A educação que nos desafia
Não precisa enxergar muito para se ver como o ensino vem sendo deixado de lado, pior, deteriorado. Quando se fala de ensino superior, no sucateamento das universidades públicas de renome como a USP (Universidade de São Paulo), UNICAMP (Universidade (Federal) de Campinas) e UNESP (Universidade Estadual Paulista). Já no ensino de base, o pouco e mal direcionado conteúdo, a baixa estima dos professores, com salários irrisórios, é agravada no ensino médio com uma grande parte de estudantes sem estímulos por terem de enfrentar um uma jornada dupla e sem motivação. Esses fatos respondem por si e podem muito bem falar em nome da situação de absoluto pouco caso com a educação do Brasil contemporâneo.
Quando vemos quase que um “pisoteamento” para se conquistar uma misera vaga, aparentemente não damos conta de que não há vagas suficientes e que estamos claramente incitando uma disputa covarde e desleal entre estudantes de grandes colégios particulares e “futuros acadêmicos” de universidades privadas, oriundos de um ensino público penoso e deprimente sem qualquer normatização que se possa garantir uma disputa menos rasteira. E já que estamos falando de vagas, na raiz do problema temos a disputa anual de mães por vagas em escolas infantis, as ditas creches, isso, nas cidades onde o poder público oferece. A impressão que temos é que essas vagas são realmente de graça, o que não é verdade, afinal, uma educação de qualidade para todos os cidadãos está garantida por lei e, melhor ainda, está paga por todos.
Quando falei em “futuros acadêmicos” de universidade privada, ao tratar estudantes de escolas públicas, é que tenho a certeza e, estou me valendo com números, que a mássica maioria dos estudantes de escolas publica são obrigados, por força da razão, a ingressar em uma universidade com fins lucrativos, o que não seria de todo mal se não tivéssemos um novo curso superior aberto a cada semana e uma fiscalização mais séria por parte do MEC.
A educação brasileira mudou de endereço, abriu vagas em universidades, abriu vagas em escolas públicas e também abriu mão da qualidade do ensino.
Autor: Marcel Scinocca
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