O fel por baixo da cobertura



Preste atenção agora! É tão simples que dói. É tão fácil que irrita. O “prato feito” de como ser feliz ou se dar bem na vida oferecido pelos seus pais e parentes, pelas suas religiões e pelas suas escolas fizeram de você um ser não pensante, um ser que abdicou do atributo de pensar, inerente e intrínseco do ser humano, que por direito lhe pertence.

Não há nenhuma verdade, senão a sua. Cada ser é um mundo, um universo repleto de particularidades. Muitos seres se parecem, mas não há um só que seja igual a outro. Nenhum mesmo! Por isso, esses escritos aqui não são uma receita de bolo, pois, o jeito que faço minhas coisas e me dou bem pode não servir para você. A maneira que vejo, sinto e ajo talvez não seja funcional para você, talvez não produza os mesmos resultados.

A religião adota um só padrão, uma só forma e, na base da pressão psicológica e da disseminação do medo, quer que todos se amoldem a ela. Não precisa ser uma sumidade intelectual para saber que isso não funciona. Mas é assim que se arrebanham seres humanos e os transformam em “robôs”, em pessoas que apenas reagem aos estímulos e não pensam, ponderam ou questionam, portanto, criando gente que unicamente funciona “no automático”.

A palavra Deus vira automática. Tudo passa a ser “Ai, meu Deus!”; até no orgasmo sexual, tido pelas igrejas como algo pecaminoso, condenável e impuro. É preciso e urgente que se pense, que se utilize mais não só a razão, mas a intuição. Os pais detonam tudo isso, pois precisam controlar seus rebentos. O que se chama de sagrado arrasa tudo que é questionar, pensar ou intuir. As escolas, na mesma linha de dominação, também destroem o que de mais transcendental tem no ser humano.

Você aprende a fazer (ou a imitar, ou a seguir), mas não sabe o por quê e nem para que serve. São verdades prontas, inflexíveis, inconsistentes e frágeis por demais para se manterem de pé. Todavia, por alguma razão, prosperam até os dias atuais. E, assim, no centro desse turbilhão de padrões de condutas predeterminados escolhidos a dedo para que grupos humanos sejam formatados em comunidades dóceis e passivas, você cai nessa armadilha que se contrapõe frontalmente aos seus instintos, às suas razões e, mais importantemente, às suas intuições.

Então, após anos de repressão, culpa e castigo, após décadas de tortura psicológica velada, travestida de santidade, após dias e dias de um “bate estaca” no seu ouvido, você fica doente. Doente da alma. Doente do corpo. Doente de tudo. E descobre que essa receita de como ser feliz não funciona. Simplesmente não tem como dar certo. Acorde! Estão escravizando você: é bolo com cobertura de chocolate e marshmallow bem docinhos escondendo o mais amargo e entranhado fel. Saia dessa! É uma roubada!
Autor: Carlos Bayma


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