Justiça
Em processo, ela caminha, arrastando velhas muletas.
Vivemos num País, onde os pequenos sobrevivem por sorte.
Não temos pena de morte, senão, viveríamos numa rinha:
Só morreria ladrão de galinha.
Haja óleo de peroba, para encerar a cara do cinismo!
E viva o nepotismo, enquanto crescem as filas do
Desemprego.
O básico é a cesta básica: Muita farinha e fubá, que o que dá para comprar, e nas câmaras, longe das câmeras, continua rolando o jabá.
Como falar que o básico é a educação, enquanto a burrice de gravata abre a boca em bravatas, com as mãos no mensalão?
E, lá vai ela, cega e caduca, dobrando as esquinas, em meio às propinas.
Não vê, não ouve, nem sente, sentenciando inocentes a assistir de mãos algemadas as CPIs que não dão em nada.
O silêncio come, faz tempo, desde a época do império, mas
Só dizem impropérios, quando algum anjo deixa o rabo de fora.
Então, a incauta senhora, apresenta seus representantes eloqüentes, dizendo não ser conivente com o mau cheiro exalado.
Mas esta sabida senhora sabe que o povo não entende direito
os decretos estabelecidos.
Assim, seguem-se os comensais e os urubus comendo mais, no banquete dos eleitos.
Autor: Arlete de Andrade
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