Ó PÁTRIA AMADA, BRASIL! BREVE DISCUSSÃO SOBRE A ESSÊNCIA DO HINO NACIONAL BRASILEIRO E O ATUAL CONTEXTO DO PAÍS



Ouviu-se, lá nas margens serenas do rio Ipiranga, o estrondoso grito de um povo heróico. Foi quando o sol da liberdade, com cintilantes e belos raios, brilhou no céu da Pátria. Nesse sentido de liberdade contra a “proteção” portuguesa que Joaquim Osório Duque Estrada iniciou a letra do Hino Nacional Brasileiro. Mas não para aí a essência de suas palavras, que ecoaram em um período de transtornos populares na busca da independência do país.


Há anos atrás, percebe-se que liberdade e igualdade já eram fundamentais para a construção de uma sociedade erguida e reparada por cidadãos dignos. O hino, por muitos desconhecido em sua totalidade, pode representar um caminho a ser percorrido na procura de um equilíbrio social capaz de deixar todos os cidadãos brasileiros orgulhosos de seus feitos e também uma forma para que façam jus ao penhor de igualdade conquistado por braços fortes. Aqueles, que até a morte desafiam, ou desafiaram.


Quando a crítica é a mais fácil opção, e talvez a que mostre o ensejo de que tudo sempre mude, e para melhor, que ela não fique para trás. Mas que não passe apenas de uma crítica. Quando o cidadão lê um jornal, assiste a noticiários, conversa com outros ou, simplesmente, vive, não é difícil que apareçam a sua frente os diversos relatos de corrupção, homicídios, assaltos e revoltas. É aí que todos param e apenas assistem. É aí que todos se curvam e se mostram como todos. Gratas as palavras de Osório: “Gigante pela própria natureza. És belo, és forte, impávido colosso”. É, mais uma vez, assim que brasileiros omitidos devem ser. Fortes, destemidos e corajosos gigantes capazes de tornar o Brasil um intenso sonho. E que seja para outros, pois aqui já será realidade.


No entanto, é grotesca a forma como os próprios brasileiros destroem as próprias florestas e deixam que aqueles bosques que tinham mais vida, aqueles risonhos e lindos campos que tinham mais flores do que a terra mais garrida, tenham a graciosidade ofuscada e passem para uma imensidão de terras nuas, sem flores e sem bosques, sem vida. Mas é verdade. Dados comprovam que desde 1970, já foram desmatados cerca de 700 mil quilômetros quadrados da floresta no Brasil. Da mata original, 17% já foi convertido em terra nua.¹


Quão apreciável seria desvendar a essência do Hino Nacional. Bastariam algumas reflexões para que a beleza de uma letra fosse aflorada. Mas, numa triste contradição, torna-se visível a deselegante e impotente postura de cidadãos eternamente deitados em berços esplêndidos, os chamados analfabetos políticos, que deixam que representantes assumam posturas ainda piores. Talvez não importe que as críticas se voltem contra outrem. Talvez seja mais fácil acomodar-se e apenas criticar. Que fique claro: apenas criticar. É desprezível uma população de críticos que não sabe o que diz seu próprio Hino. São aqueles cidadãos que se orgulham ao dizer que não gostam de política. Cidadão vítimas de si. Vítimas de um sistema educacional que deveria impedir que fossem chamados de cidadãos, pela falta de educação. Mas vítimas de si, a partir do momento em que se tornam tolos. A partir do momento em que aquele candidato que propõe uma grande revolução na educação e deixa de lado pequenas reformas propostas pelos outros, ganha somente 2,5% dos votos.


Anos atrás, o que o país vive hoje, era o chamado futuro. E como é declamado no Hino: “diga o verde-louro desta flâmula: paz no futuro e glória no passado”. Assim, tendo-se o futuro como o dia de hoje, que todos façam com que a paz firme-se presente. Que a impunidade deixe de ser a resposta àqueles que tentam combater bandidos, e não apenas a violência. Que hoje seja o dia em que a Pátria verá que um filho seu não foge à luta. E que amanhã, bem cedo, seja o dia de ler aqueles mesmos jornais e assistir àqueles mesmos noticiários e ter orgulho de ter nascido na imensidão de um país repleto de cultura e que viu, há pouco, o lixo do outro chegar aqui e juntar-se a tantos outros que ao nosso lado já estavam, mesmo que os daqui fossem mais eficientes e capazes de construírem castelos. Que amanhã, despertemos daquele berço esplêndido. E que amanhã não seja tarde para dizer: ó Pátria amada, Brasil!

¹ PARENTE, Rafaella. Amazônia: diga sim! Disponível em:. Acesso em 15 jul 2009.
Autor: Gusttavo Estevam Lopes de Figueiredo


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