UM GRANDE ERRO DE AVALIAÇÃO



Quanto mais leio, buscando entender as “NORMAS TÉCNICAS” do MINISTÉRIO DA SAÚDE, mais preocupada fico.
O que está por traz de tudo isto? Não pode ser simples ignorância... Mas seria intencional?
Mas qual o interesse de pôr em risco a vida da população; não de uma cidade ou de um estado, e, sim, de todo o País?
Alguém está ganhando com isto? Certamente.
E quem perde somos nós – população brasileira –, muitos dos quais assistindo inertes os absurdos praticados contra nossa saúde, contra nosso direito à Saúde, garantido pela Constituição Federal.
Lendo novamente o artigo do Dr. Helder Antônio Agostini de Matos, no jornal O GLOBO do dia 04/02/2008, “Batalha Perdida”, sobre seu trabalho realizado na Amazônia, garantindo a saúde dos trabalhadores do campo de petróleo do Rio Urucu, em plena Floresta Amazônica, com milhares de criadouros propiciados pelas mudanças anuais de cursos dos rios e uma imensidão de árvores gigantescas, que podem abrigar centenas de poças d’água, o Dr. Hélder recrutou e treinou o pessoal em convênio com a extinta SUCAN.
Como ele realizou tal trabalho na floresta?
Utilizou o UBV, o velho “fumacê” e, conforme suas palavras “com pleno sucesso nas estradas e nos acampamentos em terra batida do Urucu, nos finais de tardes, mornas e úmidas, permitindo que milhares ali trabalhassem e vivessem sem qualquer episódio de contaminação”!
Nesse artigo ele conta sobre sua profunda tristeza ao se deparar com o Rio de Janeiro e o resto do País “se confrontando com casos de dengue e infestação pelo vetor, imbatível, desde aquela época! Surpreendeu-me que por aqui se estivesse valorizando tanto a busca de criadouros e se combatesse de forma tão débil o vetor adulto... Ao longo de mais de uma década tenho observado esse paradoxo e as manchetes sobre a dengue falam por si. Não preciso dizer mais nada, além da constatação, ao me encontrar hoje com um profissional de saúde, agora em seu segundo episódio de dengue, com manifestações hemorrágicas: apesar do sucesso com uso de fumacê por aqui, em décadas e situações anteriores, o Rio e nossas cidades estão menosprezando aquilo que a Amazônia nos forçou a fazer a partir de incertezas diante de sua vastidão, já que a borrifação de inseticidas não teria como cobrir todo o campo operacional de maneira lógica e racional”.
Quando, há 20 anos se fazia o controle correto dos vetores alguns eram, eventualmente, infectados ao adentrarem nas matas.
Dr. Hélder analisa que estas últimas “duas décadas do modelo atual de controle do Aedes demonstram que "algo mais" merece ser feito! Já ouvi em congresso que o tamanho da gotícula dos borrifadores era um empecilho para seu melhor uso nesta cidade, lá longe, no início dos anos 90!”
Mais adiante, em seu artigo, diz ainda: “Por favor, não queiram me convencer que o modelo atual é eficiente, que não temos outra alternativa, sem também atacar os insetos adultos... Isso requer estratégias, gastos, dirão alguns, mas por que ainda não fazemos? Vamos continuar assistindo a manchetes diárias com mortes e aumento do número de casos por mais quantas vezes e décadas?”
Este artigo do médico Hélder, “BATALHA PERDIDA” me fez ver que não estou só nesta luta. Mesmo percebendo que o mosquito tem muitos e poderosos... Cúmplices (?), que o protegem...
Autor: Beatriz Antonieta Lopes


Artigos Relacionados


Vetores E ControvÉrsias...

MÍdia Para Agradar Os Donos Do Poder

O Presidente Lula, A Dengue E A Febre Amarela

Controle De Insetos Vetores Patogenicos Ao Homem

OpiniÃo

Dengue: Omissão Vai Gerar Responsabilidade

Analisando MatemÁticamente....