Interdisciplinaridade no Curso de Ciências Contábeis



Resumo

A prática da interdisciplinaridade no Curso de Ciências Contábeis é importante para que o futuro contador seja um profissional dotado de visão sistêmica da realidade e possa se constituir em um ser pensante e crítico, capaz de relacionar a prática contábil com outros ramos do conhecimento. Este trabalho tem por objetivo geral analisar a interdisciplinaridade como um resgate da educação integral do ser humano no curso de Ciências Contábeis em prol de uma visão sistêmica da realidade. São objetivos específicos: identificar a importância da interdisciplinaridade no curso de Ciências Contábeis, destacar a relevância da complexidade e integralidade na prática pedagógica da Contabilidade e compreender a necessidade da substituição da hiper-especialização pela interdisciplinaridade no Curso Contabilidade. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa. A pesquisa foi exploratória e buscamos evidenciar conceitos e idéias. Foi utilizada pesquisa bibliográfica. A análise dos dados coletados apresenta a relevância da interdisciplinaridade no curso de Contabilidade pela forte inter-relação da Contabilidade com outras áreas de conhecimento, demonstrando a necessidade de que conceitos, tais como tempo, espaço, dinâmica das transformações sociais e a consciência da complexidade humana sejam tratados de forma integrada, visando ao desenvolvimento de uma compreensão da realidade sob a ótica da globalidade e da complexidade. Concluiu-se que é incontestável o constante aprimoramento da prática educacional para a superação da fragmentação do conhecimento pela interdisciplinaridade, que poderá dotar o processo de ensino-aprendizagem de visão múltipla e indivisível.

Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Educação integral. Ciências Contábeis.

INTRODUÇÃO

Atualmente, muitos são os desafios e as incertezas que permeiam o contexto educacional tradicional. A nova ordem mundial traz desafios como a necessidade do retorno do ensino integral e confere grande importância à formação cidadã.
A universidade, para atender a esse desafio, precisa repensar o seu papel na atualidade e seguir em busca de um caminho transformador, que transcenda o método cartesiano e linear que ainda impera no seu interior. A visão cartesiana dotou o ensino de uma visão fragmentada da realidade, departamentalizou o conhecimento pelas várias áreas do saber, promoveu as especializações de forma excessiva e descaracterizou o ensino integral (AHMAD, 2008). Assim sendo, faz-se necessário que conceitos como tempo, espaço, dinâmica das transformações sociais, consciência da complexidade humana e da ética nas relações sejam tratados de forma integrada, visando ao desenvolvimento de uma compreensão da realidade sob a ótica da globalidade e da complexidade, numa perspectiva holística da realidade (MORIN, 2008).
Na era do conhecimento, há de se resgatar a integração entre os diversos ramos do saber pela prática da interdisciplinaridade no ensino superior, pois não há como dissociar as disciplinas dos diferentes cursos, uma vez que esta integração se converte num ponto central de um ensino integral e voltado para compreensão integral da realidade por parte do educando.
Na visão de Japiassu (1976, p. 57):

[...] a interdisciplinaridade aparece como o instrumento e a expressão de uma crítica interna do saber, como um meio de superar o isolamento das disciplinas como uma maneira de abandonar a pseudo-ideologia da independência de cada disciplina [...] bem como superar o fosso que ainda separa a universidade da sociedade.

Deste modo, a questão a ser respondida é: De que modo a interdisciplinaridade pode promover a mudança do ensino fragmentado no Curso de Ciências Contábeis?
A resposta pode ser dada com base no entendimento da relevância da interdisciplinaridade no curso de Ciências Contábeis e pela forte inter-relação da Contabilidade com outras áreas de conhecimento.
O presente estudo tem como objetivo geral analisar a interdisciplinaridade como um resgate da educação integral do ser humano no Curso de Ciências Contábeis, em prol de uma visão sistêmica da realidade. São objetivos específicos: identificar a importância da interdisciplinaridade no curso de Ciências Contábeis; destacar a relevância da complexidade e integralidade na prática pedagógica de Ciências Contábeis; compreender a necessidade da substituição da hiper-especialização pela interdisciplinaridade no Curso de Ciências Contábeis.
Nossa preocupação com a prática da interdisciplinaridade no Curso de Ciências Contábeis decorre do entendimento de que o futuro contador precisa ser um profissional dotado de uma visão sistêmica da realidade e se constituir em um ser pensante e crítico, capaz de relacionar a prática contábil com outros ramos do conhecimento.
A interdisciplinaridade proporciona o conhecimento integral na formação do contador, possibilitando-lhe sair da universidade preparado para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais exigente, e assim poder desenvolver habilidades relacionadas com as diversas áreas do conhecimento para ir em busca de soluções para os problemas organizacionais de forma pró-ativa, atendendo às diferentes demandas requeridas pelos diversos setores dentro das organizações.
De acordo com a natureza da investigação, a metodologia utilizada foi de natureza qualitativa, porque descreveu os vários elementos de um dado problema e analisou as variáveis, levando à compreensão do tema estudado, como sugere Richardson (1999). Quanto aos fins, a pesquisa foi exploratória, pois procuramos esclarecer conceitos para a elaboração precisa do problema.
O conteúdo está exposto em duas seções. Na primeira, apresentamos a revisão da literatura relativa à interdisciplinaridade, sua conceituação, importância para a Educação e a necessidade de seu retorno na Educação Superior. Retratamos a interdisciplinaridade como elemento de transformação do indivíduo e sua relação com o meio. A segunda seção demonstra a importância da interdisciplinaridade para o curso de Ciências Contábeis, abordando os desafios para o ensino da Contabilidade e os aspectos relevantes em relação ao Contador.

INTERDISCIPLINARIDADE

No mundo contemporâneo, as transformações sociais, políticas, econômicas e ambientais ocorridas têm colocado em questão não apenas as estruturas administrativas das universidades, mas também a forma de pensar a práxis pedagógica, que procura adaptar-se aos novos tempos, incluindo a interdisciplinaridade na formação dos educandos.

CONCEITO DE INTERDISCIPLINARIDADE

Qual a definição de interdisciplinaridade? Não há um consenso entre os estudiosos, pois a própria interdisciplinaridade não se encaixaria em um único conceito. Conforme Klein (2001), a interdisciplinaridade surgiu no século XX e são vários os seus conceitos e definições, como veremos a seguir.
Para Japiassu (1976, p. 74): “[...] a interdisciplinaridade se caracteriza pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas, no interior de um projeto específico de pesquisa.” Fazenda (2002, p. 40) diz:

Interdisciplinaridade é um termo utilizado para caracterizar a colaboração existente entre disciplinas diversas ou entre setores heterogêneos de uma mesma ciência. Caracteriza-se por uma intensa reciprocidade nas trocas, visando um enriquecimento mútuo.

Para a autora, este conceito remete à unicidade entre os saberes que a interdisciplinaridade propõe. Para Luck (1994, p. 63):

[...] interdisciplinaridade é o processo que envolve a integração e o engajamento de educadores, num trabalho conjunto, de interação das disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade, de modo a superar a fragmentação do ensino, objetivando a formação integral dos alunos, a fim de que possam exercer criticamente a cidadania, mediante uma visão global de mundo e serem capazes de enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade atual.

A autora evidencia a importância da interdisciplinaridade na formação dos educandos de forma a fazer da realidade seu objeto de estudo. Morin (2005a, p. 105) afirma:

[...] a interdisciplinaridade pode significar, pura e simplesmente, que diferentes disciplinas são colocadas em volta de uma mesma mesa, como diferentes nações se posicionam na ONU, sem fazerem nada além de afirmar, cada qual, seus próprios direitos nacionais e suas próprias soberanias em relação às invasões do vizinho. Mas interdisciplinaridade pode significar também troca e cooperação, o que faz com que a interdisciplinaridade possa vir a ser alguma coisa orgânica.

Entendemos, portanto, que a interdisciplinaridade remete ao conhecimento humano e leva a uma postura crítica na formação do ser, na construção do conhecimento.

IMPORTÂNCIA DA INTERDISCIPLINARIDADE PARA A EDUCAÇÃO

Diante da exigência de respostas rápidas face aos desafios impostos em todos os ramos do conhecimento, faz-se necessária a adoção de uma gestão universitária que prime pela desconstrução de um modelo arcaico de ensino baseado na fragmentação.
A partir do século XIX, principalmente com o advento do positivismo, o conhecimento foi fragmentado com a divisão das ciências, as especializações multiplicaram-se sobremaneira, de modo a separar as disciplinas em compartimentos estanques (JAPIASSU, 1976). Esse modelo permanece até os dias atuais, mas, diante das mudanças ocorridas no mundo, torna-se necessária sua revisão, para que se possa construir um modelo de educação capaz de assegurar a eficácia do ensino. A interdisciplinaridade tem sido vista como uma proposta que visa ao desenvolvimento de uma compreensão da realidade sob a ótica da complexidade. O pensamento complexo é assim definido por Morin (1980, p. 14):

É a viagem em busca de um modo de pensamento capaz de respeitar a multidimensionalidade, a riqueza, o mistério do real; e de saber que as determinações — cerebral, cultural, social, histórica — que impõem a todo o pensamento, co-determinam sempre o objeto de conhecimento. É isto que eu designo por pensamento complexo, numa perspectiva holística desta realidade.

Bochniack (2000) discorre sobre o que chama de caminhos da integração dos conteúdos, em que a interdisciplinaridade é vista como atitude de superação de todas e quaisquer visões fragmentadas e/ou dicotômicas/sedimentadas pelo modelo da racionalidade científica da Modernidade.
Corroborando o exposto por Bochniack (2000), Furlaneto (2000) afirma que a interdisciplinaridade assumiu um importante papel na educação brasileira, rompendo com as amarras construídas pelas rotinas escolares, que acabam por levar o educador a repetir sempre a mesma forma de transmissão do conhecimento. Segundo essa orientação, cada professor é encarregado de ministrar o conteúdo de determinada disciplina de forma rígida e linear. A autora percebe a interdisciplinaridade como o conhecimento produzido além das fronteiras. No momento em que as linhas fronteiriças deixam de ser estanques, passam a conter múltiplas possibilidades, tais como a flexibilização da integração de todos os ramos do conhecimento.
Na contemporaneidade, todavia, todos os ramos do conhecimento demandam o retorno da interdisciplinaridade na educação superior, como forma de transformação de um ensino fragmentado em um ensino complexo, em que educadores e educandos possam, juntos, construir um conhecimento integral de modo a resgatar as interseções entre os diversos campos do saber (BÜST, 2005).
Abordando a didática na perspectiva interdisciplinar, Fazenda (2006, p. 75, grifo da autora) afirma: “[...] a construção de uma didática interdisciplinar baseia-se na possibilidade da efetivação de trocas subjetivas.” Entendemos que essas trocas a que se refere a autora permitem a auto-educação, de forma a contribuir para o resgate do saber em sua totalidade. Ainda para Fazenda (2006, p. 17, grifos da autora), em decorrência do envolvimento das pessoas e das instituições com a responsabilidade individual: “[...] na interdisciplinaridade não se ensina, nem se aprende, mas vive-se, exerce-se.”
No propósito de alcançar a qualidade e a eficiência desejadas, o ensino superior deve buscar o processo de integração entre os cursos, por meio de um modelo de inter-relação disciplinar que funcione como ponto de convergência entre as várias disciplinas (SEVERO, 2006). Nessa perspectiva, um mesmo tema pode ser abordado por diferentes disciplinas, possibilitando uma multivisão, para que o educando passe a refletir de forma crítica.
Morin (2005a) declara que a hiper-especialização deriva de um sistema de ensino fragmentado, que permite que as disciplinas sejam compartimentadas, dificultando a associação dos diversos conhecimentos. A hiperespecialização dos conhecimentos provoca a ruptura da realidade, trazendo conseqüências que desprezam muito freqüentemente o contexto social e humano. Para o autor, o conhecimento só é pertinente quando se consegue contextualizar sua informação, globalizá-la e, ao mesmo tempo, situá-la em um todo.
A contextualização da informação é igualmente abordada na Contabilidade, na qual a dinâmica da abordagem sistêmica constitui-se em um pilar. Segundo Iudícibus e Marion (2002), a contabilidade congrega informações de natureza econômica, social, legal, fiscal e comportamental acerca da organização, procedendo, em seguida, a sua mensuração. Os relatórios contábeis finalizam essas informações de modo objetivo e uniforme, de modo que a Contabilidade apresente demonstrações confiáveis para seus usuários.
Dessa forma, Riccio e Sakata (2004, p. 36) afirmam:

Ao utilizar uma abordagem sistêmica da Contabilidade no mundo, percebe¬-se que a educação superior em Contabilidade é um sub-sistema do sistema mundial de contabilidade, por sua vez, formado por outros sub-sistemas: associações de profissionais, empresas, instituições públicas, órgãos regulamentadores, instituições de ensino, para citar alguns apenas, todos envolvidos na regulamentação, estruturação e propagação do conhecimento e da prática contábil no mundo.

A forte inter-relação entre a Contabilidade e a sociedade como um todo, apontada pelos autores, permite-nos inferir que a interdisciplinaridade pode resgatar a integralidade no Curso de Ciências Contábeis.
Do exposto decorre nossa preocupação com a prática da interdisciplinaridade no Curso de Ciências Contábeis, para que o futuro contador seja um profissional dotado de visão sistêmica da realidade e possa constituir-se em um ser pensante, crítico e capaz de relacionar a prática contábil com outros ramos do conhecimento.

NECESSIDADE DA INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Santos (2005) afirma que no século XX o conhecimento universitário foi tão somente disciplinar e que a autonomia estabeleceu um processo de produção descontextualizado do quotidiano das sociedades. Para o autor, o conhecimento pluriversitário é contextual, pois possui aplicação fora da própria universidade, de forma a propor resoluções para problemas. Seu resultado é uma partilha entre pesquisadores e utilizadores. Isto, entretanto, só é possível por meio de um planejamento integrado, que contemple a complementaridade entre as disciplinas e destrua as fronteiras estanques ainda existentes entre os diversos campos do conhecimento.
Ferreira (2005) discorre de forma lúcida sobre a integração de todos os elementos do conhecimento pela interdisciplinaridade e chama a atenção para o fato de que a interdisciplinaridade não é apenas isto, mas constitui-se em um movimento sem fim, de modo a criar constantemente outros pontos para discussão.
Assim sendo, faz-se necessário buscar superar a fragmentação do conhecimento, dotando o processo de ensino-aprendizagem de uma visão múltipla e indivisível, de maneira a impedir que o conhecimento se petrifique em uma mera reprodução, sem espaço para questionamentos, críticas e novas elaborações.
Este entendimento vai ao encontro do que defende Demo (2002), ao afirmar que a aprendizagem constitui-se em um fenômeno crítico consciente. Segundo este autor, para saber pensar é necessário possuir a autocrítica, bem como habilidade no questionamento crítico, de forma a entrever muito além das aparências, sem se permitir inserir o finalmente como forma definida e já pronta de pensamento.
Percebemos que a interdisciplinaridade oferece aos indivíduos a oportunidade de transformar-se, para que possam tornar-se aptos a compreender e se relacionar com o meio, de forma integrada e não mais fragmentada como ainda ocorre. Esta integração provoca uma sinergia entre os vários campos do conhecimento, de forma a gerar uma troca positiva. Ao se complementar, aproxima-os cada vez mais e fortalece a construção de um conhecimento integral no indivíduo.
A interdisciplinaridade, todavia, não condena a especialidade. Fazenda (2000) retrata isto ao afirmar que a interdisciplinaridade respeita a diversidade e, deste modo, permite a construção de um conhecimento plural. A interdisciplinaridade, portanto, reconhece os diversos ramos do conhecimento e permite trabalhar com a integração destes ramos, de forma a receber as contribuições de cada um deles. Com isto, a fragmentação é superada e é possível caminhar para a totalidade e a reciprocidade.
Do exposto, compreendemos que a educação superior, desenvolvida de modo interdisciplinar, proporciona a formação da cidadania. Consciente de sua responsabilidade para com a sociedade, o indivíduo pode assumir seu papel diante da complexidade, constituindo-se em sujeito ativo e responsável, buscando a superação e sendo capaz de modificar esta sociedade por meio de atos responsáveis e coerentes.

IMPORTÂNCIA DA INTERDISCIPLINARIDADE PARA O CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

A Contabilidade é uma ciência social aplicada e, como tal, interage com outras ciências. Sua importância no ensino de Ciências Contábeis é reconhecida, pois, por meio dela os educandos são levados a conhecer outras áreas do conhecimento que possam proporcionar-lhes um conhecimento sistêmico, tais como: Economia, Administração, Direito, Matemática, Estatística, Sociologia, Filosofia, dentre outras.
Deste modo, na contemporaneidade, os futuros contadores poderão atuar em um mercado de trabalho em que os profissionais são exigidos a exercer qualquer tipo de função nas organizações e não mais funções especializadas, como na Era Industrial.

DESAFIOS PARA O ENSINO DA CONTABILIDADE À LUZ DA INTERDISCIPLINARIDADE

O grande desafio da universidade é formar cidadãos conscientes de que as fronteiras entre as disciplinas devem ser extintas em um ato de coragem para um mundo melhor. No que tange ao Curso de Ciências Contábeis, este deve passar por modificações nas estruturas de seus Projetos Políticos Pedagógicos de forma a trazer a interdisciplinaridade contextualizada com a realidade atual, pois não há mais espaço para práticas antiquadas da Contabilidade neste novo milênio. O Contador já não é mais um simples “guarda livros”. Ao contrário, indo muito além das demonstrações financeiras, a Contabilidade hoje pode ser vista como um sistema informacional voltado para a tomada de decisão.
Marion (2001) revela a necessidade de que os métodos de ensino da contabilidade sejam diversificados, pois a abordagem inicial para estes métodos, relacionada ao processo de aprendizagem, foi a do aluno como agente passivo — ¬método tradicional de ensino. Para o autor, tornou-se inevitável a formação de profissionais dotados de visão crítica, sendo o educando o agente ativo do processo de ensino-aprendizagem.
Este entendimento remete a Maseto (2003), ao afirmar que os alunos devem ser os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem, enquanto o professor deve ser o mediador da aprendizagem. Neste sentido, Silva e Ramos (2008) alertam para um novo paradigma da educação, em que, no processo de ensino-aprendizagem, o professor atua como mediador enquanto o aluno, como sujeito ativo, é construtor de seu próprio conhecimento e as formas de raciocínio são pautadas em aspectos globais, fazendo com que este aluno seja capaz de conviver em uma sociedade em constantes transformações. As autoras afirmam que todo esse processo é permeado por uma prática interdisciplinar e pressupõe a compreensão de todas as facetas da realidade.
O exposto coaduna-se com o que diz Furuta (2007), quando afirma a necessidade de ruptura com o ensino tradicional pela vontade de geração de uma ação pedagógica interdisciplinar, voltada para o aluno, na qual este é sujeito envolvido no processo, de modo a estimular a formação de cidadãos. Assim, a interdisciplinaridade leva o educando à compreensão da realidade de modo total, crítico e articulado com outras áreas do conhecimento, para que possa desenvolver a capacidade de criação de novos conhecimentos, tornando-se o pilar na construção do conhecimento integral, capaz de destruir as fronteiras entre as disciplinas. Nesse sentido, Morin (2005b) defende a dialogicidade, bem como o conhecimento promovido pela integração entre as partes, como forma de transmutação da rigidez no processo educativo.
Demo (2002), por sua vez, refere a necessidade de existir uma dinâmica que envolva um modo inovador de vir a ser, ou seja, algo não linear, mas que inova com o passar do tempo e não fique preso em estruturas. Como diz o autor: “[...] resistir ao tempo é uma forma de submeter-se ao tempo” (DEMO, 2002, p. 14-15). Para o autor citado, a dinâmica criativa é uma das características da complexidade e é “[...] aquela que avança no imprevisível, está além do que poderíamos vislumbrar no momento, ultrapassa o horizonte do desconhecido” (DEMO, 2002, p. 15). A complexidade é, portanto, pertencente ao conhecimento científico e permite que algo novo se configure na educação, partindo-se para a não linearidade, também como característica da complexidade, em que a relação entre o todo e as partes é, ao mesmo tempo, de autonomia e dependência.
Para o autor, linearidade conduz a uma formação instrucionista, ou seja, o aluno apreende o conteúdo apenas como reprodução do que foi dado em sala de aula, em uma atitude meramente de submissão. Afirma o autor:

Conhecimento é tratado como mercadoria de se adquire [...], é repassado por meio de processos instrucionistas ostensivos, dificilmente é reconstruído, tornando-se o diploma o reconhecimento oficial de que o aluno assimilou a carga curricular prevista. Ao final, não sabe manejar conhecimento com mão própria, não sabe pensar, não sabe inovar seu próprio conhecimento (DEMO, 2002, p. 125).

Nesse sentido, Fazenda (2005, p. 16) afirma que “[...] os currículos organizados pelas disciplinas tradicionais conduzem o aluno apenas a um acúmulo de informações que de pouco ou nada valerão na sua vida profissional [...]”
Diante de tal perspectiva, é importante que os educadores colaborem para o desenvolvimento de uma abordagem integrada e coordenada na implementação dos currículos escolares, para que estes venham a possuir disciplinas que levem aos educandos o conhecimento integral dentro da Contabilidade e não apenas currículos engessados, que apenas permitam ao aluno “assimilar” o seu conteúdo. Assim, deve se configurar em um projeto político interdisciplinar, voltado para a formação cidadã. Desse modo, Freire (2007a) adverte para a importância da tomada consciente de decisões no ato de ensinar, destacando a intervenção do professor educador nas mudanças sociais, sob a forma de intervenção na realidade. É o que ele chama de “[...] tarefa incomparavelmente mais complexa e geradora de novos saberes [...]” (FREIRE, 2007a, p. 77). É necessária, portanto, uma prática pedagógica que leve não somente ao cumprimento do currículo, com conteúdos estanques, mas que provoque no aluno a sede do saber, com conteúdos afinados com sua realidade.
Desta maneira, entendemos que a interdisciplinaridade no Curso de Ciências Contábeis atende à necessidade de substituir a especialidade pela complexidade, construindo a inter-relação entre as partes, para formar um todo na busca pelo conhecimento integral do futuro contador. É uma forma de geração de novos conhecimentos, ao mesmo tempo em que promove a unicidade entre os vários campos do saber, contribuindo para a superação da fragmentação do ensino.

A INTERDISCIPLINARIDADE E O CONTADOR

A importância da interdisciplinaridade para o curso de Ciências Contábeis encontra respaldo na necessidade de colocação do futuro Contador no mercado de trabalho, cuja dinâmica, na atualidade, requer das organizações um controle interno gerencial cada vez mais acurado, bem como um controle externo que satisfaça às exigências fiscais e legais.
O contador com visão interdisciplinar deve estar atento aos processos de mudanças nos ambientes internos e externos das organizações, para que possa fornecer, de forma confiável, ágil e temporal, relatórios gerenciais a todos os níveis organizacionais para as tomadas de decisão, de modo a minimizar os riscos e otimizar as oportunidades.
Outrossim, pautados no currículo interdisciplinar que permeou sua formação, esses profissionais poderão relacionar a teoria adquirida na universidade com a realidade, devendo nela intervir em um processo de mudança social, com foco na cidadania e em uma educação fortalecida pela complementaridade entre as disciplinas estudadas.
Neste sentido, a interdisciplinaridade assegura a compreensão da complexidade, pois cada disciplina segue sua própria metodologia e cada conhecimento se revela ao todo, na busca do que as disciplinas possuem de comum, fazendo o profissional contábil compreender sua relação com o mundo. Para Japiassu (1976, p. 54):

[...] há uma demanda crescente por parte daqueles que sentem mais de perto a necessidade de uma formação profissional: a interdisciplinaridade responde à necessidade de formar profissionais que não sejam especialistas de uma só especialidade.

Deste modo, ao compreender a sua relação com o mundo, o profissional contábil poderá intervir na realidade, tal como anuncia Freire (2007b, p. 30), ao afirmar: “O homem que compreende sua realidade, pode levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções.” Assim, a interdisciplinaridade vai muito além da quebra de fronteiras entre as disciplinas, pois prepara o indivíduo para a vida e para a convivência na sociedade.
Vemos que é necessária a modificação da postura rígida ainda encontrada nas universidades, de modo a levá-las a integrar-se com o ambiente, para se converterem em lugar em que as trocas de experiências dos mais diversos ramos do saber irão enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. Só assim terá fim a hiper-especialização derivada da fragmentação, como já vimos, e os educadores poderão voltar-se para a dinâmica da realidade atual, de forma a transmitir o conhecimento contábil de forma integrada com as outras áreas afins.
Neste sentido, o Ministério de Educação e Cultura (MEC), de acordo com a Resolução 04/97 (BRASIL, 2006, p. 1), traçou as diretrizes para os cursos universitários, sugerindo perfis para os egressos dos cursos de Ciências Contábeis:

Competências e habilidades:

a. ser proficiente:
• no uso da linguagem contábil, sob a abordagem da teoria da comunicação;
• na visão sistêmica, holística e interdisciplinar da atividade contábil;
• no uso de raciocínio lógico e crítico-analítico para a solução de problemas na elaboração de relatórios que contribuam para o desempenho eficiente e eficaz de seus usuários;
• na articulação, motivação e liderança de equipes multidisciplinares para a captação de dados, geração e disseminação de informações contábeis.

b. ser capaz de:
• desenvolver, analisar e implantar sistemas de informação contábil e de controle gerencial;
• exercer com ética as atribuições e prerrogativas que lhes são prescritas por meio de legislação específica.

Conforme a Resolução supracitada, percebemos a necessidade de o futuro profissional contábil obter na sua formação acadêmica um conjunto de competências e habilidades que irão nortear as suas atividades, de modo interdisciplinar. Com isto, o futuro contador pode ter condições de exercer sua profissão de forma sistêmica, buscando soluções para as questões da realidade.
Sá (2008) compreende a interdisciplinaridade como imprescindível no ensino da Contabilidade. Conforme o autor, não é possível ter uma sensibilidade total acerca dos acontecimentos da riqueza das organizações sem possuir uma visão geral. O autor traz ainda a holística como fator importante para a Contabilidade, quando afirma: “[...] cada vez mais é holístico o método contábil, ou seja, vai abrangendo sempre mais disciplinas.” (SÁ, 2008, p. 1).
Iudícibus (2000) reafirma a importância da interdisciplinaridade na formação do profissional contábil, ao referir a necessidade de o contador manter-se atualizado não apenas com sua profissão, mas deve expandir seu conhecimento para outros assuntos que influenciam no ambiente, tais como assuntos econômicos, sociais e políticos.
Passos (2004) observa a falta de propostas voltadas para a interdisciplinaridade nos estudos sobre o ensino contábil no Brasil, tais como: grades curriculares dos Cursos de Ciências Contábeis que tendem a ser iguais aos Cursos de Administração e Economia até o quarto semestre (nenhumas das grades dos cursos pesquisados pelo autor apresentou característica interdisciplinar), bem como baixo nível de relacionamento entre as disciplinas.
Diante do exposto, faz-se necessário que a fragmentação ainda existente dentro das universidades, que segrega os diversos tipos de conhecimento, passe por um processo de integração, para que, deste modo, possa haver uma harmonia entre estes dois pólos — a fragmentação e a interdisciplinaridade — que ainda permanecem distintos, desfavorecendo o processo educacional.
A interdisciplinaridade, portanto, proporciona o conhecimento integral na formação do contador, para que este profissional possa concluir seu curso superior preparado para enfrentar o mercado de trabalho, cada vez mais exigente e, assim, possa desenvolver habilidades relacionadas com as diversas áreas do conhecimento, na busca de soluções para os problemas organizacionais de forma pró-ativa, atendendo às diferentes demandas requeridas pelos diversos setores dentro das organizações.
A percepção da importância da educação interdisciplinar para o Contador permite-nos defender que o Curso de Ciências Contábeis não deve enfocar apenas os temas contábeis, mas deve procurar estar em permanente consonância com outras áreas do conhecimento. Portanto, entendemos que, sob a ótica da interdisciplinaridade, os cursos de Ciências Contábeis devem procurar formar profissionais dotados de visão sistêmica e holística da realidade e de pensamento crítico e ao mesmo tempo contextualizado. Consoante a isto, estarão aptos a exercer sua profissão nas instituições públicas e privadas, permanecendo atuantes em qualquer setor da economia, de forma a contribuir para o desenvolvimento social e econômico dessas instituições.

CONCLUSÃO

A bibliografia consultada permitiu-nos perceber a relevância da interdisciplinaridade no curso de Contabilidade pela forte inter-relação desta ciência com outras áreas do conhecimento, demonstrando a necessidade de que conceitos, tais como tempo, espaço, dinâmica das transformações sociais e consciência da complexidade humana sejam tratados de forma integrada, visando ao desenvolvimento de uma compreensão da realidade sob a ótica da globalidade e da complexidade.
Ao tentarmos responder de que modo a interdisciplinaridade pode promover a mudança do ensino fragmentado no Curso de Ciências Contábeis, deparamo-nos com a dificuldade de dissolução de barreiras entre as disciplinas. Com isso os currículos permanecem estanques, além de não fortalecerem a formação do contador de modo dinâmico, integral e complexo, necessária a um curso que deve levar ao educando uma visão integral, que o prepare para a cidadania e para uma vida socialmente responsável.
Foi possível identificar que a interdisciplinaridade é importante no curso de Ciências Contábeis, porque proporciona ao futuro contador uma visão sistêmica da realidade, constituindo-se em ser pensante e crítico, para que possa intervir nesta realidade, modificando-a, pelos conteúdos que contenham significado realmente válido para a modificação de cada realidade.
A relevância da complexidade e integralidade na prática pedagógica de Ciências Contábeis ficou evidente ao verificamos a existência de uma grande lacuna entre a prática do ensino contábil e a interdisciplinaridade, como meio para que a Contabilidade possa manter inter-¬relação com outros campos do saber, e a existência de uma forma fragmentada de construção do conhecimento contábil, com currículos que não privilegiam a realidade como objeto de estudo, mas apenas a forma tecnicista de passar os conteúdos aos futuros contadores.
Foi possível compreendermos a necessidade da substituição da alta especialização pela interdisciplinaridade no Curso de Ciências Contábeis e também que é incontestável a necessidade do constante aprimoramento da prática educacional de modo a alcançar resultados expressivos, por meio da interdisciplinaridade.
Concluímos que é necessária a busca pela transformação da fragmentação do conhecimento por meio da interdisciplinaridade, dotando o processo de ensino-¬aprendizagem de uma visão múltipla e indivisível, de maneira a impedir que o conhecimento se petrifique mediante a mera reprodução, sem espaço para questionamentos, críticas e novas elaborações. É incontestável a necessidade de constante aprimoramento da prática educacional para a superação da fragmentação do conhecimento, e que a interdisciplinaridade poderá dotar o processo de ensino-aprendizagem de visão múltipla e indivisível.
Este tema tão amplo e complexo não se esgota neste estudo e sempre haverá espaço para novas pesquisas que aprofundem o conhecimento numa área de vital importância para a prática docente.

REFERÊNCIAS

AHMAD, Fernanda Broll Carvalho. Educação para valores: uma alternativa para a convivência humana. Revista do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, n. 58, p. 1-65, maio/ago. 2006. Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2008.
BOCHNIACK, Regina. Formação de professores, novas tecnologias, interdisciplinaridade e pesquisa: algumas questões que se apresentam aos sujeitos da história, na atualidade. In: QUELUZ, Ana Gracinda (Org.). Interdisciplinaridade: formação de profissionais de educação. São Paulo: Pioneira, 2000. p. 57-84.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Resolução 04/97. Disponível em: . Acesso em: 15 out. 2006.
BÜST, Clarice Schmidt. Interdisciplinaridade: uma prática pedagógica em implantação no colégio Tupy. 2005. 96 f. Dissertação (Mestrado em Educação e Cultura) – Centro de Ciências da Educação, Faculdade de Educação, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.
DEMO, Pedro. Complexidade e aprendizagem: a dinâmica não linear do conhecimento. São Paulo: Atlas, 2002.
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. A avaliação no pós-graduação sob a ótica da interdisciplinaridade. In: QUELUZ, Ana Gracinda (Org.). Interdisciplinaridade: formação de profissionais de educação. São Paulo: Pioneira, 2000. p. 24-55.
______. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologias. 5. ed. São Paulo: Loyola, 2002.
______. Práticas interdisciplinares na escola. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
______. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. 13. ed. São Paulo: Papirus, 2006.
FERREIRA, Sandra Lúcia. Introduzindo a noção de interdisciplinaridade. In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Práticas interdisciplinares na escola. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 33-35.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança: saberes necessários à prática educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007a.
______. Pedagogia da autonomia: 35. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007b.
FURLANETO, Ecleide Cunico. O papel do coordenador pedagógico na formação contínua do professor: dimensões interdisciplinares e simbólicas. In: QUELUZ, Ana Gracinda (Org.). Interdisciplinaridade: formação de profissionais de educação. São Paulo: Pioneira, 2000. p. 85-100.
FURUTA, Susy Maria Zewe Coimbra. Ambientes virtuais de aprendizagem - educando para a autonomia e incentivando a interdisciplinaridade. Trabalho apresentado ao 15º. EPLE - Encontro de Professores de Línguas Estrangeiras do Paraná. Curitiba, 2007.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. São Paulo: Atlas, 2000.
______; MARION, José Carlos. Introdução à teoria da contabilidade para o nível de graduação. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
KLEIN, Julie Thompson. Ensino interdisciplinar: didática e teoria. In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (Org.). Didática e interdisciplinaridade. 6. ed. Campinas: Papirus, 2001. p. 109-132.
LUCK, Heloisa. Pedagogia interdisciplinar: fundamentos teóricos-metodológicos. Petrópolis: Vozes, 1994.
MARION, José Carlos C. O ensino da Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MASETTO, Marcos Tarciso. Competência pedagógica do professor universitário. São Paulo: Summus, 2003.
MORIN, Edgar. O método II – a natureza humana. 2. ed. Portugal: Publicações Europa-América, 1980.
______. A ciência, o imaginário e a educação. Entrevista. Disponível em: . Acesso em: 17 nov. 2008.
______. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005a.
______. Ciência com consciência. 8. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005b.
PASSOS, Ivan Carlin. A interdisciplinaridade no ensino e na pesquisa contábil: um estudo do município de São Paulo. 2004. 165 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
RICCIO, Edson Luiz Riccio; SAKATA, Cristine Gramacho. Evidências da globalização na educação contábil: estudo das grades curriculares dos cursos de Graduação em universidades brasileiras e portuguesas. Revista Contabilidade & Finanças (Universidade de São Paulo), São Paulo, n. 35, p. 35-44, maio/ago. 2004.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
SÁ. Antonio Lopes de. Entrevista. Prof. Antonio Lopes de Sá. Administrador, contador e economista, catedrático na área contábil. Controladoria Geral do Município do Rio de Janeiro, Ano X, n. 49, p.1, jan./fev. 2003. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2008.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
SEVERO, Silvani Botlender. A transdialógica na integralidade da atenção a saúde: a organização da saúde e a saúde da organização. 2006. 61f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social e da Personalidade) – Faculdade de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2006.
SILVA, Jovina da; RAMOS, Maria Monteiro da Silva. Prática pedagógica numa perspectiva interdisciplinar. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2008.
Autor: Maria Alice Porto


Artigos Relacionados


Japiassú E Margaret Shäffer: Dois Olhares Sobre A Interdisciplinaridade

Interdisciplinaridade: Uma Nova Atitude Docente

Interdisciplinaridade

A Interdisciplinaridade Como Um Movimento Articulador No Processo Ensino-aprendizagem

Interdisciplinaridade E Contextualização No Ensino De Geometria: O Número De Ouro E A Divina Proporção

Interdisciplinaridade

Metodologia Do Estudo De CiÊncias ContÁbeis