O mercado financeiro não é o vilão da crise!



O mercado financeiro não é o vilão da crise!

Perceba ao seu redor, boa parte da riqueza que todos (que criam riquezas) possuem hoje ao seu alcance e sob seu domínio vem desse capitalismo que atualmente salva mais florestas do que muitas tribos indígenas, pois derrubam, mas plantam ( as boas Cias.) ao contrário de muitos madeireiros informais por ai.
Bom voltando ao mercado, pensem nessa frase: União para o progresso.
Toda criação, evolução, geração e transformação de matérias ociosas em riquezas, que são desejados sem exceções por qualquer povo da terra, é produzido a custos viáveis com essa união de trabalho e capitais.
Não esqueçamos que toda riqueza e tecnologia que temos hoje, a maioria veio da ambição pessoal de alguém e involuntariamente gerou benefícios para todos (lembre-se da mão invisível de Adam Smith).
O mercado financeiro possui jogadores sim, mas não estragam o objetivo final que é de unir forças, diga-se capital, que por sua vez é oriundo de algum trabalho, numa espécie de cooperativa ou associação, para se gerar mais riquezas de forma eficaz.
O mercado apenas viu que estava pagando mais do que valiam as coisas e isso era insustentável.
Será que Bill Gates, Henry Ford, e tantos outros teriam atingido um nível de geração de riquezas sem oferecer suas idéias para o mercado e esses por sua vez entrarem como sócio do negócio unindo seus capitais ( oriundos de alguma outra riqueza gerada pelo trabalho) ao subscreverem suas ações numa empreitada que levaria o mundo a novos padrões de qualidade de vida?
Teriam eles, sem ajuda de sócios, conseguido levar adiante suas brilhantes idéias?
Assim muitas outras riquezas são possíveis de se produzir em escala, para estar ao alcance de muitos, que por sua vez devem produzir outras riquezas para dar em troca desta.
O mercado financeiro não precisa que se junte os trocos dos governos para corrigir suas “cagadas”.
Quem precisa de ajuda é o cidadão que consegue produzir somente 10 sacos de feijão por ano, e que mesmo suficiente para se alimentar, se usou de sua incrível credibilidade, até então, para conseguir emprestado mais 5 sacos para assim poder ter à vontade e mais que sua capacidade de pagar, para até desperdiçar se for a vontade dele.
Assim com sua capacidade de produzir somente 10 , que é o suficiente para se alimentar, ele provavelmente não conseguirá produzir, sem uma incrível idéia, o necessário para o seu consumo (10) e para cobrir o emprestado (5), no seu limite talvez consiga produzir 13.
Assim ocorrerá o calote, e aquele que emprestou, e ainda contou com a devolução, deverá apertar seu consumo para recuperar suas reservas de feijão que antes possuía. Então um emprestou suas reservas e o outro, pela oportunidade consumiu mais do que precisava. Um desperdiçou à custa da reserva para tempos difíceis do outro.
Esta analogia ocorreu no meu ver com o crédito fácil para hipotecas, onde pessoas emprestavam suas reservas para quem não teria a capacidade de produzir para compensar esse aporte de consumo, onde se aproveitaram da sua, até então credibilidade Norte Americana, para consumir mais do que precisavam e muito mais do que podiam produzir para dar em troca. Cada um dentro de suas limitações para produzir.
O mercado não precisa de ajuda, e sim os consumidores excessivos, que precisam de um prazo para recompor os empréstimos que indevidamente contraíram.
O capitalismo sabe produzir riquezas sem destruir, então eles irão cobrir seus consumos, mas precisam de um prazo, pois erraram nos cálculos, e vão pagar caro por isso, pois vão ter que se adequar a nova realidade.
Exceto alguns que usam como jogo, o mercado financeiro é o melhor caminho para se eleger as boas idéias de uma empresa e condenar as ruins.
Assim as boas idéias serão regadas e incentivadas com a união de capitais dos que subscreverem suas ações ou títulos, possibilitando o crescimento dessa boa idéia e assim gerando a riqueza que proporciona o bem estar e qualidade de vida para qualquer nação.
Nessa crise mercado simplesmente agiu como um termômetro da economia, e agiu de acordo quando percebeu que ocorreu um erro no consumo, adaptando-se assim à nova realidade disso.
Mas como um maratonista quando tenta correr mais rápido do que sua capacidade, e tem de reduzir o seu ritmo, para recuperar o fôlego em algum momento, mas o caminho percorrido nessa sua acelerada não será perdido. O mercado acionário irá recuperar o fôlego. A capacidade instalada nas indústrias nessa demanda insustentável que havia, assim como a acelerada do maratonista, não será perdida, apesar de precipitada, e no final poderá trazer benefícios pela redução de custo das riquezas, assim como para o maratonista é melhor chegar ao final sem energia do que sobrar fôlego e não ter usado para chegar antes...
Acredito que o mercado errou ao acreditar no crescimento pré-crise e pagou por essa acelerada, agora visivelmente insustentável na visão de todos, mas que antes achava-se possível pela maioria.
Assim como esse maratonista, a sua acelerada acima do seu limite, poderá lhe causar uma perda maior que o ganho de tempo.
O mercado é e sempre vai ser a melhor forma de unir forças para o crescimento da geração de boas riquezas, e as teorias de Adam Smith, Milton Friedmann e outros vão mostrar na pele das pessoas que eles sempre estarão certos.
Autor: Fernando Zeilmann Ceccon


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