Quando o Viagra se torna uma armadilha - parte III



A terceira grande armadilha do Viagra é formada pelos aspectos financeiro e hormonal. Uma tem íntima relação com a outra, pois necessitados de reposição hormonal gastam com a "azulzinha", às vezes sem indicação. Relembro que as duas armadilhas anteriores são: as mudanças de comportamento em homens idosos que precisam do medicamento (infidelidade conjugal, doenças sexualmente transmissíveis e filhos indesejados) e o uso por parte daqueles que teoricamente não deveriam estar tomando em função de problemas emocionais e da baixa faixa etária (adolescência e idade adulta abaixo do 45-50 anos).

Por se tratar de uma classe de medicamentos que pode restabelecer melhores ou ideais condições para o ato sexual, a demanda é fatalmente grande. Uma lei natural de mercado diz que quando a necessidade é grande o valor é elevado. Em cima disso, os laboratórios farmacêuticos lucram bilhões de dólares com seus produtos "mágicos". Conheço histórias que beiram o ridículo, cujo usuário chegou a se desfazer de bens materiais para sustentar os gastos impingidos pelo elevado custo dos comprimidos.

Outros, menos abastados, recorrem ao que se denomina "viagra genérico", produzidos no Paraguai e sem nenhuma garantia de segurança e eficácia. Sabe-se lá de que esses tais comprimidos genéricos são feitos. Imagino que sejam fabricados sem licença ou que seja produto de roubo de cargas durante o transporte do mesmo pelo país. Não quero pensar na possibilidade de o produto ser desviado por funcionários do fabricante legal para fins de comércio ilícito. Com esse jeitinho (brasileiro ou paraguaio) e a um custo 50 a 70% menor, o usuário pode ter acesso ao que chamam de "viagra paraguaio".

Sob o ponto de vista hormonal, muitos homens - após a 5ª ou 6ª década de vida - podem apresentar uma lenta e progressiva queda nos níveis sanguíneos do principal hormônio masculino, a testosterona, produzida em sua quase totalidade pelos testículos (cerca de 5% são sintetizados pelas glândulas adrenais, situadas logo acima dos rins). Em níveis críticos, esse hormônio, além de gerar fadiga crônica, diminuição da força física, alterações do humor (depressão e irritabilidade), redução da massa muscular, flacidez e perda de pelos, também reduz o desejo sexual, conhecido como libido.

E, com a diminuição da libido, mas não sua ausência, há uma dificuldade para que estímulos adequados ocorram e que permitam uma ereção satisfatória. A verdade é que muitos homens estão tomando Viagra e congêneres, mas, talvez, nem precisassem. A avaliação sanguínea dos níveis da testosterona é um procedimento simples e a reposição do hormônio pode ser feita sem dificuldades pelo paciente, que não só poderá recuperar a ereção, mas ter de volta melhores condições físicas, mentais e psicológicas decorrentes dessa conduta. As contraindicações à reposição da testosterona se resumem a portadores de câncer de próstata ou que tenham expressiva carga hereditária para desenvolvê-lo.

É oportuno ratificar que o uso concomitante de medicamentos vasodilatarores penianos (Viagra, Cialis, Levitra, Helleva ou Vivanza) com drogas para problemas coronarianos, conhecida como nitratos, representa risco de morte. A possibilidade de se desenvolver uma queda abrupta de pressão arterial, seguida de falha cardíaca e dano da função cerebral, chegando muitas vezes ao falecimento, é considerável. Sempre é recomendável ouvir a opinião de um médico especializado.
Autor: Carlos Bayma


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