Escola de Areia: o fracasso da educação brasileira



No presente artigo pretendo fazer uma breve reflexão sobre por que a educação brasileira é tão ineficiente?
A escola brasileira vive em crise há décadas, pois para se ter uma educação consistente e eficaz é necessário ter sustentação naquilo que é feito. É como construir uma casa; para que esta seja segura e forte precisa-se preparar o terreno para o alicerce e as paredes, uma construção deve ser feita com material adequado e bom planejamento, caso contrário, algo dará errado. Acontece que, no Brasil, a educação não tem alicerce e não há um planejamento adequado às nossas necessidades, vislumbramos uma “casa” perfeita, mas nos esquecemos de reforçar o alicerce. O que pretendo dizer com esse exemplo é que se não houver sustentação no que se faz, não se consegue bons resultados. Isso ocorre com os paradigmas que surgem ano a ano, a escola começa a seguir um modelo pedagógico tido como o “melhor”, espera resultados imediatos, mas como é um processo demorado, ao surgir um novo modo, este já não serve, apaga-se tudo e começa-se a utilizar o novo, que logo será substituído, afinal esperamos resultados imediatos com pouco investimento na base de formação e valorização dos professores e funcionários da escola, temos material de primeira linha que não sabemos usar, temos equipes ótimas que não são ouvidas porque os subestimamos, copiamos idéias de fora, quando a solução pode estar em nosso meio.
Quantos modelos pedagógicos já conhecemos e trabalhamos, deixando de lado o conhecimento antes utilizado, porque os consideramos ultrapassados? Esquecemos que cada um deles tem seus pontos positivos e negativos, que devem avaliados para aproveitamento, mas simplesmente os deixamos para trás acreditando que o “novo” trará resultados imediatos e eternos.
No entanto, sabemos que não é assim que funciona; na educação não podemos ser imediatistas, o que não significa que devemos ser conservadores; devemos aprender e aprofundar conhecimentos, fazer amostragens, avaliar seus resultados, preparar o “alicerce”, a equipe, e então colocar em prática.
Não é possível tratar a educação de um país com constantes “experiências”; acreditando que se uma não der certo passamos à próxima e assim por diante... Um sistema educacional de sucesso deve ter bases consistentes e, se necessário, pequenas mudanças devem ocorrer gradualmente por um longo período; ano a ano é possível de se chegar a bons resultados, mas é necessária uma constante avaliação reflexiva sobre o que está dando certo, o que não deu certo e o porquê.
Hoje, a escola é de areia, tal qual um castelo de areia à beira do mar, vem a onda que o deforma ou destrói. Ou seja, utilizamos um modelo fraco, no qual não acreditamos plenamente; quando surge algo novo, o substituímos prontamente, sem questionar ou refletir sobre os prós e contras dessa mudança.
A sociedade vive em constante mudança, por isso a escola deve mudar também. Mas até onde as mudanças sem preparo têm sido boas para a sociedade e para a escola? Estamos em mudança, mas qual é o objetivo? Onde queremos chegar e por quê? Estamos nos preparando previamente para as mudanças ou “deixando o vento nos levar?”
Enquanto não tivermos objetivos claros, um bom planejamento e preparação adequada, estaremos fadados ao fracasso sempre.
Autor: Elaine Aparecida Petrin


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