Um cego no campo de batalha



Onde está a loja que funcionava aqui?

Segundo dados do Sebrae (2004) 52,9% dos negócios, na região sul do Brasil, tendem a desaparecer antes de completar 2 anos de vida. Entender esta realidade passa por uma análise que parte da cultura do brasileiro e vai até a gestão do negócio.

A maior parte dos negócios, neste cenário, nascem à partir do conhecimento Técnico e não do conhecimento Administrativo. Isto acontece quando um padeiro identifica alguns sinais do mercado e decide deixar de ser empregado e montar sua padaria. Da mesma forma um eletricista industrial sai do emprego para montar sua instaladora, e assim por diante.

Normalmente não é feita uma pesquisa de mercado, identificando clientes, fornecedores, parceiros e concorrentes. Não se analisa quem são, onde estão e o que fazem, com isso fica difícil determinar qual será o diferencial competitivo de mercado. Na verdade a maior parte destas informações estão empiricamente na cabeça do candidato à empresário.

O conhecimento administrativo é que pode garantir que o produto de qualidade ou serviço bem prestado contribua pra o sucesso do negócio. Em geral não é feito um Plano de Negócio, apontando custos fixos, custos variáveis, ponto de equilíbrio, margem de contribuição e prazo de retorno do investimento.Estas carências levam a tomada de decisão com riscos mal calculados. Temos então a iniciativa sem busca de informação ou com informações insuficientes.

Segundo a pesquisa GEM2006, o Brasil é o 10º. país mais empreendedor (dentre 42 países pesquisados). Identificou-se que para cada brasileiro que empreende por oportunidade, há outro que empreende por necessidade. Um empreendedor por oportunidade tende a estar melhor preparado e até mesmo vocacionado. Aqui geralmente temos a união do conhecimento Técnico com o Conhecimento Administrativo.

No quesito empreendedor por necessidade, ocupamos a 6ª. Colocação. É o indivíduo típico que perde o emprego e não consegue se recolocar no mercado.

Dos empreendedores pesquisados que saíram do mercado 22,8% declaram que “problemas financeiros” o levaram a descontinuidade do negócio. Na maior parte dos casos estes inicialmente não conhecem fluxo de caixa, custos e formação de preço de venda. Por outro lado 16,7% dos empreendedores disseram que a “falta de clientes” os fizeram fechar as portas. Uma boa pesquisa de mercado provavelmente apontaria um outro caminho; possivelmente o caminho certo.

A pesquisa ainda aponta que 19% dos novos empreendedores não buscam nenhum tipo de auxílio na hora de abrir seu negócio. Sem buscar auxílio, sem pesquisa de mercado e sem plano de negócio o candidato à empresário será um cego no campo de batalha.

Ao menor sinal de problemas, ou ainda, quando o empreendedor necessita crescer, deve buscar auxílio. É possível conquistar seus objetivos sozinho, mas isto pode representar um gasto de tempo e dinheiro. Muitas vezes a troca de experiências, com quem tem um pouco mais de conhecimento, pode encurtar distâncias e até mesmo evitar prejuízos. Existem entidades para auxiliar o empreendedor em todos os campos: comercial, industrial e Gestão.
Autor: .Marco Antonio Murara


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