqui no Brasil e, que vem sendo alvo de muita curiosidade e pesquisas por ser uma planta que tem muito a oferecer para o meio industrial brasileiro e mundial.


2 UM APANHADO BREVE EM PROL DAS FIBRAS VEGETAIS NA ALIMENTAÇÃO

Como a tempos já sabemos, os alimentos ricos em fibras vegetais, são importantes para a saúde, principalmente, do ser humano, pois, auxiliam os intestinos a funcionar de uma forma mais eficaz e assim, eliminar as gorduras que ingerimos a mais.

Itens como, frutas, verduras, cereais dentre outros, não podem faltar na nossa alimentação, pois são fontes de vitaminas, de fibras e de minerais indispensáveis para uma vida saudável.


3 O USO DAS FIBRAS VEGETAIS PROVENIENTES DE FONTES RENOVÁVEIS ADVINDAS DO CUARUÁ

Uma planta, cuja sua fibra, está sendo alvo de inúmeras pesquisas, é o curauá, muito cultivada atualmente na Região do Pará.

Várias bibliografias revelam que o Curauá é uma “bromeliácea” (Ananás erectifolius), da mesma família do conhecido abacaxi, inclusive com aspectos muito semelhantes, porém a fibra do Curauá possui as seguintes características como, por exemplo: - Resistência mecânica; - Leveza; - Ausência de odor; - Suavidade ao toque.

De longe, um observador desavisado apostaria estar diante de uma plantação de abacaxi. Um olhar mais atento, e mais próximo também, confirma as diferenças das folhas e a falta do fruto facilmente identificável. Mas não se trata de um erro tão grosseiro assim já que o nome científico do curauá, Ananas erectifolius, revela a familiaridade com o abacaxi (Ananas comosus). (RAMALHO, 2005)


FONTE: RAMALHO, E. A folha amazônica que virou arte, 2005. Disponível em:
www.rfi.fr/actubr/articles/068/article_124.asp - 49k -



Conforme (RAMALHO, 2005), o Curauá é uma

Planta característica da Amazônia paraense, o curauá cresce até em solo arenoso e pouco fértil chegando a atingir entre um metro e um metro e meio de altura. A propriedade mais conhecida dessa planta foi descoberta pelos povos primitivos da floresta. Os índios já usavam a fibra resistente contida dentro das folhas longas e duras do curauá para amarrar embarcações, fazer redes e cestaria.



Segundo Ramalho (2005),

A sabedoria indígena e de antigos caboclos é fonte ainda de descobertas recentes ligadas à planta. Em seus trabalhos de investigação científica sobre o curauá, pesquisadores da Universidade Federal do Pará ouviram de antigos moradores que, além da fibra, a planta era usada para aliviar a dor. “ Em princípio, pesquisas do departamento de bioquímica e farmácia da UFPA revelaram uma propriedade cicatrizante”, lembra Ariberto Venturini, produtor e coordenador de um projeto de extensão universitária da área de serviço social. Intrigados com a informação de que era tradicionalmente usado no combate a dores, foram aprofundadas as investigações que confirmaram a segunda propriedade farmacológica do curauá: anestésica.
O curauá já é utilizado pela indústria automobilística para construção de freios e outras peças para veículos em substituição à fibra de vidro. O soro resultante do processamento das folhas ainda pode servir como adubo orgânico. O aproveitamento 100 por cento do curauá despertou a cobiça de produtores nacionais e até do exterior. Mudas foram plantadas no vale da Ribeira no interior paulista e também em solos japoneses, sul- africanos e até da Malásia mas sem sucesso, porque a planta não resiste a baixas temperaturas. O curauá é fiel às suas origens amazônicas e só se desenvolve em clima quente e úmido. (RAMALHO, 2005)


Neste sentido, percebe-se a larga e crescente escala de pesquisas em prol do uso das fibras de curauá e, vê-se que no Brasil, reside um grande potencial de recursos florestais ainda pouco explorados, e que de forma consciente, podem gerar uma fortíssima fonte de renda e auxiliar para abaixar os atuais índices de êxodo rural.



Segundo Brandão (2007),

A procura pela fibra contribuiu para a expansão da área plantada, mas nem o volume da produção nem a oferta de mudas são suficientes. “O Pará conta com no máximo 800 hectares plantados e produção de 20 toneladas por mês, mas precisaríamos de 5 mil hectares para suprir as mil toneladas de fibra demandadas por mês somente pelas indústrias automobilística e têxtil”, avalia Lameira. Segundo ele, implantar uma biofábrica requer investimento de cerca de R$ 400 mil e num laboratório desse tipo pode-se produzir de 1 até 2 milhões de mudas por ano, sendo que para cada hectare são necessárias 25 mil mudas de curauá.



foto Osmar Lameira

FONTE:BRANDÃO, I.D. Pesquisas com curauá dão suporte à indústria. 2007. Disponível em:
www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2004/ju245pag04a.html - 25k




De acordo com a reportagem de Alves Filho ( 2004),

Além de ser cerca de dez vezes mais barata do que a fibra de vidro, a fibra de curauá é biodegradável. Como se não bastasse, também é menos abrasiva aos equipamentos de processamento. Para completar, o material vegetal ainda possibilita a produção de plásticos reforçados por meio do método de injeção. Este, ao contrário da termoformagem, gera peças mais complexas, que apresentam detalhes como pontas e cavidades.




A aluna Karen Fermoselli, cujo projeto foi premiado no XI Congresso Interno de Iniciação Científica.
FONTE: ALVES FILHO, M. Material extraído de planta amazônica substitui fibra de vidro com vantagens: Patenteada, nova técnica possibilita a produção de plásticos reforçados e já pode ser transferida para a indústria. Edição 245 - de 22 a 28 de março de 2004. Disponível em: www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2004/ju245pag04a.html - 25k -


Vai ser preciso ainda muito tempo, difícil de definir em calendário, para o homem conhecer e dominar as riquezas escondidas no interior da maior floresta tropical do mundo. Mas elas aparecem. A transformação da planta curauá em papel, um dos mais recentes exemplos de como o homem pode aproveitar os recursos da natureza em benefício dos povos da floresta(...) (RAMALHO, 2005)

4 CONCLUSÃO
Presenciamos nestes últimos anos que, a procura por produtos naturais tem crescido em todo o mundo. A preocupação com o meio ambiente tornou-se obrigatória para a funcionalidade de algumas indústrias. O propósito dos setores industriais é a utilização de recursos naturais renováveis, que representem fonte alternativa de grande potencial econômico.
O uso de matérias-primas naturais a exemplo do curauá, vem sendo objeto de diversos estudos e pesquisas, por seu potencial na substituição de derivados petroquímicos. As fibras vegetais são úteis na indústria automobilística, para o revestimento interno de automóveis, ônibus e caminhões, e na construção civil.
5 REFERENCIAS

BRANDÃO, I.D. Pesquisas com curauá dão suporte à indústria. 2007. Disponível em:
www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2004/ju245pag04a.html - 25k

ALVES FILHO, M. Material extraído de planta amazônica substitui fibra de vidro com vantagens: Patenteada, nova técnica possibilita a produção de plásticos reforçados e já pode ser transferida para a indústria. Edição 245 - de 22 a 28 de março de 2004. Disponível em: www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/marco2004/ju245pag04a.html - 25k -

RAMALHO, E. A folha amazônica que virou arte, 2005. Disponível em:
www.rfi.fr/actubr/articles/068/article_124.asp - 49k -
Autor: Gladenice T. da Silva


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