AVALIAÇÃO CONTÍNUA DA APRENDIZAGEM: DESAFIO PARA OS EDUCADORES DO SÉC. XXI
1// INTRODUÇÃO
A avaliação da aprendizagem nestes últimos anos, toma lugar de destaque nos debates, nas análises, nos estudos e projetos que visam a reformulação dos currículos escolares com vistas a formar cidadãos mais preparados para atender as demandas impostas pelas NTICs deste mundo globalizado.
É notório o fato de que uma das maiores dificuldades com que o docente se depara no processo instrucional é quanto a avaliação da aprendizagem. Frente a uma avaliação ainda tradicional, o docente avalia quantitativamente seus educandos ao invés de avaliá-los qualitativamente. E, mesmo neste emaranhado de propostas e estudos já existentes de autores renomados, vê-se que algumas perguntas são constantes no cotidiano da docência. Perguntas como o que e como avaliar, por várias vezes ficaram sem respostas.
Este artigo tem por objetivo maior, elencar uma proposta de estudo e análise crítica sobre a avaliação da aprendizagem que venha servir para reflexão/ação sobre esse processo, cuja proposta implica em um posicionamento mais qualitativo frente à avaliação.
2 UM OLHAR ATENTO SOBRE A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Sem sombra de dúvidas, a avaliação é a tarefa mais difícil e delicada que a escola e seus educadores se deparam em seu processo pedagógico. O ensino aprendizagem é um processo que visa a aquisição de consideráveis graus de conhecimento e de habilidades que demandam mudanças de comportamento de todos os envolvidos neste processo e, a avaliação é tida como o principal elemento para a averiguação dos resultados pretendidos e/ou alcançados.
A avaliação oferece-nos ainda, ajuda pecuniária para que se possa alterar este processo caso os objetivos previstos não tenham sido alcançados com sucesso. Assim, nos lembra Turra (1975), que cabe ao professor a tomada de inúmeras decisões no que diz dos objetivos, conteúdos e procedimentos, porém a decisão de o que e como avaliar é tarefa que exige altíssimo desenvolvimento de conhecimentos e habilidades.
O ponto de maior realce na avaliação da aprendizagem recai a um padrão de competência pré estabelecidos em objetivos operacionais que se encontram de maneira bem clara em Turra (1975, p.224) “ a avaliação alcança seu significado maior quando realizada em função de objetivos. Os objetivos, com esse propósito devem ser formulados em termos de comportamento observável”. Neste sentido, o objetivo maior da avaliação e o acompanhamento de cada etapa do processo de aprendizagem dos indivíduos em formação, de maneira contínua, constante, gradual, cumulativa, coerente, cooperativa e participativa, onde a escola e o corpo docente a façam de forma adequada, variada, fidedigna e consciente dos limites e das possibilidades de tais técnicas aplicadas as práticas de avaliação, para que estas práticas não sejam consideradas fins e sim meios para alcançar tais objetivos.
3 AVALIAÇÃO COMO DESAFIO PARA A ESCOLA E PARA O EDUCADOR DO SECULO XXI
O educador do séc. XXI, depara-se com uma perspectiva de avaliação emancipadora a qual sugere a transformação do processo de avaliação em um espaço mais especial e raro que visa a construção da autonomia dos educandos numa busca constante pela transformação social. É mister que educadores e educandos busquem uma nova postura no ser e no fazer frente ao processo de avaliação, buscando novas metodologias que venham ampliar horizontes e auxiliar na autonomia, na criatividade e na criatividade dos indivíduos em formação.
Este século exige que o educador avalie de maneira mais abrangente observando e respeitando os fins e os objetivos. A avaliação deve ser diagnóstica e contínua em todos os níveis da vida do ser humano, independente de sua formação, da sua condição social e/ou da atividade que este ser humano desenvolve, para que haja no educando a transformação e a aquisição do conhecimento do saber para a superação dos erros, das dúvidas, para possibilitar e oportunizar aos indivíduos em formação, mais conformidade com o real e para torná-los mais capazes de atender as demandas e atuar numa sociedade tomada pelas NTICs. Esta nova era, propõe que a escola e seus educadores repensem o conceito de que ensinar é “transmitir conhecimentos” e, que repensem também o conceito de avaliação, pois neste contexto, Rodrigues (1985) relata que a escola quando avalia seus educandos, avalia o cumprimento de sua tarefa recuperando as deficiências e, avaliado o aprender dos educandos, ela avalia sua capacidade como escola e a capacidade de ensinar do seu corpo docente. Neste sentido, Rodrigues (1985) analisa a avaliação da aprendizagem levando em consideração o processo educativo global, numa visão já renovada e ampla.
4 AVALIAÇÃO TRADICIONAL X AVALIAÇÃO CONSTRUTIVA
A avaliação tradicional sempre privilegiou o caráter classificatório e comparativo, deixando os indivíduos às margens de uma sociedade excludente. Para uma avaliação mais consciente que atenda as necessidades do século XXI, a proposta de avaliação construtiva vem de encontro a atender as demandas e a superação dos desequilíbrios e desníveis dos educandos por meio de uma ação dialógica, mais crítica, interativa e participativa. Segundo Souza (1993), quando o educando participa da avaliação, ele passa a acreditar no seu potencial de ser humano. Assim, o significado maior da educação, passa a ser a promoção do ser humano auto-determinado como sujeito autônomo, capaz, crítico e participativo. Numa proposta de avaliação construtiva, quando educadores permitem aos seus educandos a auto-avaliação, estão confiando e acreditando na capacidade e na honestidade destes, que por sua vez, passam a sentir-se dignos de serem seres humanos. Conforme Hoffmann (1993), a avaliação tradicional, onde a prova é base para medir o conhecimento dos educandos, na maioria das vezes serve de instrumento de punição, onde educadores usam para vingar-se do mau comportamento dos seus educandos.
5 CONCLUSÃO
Frente ao exposto, faz-se necessário que a escola e seu corpo docente repensem urgentemente o modo de avaliar o indivíduo em seu processo de ensino-aprendizagem. Inúmeras reflexões e a busca por novas alternativas que pretendem romper com a avaliação tradicional remetem as escolas, seus educadores e educandos à rupturas consideradas fundamentais para que ocorram mudanças significativas no processo de avaliação.
A avaliação mais cabível ao processo de ensino-aprendizagem do educando é aquela que transcede o compromisso do educador mediante o ato de instruir, relacionando os conceitos de aprendizagem com a verdadeira finalidade da educação que é de contribuir para a transformação dos sujeitos em cidadãos.
6 REFERÊNCIAS
HOFFMANN, J. Avaliação mediadora. Uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação & Realidade, 1993.
RODRIGUES, N. Por uma nova escola: o transitório e o permanente na educação. São Paulo: Cortez, 1985.
SOUZA, C. P. e outros. Avaliação do Rendimento Escolar. São Paulo, Papirus, 1993.
TURRA,C. M. Godoy et alii. Planejamento de ensino e avaliação, PUC/ EMMA, Porto Alegre, 1975.
Autor: Gladenice T. da Silva
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