Um Fusca e muito aprendizado
Para que ninguém o roubasse, era preciso arrancar o cabo do distribuidor. É, malandro! Truque que aprendi com meu irmão Rogério.
Mas antes que você questione, naquela época, sim, roubavam-se Fuscas e Brasílias... Hahaha!
Ontem senti saudade de pilotá-lo novamente; Quase, quase peço ao meu vizinho. Mas não dá, o dele é de colecionador. Ui!
A modernidade às vezes cria uma distância muito grande das coisas que já nos foram úteis. É como se o velho tivesse que ser incinerado para dar lugar ao novo quase que imediatamente. Nalguns casos concordo, principalmente com relação a carros.
Seu Orlando, meu vizinho, dono do Fusca, tornou-se um dos meus mentores. Primeiro passei a admirá-lo por sua determinação em cuidar do seu Volks; depois pelas histórias de luta e sucesso.
Assim como os carros os seres humanos têm suas histórias, seus méritos, seus prêmios e muita quilometragem rodada. Entretanto, o mais interessante não está no brilho do capô, e sim nas histórias das viagens cheias de aventura e aprendizado.
Quase que me esqueço: Uma vez fomos para a praia em onze dentro do Fusca... Onze, acredita?
Autor: Débora Martins
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