A revolução do pensar



Segundo Descartes, um dos brilhantes pensadores de todos os tempos, nós passamos a existir no momento em que pensamos. Esta citação parece provocar e instigar a humanidade ao longo dos anos, uma vez que sua lembrança nos dias atuais faz-se cada vez mais necessária, em face à realidade existente.
É verdade que ha vários fatores sociais e econômicos que de forma direta e indireta induz a inexistência de pensadores.
A compreensão da arte em todos os sentidos e dimensões tem se revelado instrumento poderoso na conscientização da humanidade, porém este recurso ainda é muito precário e escasso, poucos tem acesso de forma plena.
Se voltarmos nossos olhos para a educação, vemos o descaso imperante. Embora estudiosos e poderes públicos constituídos afirmarem que a saída para um Brasil melhor passa pelo ensino de qualidade, esta realidade parece cada vez mais distante. Afinal, quem é mesmo que está interessado em povão educado, participativo e crítico? Quem?
Por outro lado temos uma televisão popular que tende a guiar milhões de brasileiros ditando moda, normas e comportamentos e o pior, anulando o pouco pensar que ainda resta numa restrita minoria, com programas populares ridículos de cultura inútil, em horários considerados nobres, objetivando nos levar do nada ao lugar nenhum. Creio não precisar citar esses programas.
Aos poucos que ainda conseguem ler e refletir um texto como esse, quero dizer que é possível que estejam “presos” e não saibam. Muitas vezes quando pensamos sobre prisão vemos aquela barreira física quadrada, idéia de jaula etc., porém muito pior que a física são as cadeias psicológicas, ideológicas, religiosas, que carregamos dentro de nós e que nos impedem de ver a vida de forma isenta, sem preconceitos.
Eu mesmo que estou escrevendo esse texto tenho também minhas cadeias, minhas prisões, porém o retrato da maioria de nós é que estamos presos sem mesmo saber que estamos. Imagine, você está preso, mas não consegue ver as grades, logo você conclui; não estou preso, sou livre. Engano...
Veja outro exemplo; se você ouve apenas um estilo musical, certamente já está preso a esse ritmo melódico. Se não consegues ao menos ouvir outro estilo confirma-se ainda mais esse estado. É preciso esforço para sair de um estado desse citado, pois tudo a nossa volta tende a nos fazer prisioneiros.
Nosso cérebro é facilmente condicionado a repetir aquilo que uma vez aprendemos, assim sendo, muitos estudiosos afirmam que as células neurais não se reproduzem com atividades rotineiras e sim se fizermos coisas diferentes sempre. Um exemplo prático dessas atividades passa pela execução de tarefas que venham explorar os sentidos, como; tomar banho no escuro e tentar pelo olfato descobrir o xampu ou condicionador, escovar os dentes com a mão esquerda (em caso de destro).
Penso que transitar por estas vias citadas de forma consciente, livre, constitui a verdadeira liberdade.
Não tenho dúvidas, só mesmo através da informação, do saber é que poderemos enxergar a vida e o sistema que nos aprisionam. Portanto caro leitor, se ao menos conseguires ver algumas dessas barreiras que te cercam, oxalá consigas se libertar, pois só “O CONHECIMENTO LIBERTA, TORNANDO VISÍVEIS AS CADEIAS QUE NOS PRENDEM."
Autor: Aniel Costa Cruz


Artigos Relacionados


Os Foragidos Do Brasil

Homens Presos Nas Ruas

Por Trás De Você

Sonho De Ícaro

Preciso De Você....

A Concessão De Saídas Temporárias Para Presos, Na Quantidade Fixada Pela Lei De Execução Penal é Justa?

O Programa: As 12 Ações Doamor, é O Processo Pelo Qual Alcançaremos A Liberdade.