Tecnologias da Informação como meio de Formação e Capacitação de Professores a Distância



Um dos maiores desafios na educação é o enfrentamento da expansão da informação, perante a emergência de um tipo de sociedade que parece compatibilizar a produção de enorme quantidade de informações com o massivo uso de tecnologias eletrônicas em rede. Surgem novas formas de ensinar, de aprender e de construir o conhecimento. Nesse contexto, na área de capacitação de professores, o Ministério da Educação e Cultura formulou e passou a implementar uma política educacional pautada pelo objetivo de valorização do magistério. Dentre as várias ações propostas com esse objetivo, destaca-se a capacitação de professores por meio da educação a distância.
A Secretaria de Educação a Distância – SEED representa a clara intenção do atual governo de investir na educação a distância e nas novas tecnologias como uma das estratégias para democratizar e elevar o padrão de qualidade da educação brasileira. São mais de quinze programas e projetos. Dentre os vários programas e projetos que já estão em andamento destacam-se: o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) cuja atribuição principal é a de introduzir o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas da rede pública, além de articular as atividades desenvolvidas sob sua jurisdição, em especial as ações dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs); Mídias na Educação, um programa à distância, com estrutura modular, com o objetivo de proporcionar formação continuada para o uso pedagógico das diferentes tecnologias da informação e da comunicação – TV e vídeo, informática, rádio e impresso; O e-ProInfo é um Ambiente Colaborativo de Aprendizagem que utiliza a Tecnologia Internet e permite a concepção, administração e desenvolvimento de diversos tipos de ações, como cursos a distância, complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras formas de apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem; O Pró-licenciatura tem por objetivo a oferta de vagas para cursos de licenciatura, na modalidade a distância, nas áreas de maior carência de professores para a educação básica por meio de assistência financeira a Instituições de Ensino Superior públicas, comunitárias e confessionais (MEC, 2009). Além desses projetos, são muitas outras ferramentas à disposição do professor para continuar sua formação.
O Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) é outro programa do governo que tem como prioridade a formação de professores para a Educação Básica. Para atingir este objetivo central a UAB realiza ampla articulação entre instituições públicas de ensino superior, estados e municípios brasileiros, para promover, através da metodologia da educação a distância, acesso ao ensino superior para camadas da população que estão excluídas do processo educacional.
Em todos os níveis, inclusive, profissionalização da mão-de-obra, disposta ao mercado de trabalho, existe uma demanda muito grande e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/1996), em seu Art. 80, assim preconiza: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino e de educação continuada”. O processo de internacionalização da economia, da comunicação e das informações está exigindo reconstruções teóricas radicais no campo da educação. Com o processo de globalização, emerge a necessidade de um novo tipo de associação entre educação e trabalho.
Segundo Garcia Aretio (1994), a Educação a Distância é um processo educativo que se apóia na comunicação bidirecional, promovendo a participação e a satisfação de uma gama ampla de aspirações dos alunos, mediante textos impressos e eletrônicos, telemática, tutoria, atuando com eficiência e eficácia, a fim de atender às necessidades conjunturais da sociedade e da população dispersa geograficamente. A EAD, no cenário das grandes mudanças, é uma estratégia metodológica alternativa para uma população que não teve oportunidade de freqüentar a forma tradicional de ensino.
Segundo Martins (1991), “como modalidade alternativa, a educação a distância contribui para a construção de um marco de emancipação coletiva, e oferece possibilidades permanentes de ampliação da cultura sobre os diversos setores da vida humana. Num país como o Brasil, extenso em território geográfico e extremamente carente em educação, o ensino universitário continua sendo privilégio das elites”. Há que se pensar em políticas públicas que atendam a todos; sem o domínio das tecnologias da informação, não há inclusão digital e sem políticas públicas eficientes continuarão existindo os antigos excluídos da escola tradicional.
Outro desafio da educação à distância é a questão da interatividade que tem uma consequência importante no processo geral de aprendizagem.
Como define Garcia Aretio (1994):

A educação a distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal, na sala de aula, entre professor e aluno como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização e tutoria que propiciam uma aprendizagem independente e flexível.
A aprendizagem pode ser interrompida pelo professor ou pelo próprio aluno em cada seqüência interativa. Mas, por outro lado, o computador não contesta e nem pune, o que torna a aprendizagem mais prazerosa.
O Ambiente Virtual de Aprendizagem é um espaço social e virtual na Web, de interações, de trocas de conhecimentos, de desenvolvimento de condições, estratégias e intervenções para melhorar o processo de aprendizagem, numa linguagem hipermídia, cujos processos interativos entre participantes são auxiliados pela interface gráfica (PRADO, 2002). Esse novo espaço vai além de uma simples apropriação de conteúdos. O aprender depende do esforço que levará o aprendiz a caminhar em seu processo de formação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). LDB: Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional: Lei n. 9.394, de 1996. Brasília: Senado Federal, Secretaria
Especial de Editoração e Publicação, 1997.

_____. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria. http://portal.mec.gov.br/seed/. Acesso em 05/02/2009.

GARCIA ARETIO, L. Educación a distancia hoy. Madrid: UNED, 1994.

MARTINS, O. B. A educação superior a distância e a democratização do saber. Petrópolis: Vozes, 1991.

PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Educação a distância: os ambientes virtuais e algumas possibilidades pedagógicas. PGM 3 - EaD: integrar saberes e tecer redes. Disponível em: www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/te/tetxt3.htm. Acesso em: 05/02/2009.
Autor: Rosimar de Freitas


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