Quando o leite azeda é hora de demitir
Talvez tenha ficado lá desde novembro por negligência minha ou por parte das outras pessoas que também administram a cozinha. Pior. Na realidade o que aconteceu é que não soubemos gerir nossos recursos de maneira adequada, havendo assim um desperdício. Mas, como diz o ditado, “Não adianta chorar sobre o leite derramado”, não é?
Bem, trocando leite por consultoria, saiba que em muitas empresas acontece a mesma coisa. O colaborador cuja “validade” já venceu há muito tempo permanece lá no cantinho, escondido no “armário”. Entende-se por validade não a idade do colaborador ou o seu tempo de casa, mas sim o desgaste da relação entre ele e a empresa, do tesão que sente em trabalhar e fazer parte.
Morreu a motivação. E, durante esse processo de luto, não existe produtividade, desperdiçando-se recursos financeiros e energia. Inúmeras foram as conversas; palavras cortantes foram ditas. Houve choro e muita emoção... Até quando se pode sustentar o insustentável?
Por mais que um indivíduo não feda nem cheire, ele ocupa o espaço de outro. Um profissional cheio de gás e motivado para trabalhar com mais energia e disposição pode estar batendo à porta. Há pessoas que definitivamente precisam ir embora para evoluírem em outro lugar. Quem fica necessita praticar o desapego e se preparar para receber gente nova.
Quem disse que demitir pessoas é fácil ou divertido? Talvez alguém muito perverso pense assim. Contudo acredito que a maioria de nós entenda esse momento como difícil e doloroso.
Demitir não é simples, mas manter gente improdutiva é mais penoso do que se imagina. Se for inevitável, não prorrogue.
Juntando tudo, voltemos todos ao mercado: a empresa para renovar seu quadro, o demitido para buscar uma nova colocação e eu, Débora, para aconselhar (e claro, no meu caso, também para comprar mais leite).
Autor: Débora Martins
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