O Exercício da Fé.



O maior poder de um cristão está na sua fé e na sua oração. Quando ouvimos isto acreditamos ser uma afirmativa bastante óbvia, mas não é. Este sentimento de força e coragem que só a oração com fé pode nos dar é difícil de se ter e facílimo de se perder.

Durante muitos anos me vi afastado da igreja, da religião e da fé. Mesmo tendo sido criado dentro dos princípios cristãos e vendo minha família frequentando igrejas, encontros de casais com cristo e outras demonstrações de vida cristã. As atribuições do dia a dia, a descrença em alguns “intermediários” da fé nos faz criar uma barreira que prejudica mais a nós do que aos que estão contra nós. Mas Jesus tem sempre uma maneira muito especial de chamar nossa atenção, pode demorar um pouco, mas ele consegue nos alertar.

No ano de 2007 minha cunhada chegou à beira da morte (segundo alguns médicos ela passou dessa beira) por motivos que ninguém conseguia descobrir. Um processo de insuficiência renal galopante fez com ela perdesse os dois rins em meses e crises convulsivas a pertubavam já algum tempo, mas não com a intensidade que se mostravam naquele momento. Em um desses momentos de crise ela entrou em coma e permaneceu neste estado por algum tempo. Todo seu organismo foi definhando e deixando de funcionar: sistema respiratório (ficou respirando através de máquinas), sistema digestivo e todo o resto com exceção do coração que insistia em continuar batendo. Com raríssimas exceções, todos os médicos deixavam claro não haver mais nenhuma esperança de sobrevicência para ela.

Em um dos momentos de maior crise foi necessário realizar uma cirurgia de emergência pois seu intestino estava tão dilatado que o líquido que se encontra dentro deste órgão já estava ultrapassando suas paredes e invadindo a cavidade abdominal. Segundo o médico que nos comunicou o fato, caso ela não fizesse a cirurgia ela morreria em apenas algumas horas, porém, devido a seu estado geral, ele não acreditava que a paciente resistiria a cirurgia. Resumindo o pensamento do tal médico: precisavámos autorizar uma cirurgia que muito provavelmente a matasse ou optar por não fazê-la e esperar que ela morrese em algumas horas. “Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”.

A cirurgia foi autorizada e a transformação teve início. Não de minha cunhada mas a minha.

Cheguei a ligar para meu pai e pedir a sua ajuda, pois acreditava que em algumas horas fossemos precisar entrar em contato com funerária e todos os outros procedimentos burocráticos necessários para realizar o enterro e não haveria ninguém em condições de tomar essas decisões naquele momento. O tal médico realmente conseguiu me convencer.

Todos que estavam de vigília naquele ambiente frio e esterelizado: irmãos, primos, cunhados, cunhadas, amigos de longa data, outros conquistados na própria sala de espera (é incrível como a solidariedade aparece quando se acompanha durante algum tempo uma sala de espera de UTI) se uniram para orar por Mariana. Uma grande roda foi feita e a força que emanava dali era sensacional. Todos juntos orando a Deus por uma única pessoa, pedindo força para que ela superasse todas as expectivas dos médicos, todos os nossos medos e não a deixasse partir tão cedo - ela completou 25 anos de idade na UTI. Foi a coisa mais extraordinária que eu já vi na minha vida. O poder da oração e da fé. Não importava qual o nome da religião que cada um naquela sala seguia, o que importava era a fé com que se pedia a Deus ajuda e força para encarar aquele momento fosse qual fosse a sua decisão. Pois se pedia para Mariana ficar, mas também se pedia resignação caso não fosse este o desejo de Deus.

Mariana sobreviveu à cirurgia, saiu do coma algum tempo depois. Foram, se não me engano, cerca de quatro meses de luta. Mas a luta dela continua até hoje, na fila de espera por um transplante, enfrentado todas as privações de quem vive o tratamento de hemodiálise.

O que mais me chamou atenção naquele dia foi a transformação que ocorreu, não em Mariana, mas em mim. Eu que estava completa e absolutamente desacreditado em sua recuperação vi uma força poderosíssima atuando ao meu redor e de todos os presentes num momento de uma fé extraordinária.

Ao chegar em casa, tarde da noite, fui indagado por meu pai sobre o resultado da cirurgia, ao que prontamente respondi: - Meu pai, Mariana sobreviveu. Como ela está eu não sei, mas eu estou completamente transformado.

Deus aje em nossas vidas de maneiras incríveis. E o pior é que é muito fácil de esquecer disto. Hoje, cerca de um ano depois deste episódio me vi novamente perdendo a fé e a esperança. É impressionante como é difícil reconquistar a fé e como é fácil perdê-la. Precisei passar por um momento difícil e extraordinário para reconquistar minha fé em Deus, mas só precisei de alguns meses sem exercitá-la para que ela se esvaisse de meu coração.

Por coincidência, ou por obra de Deus, no culto de ontem falamos sobre o poder da oração utilizando um exemplo belíssimo de Josué (capítulo 10, versículos 1 ao 15), o que me fez acordar e ver como é fácil se afastar de Deus. Mais uma vez me sinto tocado por algo maior e pretendo não me deixar levar tão facilmente pela descrença tão comum da nossa rotina.

A fé e a oração são como músculos de nosso corpo. Se não exercitarmos ele atrofia chegando ao ponto de não nos servir mais.
Portanto : VAMOS MALHAR!!!

Henrique Moura – julho de 2008
Autor: Henrique Moura


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