Motiva eu



Jerônimo Mendes
Administrador, Escritor e Palestrante

Quando eu era o simples “Jerinho” do interior, apelido carinhoso que recebi dos meus pais, uma das coisas que mais enalteciam o meu ego eram os elogios dos professores para as minhas redações. Aliás, modéstia a parte, eu ganhei alguns concursos de redação. O meu sonho era ser um grande escritor e durante um bom tempo eu recuei diante das primeiras tentativas malsucedidas.

Dos 14 aos 40 anos eu embarquei na segurança de ótimos empregos com carteira assinada, na dignidade dos crachás e dos seus respectivos benefícios e adotei o sobrenome de várias empresas por onde passei, porém eu nunca me senti completamente feliz. Leva tempo para descobrirmos o quanto somos ricos e felizes enquanto buscamos a felicidade. E quanto mais felizes estamos, menos felizes nos sentimos e mais felicidade queremos.

Com relação ao ofício de escritor eu sempre me considerei um bom representante da classe, apesar de ter levado praticamente sete anos para publicar o meu primeiro livro. Foram necessários quase trinta anos para que eu conseguisse realizar parcialmente o sonho de me tornar um escritor de verdade e ver o meu primeiro livro exposto numa livraria.

Poucos fazem idéia da sensação que a gente pode ter ao ver um livro de sua autoria exposto numa livraria. Se vende ou não vende, se as pessoas gostam ou não gostam, pode acreditar, não faz a menor diferença. O orgulho é grande e a alegria, então, nem se fala.
Depois de 113 tentativas junto a editoras em nível nacional com livros de poesia, contos e crônicas, finalmente, a natureza divina teve compaixão de mim e resolveu premiar o meu esforço e a persistência, por uma razão muito simples: a motivação esteve sempre comigo.

Nesse período eu tive desapontamentos enormes como escritor e se dependesse da arte das palavras para sobreviver, estaria morto e talvez nem fosse lembrado, porém graças ao poder da motivação, da perseverança e da conexão direta com a sabedoria divina, consegui dar a volta por cima e fazer parte deste seleto universo dos escritores. Entretanto, apesar de ainda não ser conhecido nacionalmente, como eu gostaria, devo reconhecer que progredi bastante. O incentivo dos amigos e o reconhecimento da família são mais do que suficientes para eu manter o foco e a motivação em alta. Como eu tenho absoluta certeza de que não vou sair dessa vivo, quero morrer escrevendo...

Kemmons Wilson, empresário do ramo hoteleiro americano, afirmou que “uma pessoa bem-sucedida reconhece sua responsabilidade em termos de (auto) motivação. Tudo depende dela porque somente ela possui a chave da sua própria ignição”. Você pode obter uma pequena ajuda aqui, outra ali, mas o fato é que você é o único responsável pela criação de riqueza ao seu redor.

As circunstâncias favorecem os que mantêm os sonhos vivos na mente e exercitam o “hábito de caminhar um quilômetro extra”, segundo Napoleon Hill, autor de A Lei do Triunfo. Estamos acostumados a ver o triunfo apenas nas grandes nas grandes ações, porém o êxito é obtido através de pequenas ações repetidas todos os dias.

A maioria das pessoas é essencialmente condicionada desde criança às limitações do tipo “você não merece”, “não perca tempo com isso”, “isso não enche barriga”, impostas por seus pais, colegas e professores. São necessárias décadas de motivação e leitura para se livrarem dessas aberrações.

Toda vez que eu penso ou falo de motivação minha mente estabelece automaticamente um paralelo com a sabedoria do Professor Dante Quadros, uma figura singular do mundo educacional em Curitiba, do qual eu tive o privilégio de ser aluno nos cursos de especialização e de mestrado. Quando se trata de natureza humana, todo mundo aprende muito com ele.

Uma das situações abordadas freqüentemente pelo ilustre professor é a origem da motivação. Se a motivação vem de dentro ou de fora, se é hereditária ou se pode ser ensinada, se você acredita ou não em motivação e o que ela pode fazer por você somente o tempo haverá de dizer. O fato é que a (auto) motivação é uma virtude determinante para o bem-estar do ser humano.

Em todos os cantos da Terra existem pessoas carentes de motivação. Nas empresas, nas escolas, nas igrejas e até mesmo nas famílias mais abastadas é possível encontrar pessoas tristonhas do tipo “motiva eu” feito o cachorrinho que aguarda o estalar de dedos do dono para abanar o rabo. Basta olhar para elas e captar no seu semblante um inusitado pedido de socorro: “motiva eu”.

O mundo nunca esteve tão carente de motivação como nos dias de hoje, por coisas simples e banais, cuja onda de estímulo ao consumo até consegue solucionar temporariamente, mas nunca se sustenta se a própria pessoa não tem consciência de que a (auto) motivação é uma necessidade permanente.

Parafraseando o Professor Dante, não existe esse negócio de “motiva eu”. Enquanto você se deixar abater por todas as notícias tristes que poluem a sua mente ou por todas as sanguessugas que se apresentam no caminho para tomar o seu tempo e a sua energia com freqüentes pedidos de “motiva eu”, dificilmente alguém poderá ajudá-lo. Ser ou estar motivado é uma questão de atitude, algo que vem de dentro, do coração. E quando você aprende a combinar atitude e talento, misturada com otimismo, surge a fagulha que cria a motivação e, naturalmente, um mundo de oportunidades se abre.

Por Deus, não quero aqui bancar o hipócrita a ponto de afirmar que você tem obrigação de levantar e sair de casa todos os dias motivado, indiferente ao que acontece ao seu redor. Para o nosso bem, não é assim que funciona. Viver eternamente carrancudo, mal-humorado ou cabisbaixo e sair pelos quatro cantos afirmando coisas do tipo “esse é o meu estilo e ninguém tem nada com isso” é um caminho que tende a levar você do nada para lugar algum.

Comportamentos assim servem apenas para inibir as qualidades do ser humano considerando que cada um é digno de um talento singular, portanto, faça da (auto) motivação uma bandeira pessoal. Adotar o estilo “motiva eu” é optar pelo sofrimento e, se esse for o seu real desejo, pelo menos seja autêntico, sofra sozinho e pare de culpar o mundo pelo que acontece na sua vida.

De acordo com Emerson, pensador americano, “o entusiasmo é um dos mais poderosos instrumentos do sucesso. Quando fizer qualquer coisa, coloque toda a sua alma nisso. Seja ativo, enérgico, entusiasta e fiel e você alcançara seus objetivos. Nada de grande jamais foi conseguido sem entusiasmo”. Pense nisso e seja feliz!
Autor: Jeronimo Mendes


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