O Capital Intelectual como catalizador do desenvolvimento
O que se vê hoje é uma crescente homogeneização das empresas, existe uma grande quantidade delas em cada nicho de mercado com produtos e serviços muito similares, afinal, de um modo geral todos tem acesso às tecnologias e métodos de produção, sendo assim, o único grande diferencial que uma empresa ainda pode ter é a capacidade de inovação e de desenvolvimento dos seus colaboradores. Tive a oportunidade de vivenciar esta questão recentemente, depois que realizar um curso de TQM – Total Quality Management - incentivei a equipe da qual pertenço a implementar uma ferramenta de qualidade total em nosso ambiente de trabalho, um processo simples que gerou resultados notadamente positivos para nós mesmos e para nossos clientes; esta capacidade de perceber oportunidades de melhoria aliada às competências técnicas e ao comprometimento com os resultados da organização criam uma cultura de melhoria e aperfeiçoamento constante dos processos e métodos do negócio.
Percebemos então o grande potencial de geração de resultados e de diferencial competitivo que o capital intelectual possui, algo que se negligenciado hoje pode acabar reduzindo drasticamente a competitividade da empresa nos próximos anos, é imperativo que as organizações adotem urgentemente abordagens estratégicas que potencializem este importante instrumento, como, por exemplo, a identificação das core competences do negócio, criação de centros de treinamento constantemente atualizados e alinhados aos objetivos estratégicos, avaliação e reconhecimento, remuneração por competências e incentivos educacionais, pois ao demonstrar seu interesse, disposição e valorizando esta competência a empresa faz com que os próprios funcionários percebam a importância do desenvolvimento contínuo e passem a abraçar esta idéia, facilitando a aceitação desta pratica e criando um crescimento exponencial do capital intelectual.
Além dos notáveis benefícios sobre o aprimoramento das práticas do negócio, este instrumento gera também um “sub-produto”: A renovação empresarial. Ao desenvolver seus colaboradores, a empresa automaticamente os prepara para dar continuidade à própria organização, pessoas comprometidas com o negócio e em constante desenvolvimento acabam se tornando os talentos que tomarão conta da empresa no futuro, cria-se um sentimento de compromisso e a questão de gerenciamento de talentos acaba sendo facilitada. Um exemplo desta prática é a General Eletric, que possui um centro de ensino voltado para capacitação dos futuros executivos da empresa, a empresa é conhecida como uma “incubadora de líderes”, em recente entrevista Bill Conaty, diretor de Recursos Humanos da GE entre 1993 e 2007, afirmou: “Há forte comprometimento dos gestores seniores com o desenvolvimento de talentos. Capacitar os outros é visto como parte do trabalho dos líderes da GE”. O sucesso destas praticas se reflete no valor da marca da empresa, atualmente em US$71,4 bi - segundo a pesquisa “Brandz Top 100” que, dentre outros critérios, considera a “propriedade intelectual” -
Empresas como a GE perceberam a importância do capital intelectual como catalisador de desenvolvimento e renovação, o único recurso capaz de manter a competitividade e a sustentabilidade da organização no longo prazo, e implementaram estratégias focadas no desenvolvimento do capital intelectual da organização.
Fernando Bertol
Autor: Fernando Bertol de Moura
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