A HORA DA MUDANÇA
Depois que Jesus ressuscitou ele se manifestou aos seus discípulos pelo espaço de quarenta dias.
Pedro resolveu voltar às suas atividades de antes de ter encontrado Jesus. Os discípulos acompanharam Pedro. Foram ao mar, prepararam seus barcos e lançaram suas redes para apanharem peixes.
Naquela noite nada apanharam. É claro. Qualquer obra diferente daquilo que Jesus determinou, torna-se infrutífera. Jesus não lhes mandou voltar às pescarias, mas ordenou-lhes que ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder.
Mas o ser humano é impaciente por natureza.
Chegam ao ponto de dizerem:
- Deus, dá-me paciência, mas depressa.
E lá estavam Pedro e os demais discípulos fazendo a obra na carne. Fazendo o que costumavam fazer antes. Tudo infrutífero. Nada apanharam. Naquele momento Jesus apareceu para eles, mas eles nem o reconheceram.
Em muitas situações na vida Jesus se apresenta para nós, mas nós não o reconhecemos.
Foi então que ele falou carinhosamente para os discípulos, chamando-os de “filhos”.
E aí veio o teste – pediu alguma coisa para comer. Eles falaram a verdade – nada tinham.
Jesus, então, dentro das coisas imprevisíveis e inesperadas que sempre fez, dá-lhes uma ordem: “Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis”.
Dentro de nossa mentalidade racionalista, o que tinha aquilo a ver? Qual a diferença?
Qualquer pescador experiente sabe que normalmente se lança a rede para o lado esquerdo do barco, por causa da própria posição de lançamento.
Jesus, então, manda que façam tudo ao contrário. Quantas vezes ele já lhe deu ordens semelhantes? Quantas vezes você estava indo em uma direção, aquela que achava a mais coerente, mais correta, e ele lhe disse: “Dê meia volta, filho!”
Foi isto que ele fez com seus discípulos naquela noite: “Lançai a rede para o lado direito do barco”.
O mais estranho é que, contrário a tudo o que pudessem imaginar, eles obedeceram. E quase nem podiam puxar a rede, porque estava cheia de peixes. Para sermos exatos, continha cento e cinqüenta e três grandes peixes.
Aí veio a surpresa maior – aquele que lhes pedira algo para comer, os estava convidando para comer, porque tinha brasas e um peixe posto em cima e pão. De onde viera aquele peixe? Não estava ali o Criador?
É incrível, irmão, irmã, ele não precisa de nada que possamos lhe oferecer. Mesmo assim ele se compraz em receber algo de nós. Não dá vontade de chorar?
Ele se manifesta para nós quando menos esperamos, nos momentos de crise e necessidade. É nestas horas que ele providencia o suprimento.
Toda a ciência de Pedro tornou-se obsoleta naquela hora. É ilógico! É incrível! É inadmissível!
É tudo isto mas, como disse o discípulo a quem Jesus amava: “É o Senhor”. Pronto. Está determinado. Se é o Senhor, acabou-se a dúvida, o questionamento, a dificuldade. É o Senhor! Aleluia! Glória a Deus!
Há momentos na vida que temos de mudar de atitude, mudar de lado, mudar de atividade, mudar nosso modo de pensar, mudar nosso comportamento.
Mas, é claro, sempre no momento em que o Senhor nos dá a direção para isto.
(Ref. Jo 21.1-14.)
Autor: Paulo de Aragão Lins
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