Hiero Gamus- O deus-paimãe Universal



Capítulo 2
Como se estabeleceu esse simbolismo
A composição da grande deusa-mãe
A Lua foi o primeiro corpo celeste a despertar a atenção da humanidade, devido a suas constantes mudanças de aspecto, com suas fases, ora cheia, ora faltando um pedaço, ora desaparecendo totalmente e mergulhando o mundo na escuridão, o que levava os indefesos seres humanos, dependentes de seus humores, a lhe prestarem cultos e homenagens para que ela retornasse aos céus.
O ciclo da Lua logo foi associado aos ritmos femininos da menstruação (28 dias), gestação (10 x 28 = 280 dias), bem como sua influência no trabalho de parto. Ela era venerada como a deusa de três faces ou formas: a lua Crescente na forma de uma jovem virgem; a Cheia, como a esposa fértil, grávida, e a lua Minguante de uma anciã, estéril, mas muito esperta e sábia.
A criança era considerada filha apenas de sua mãe, gerada pelo seu corpo sem interferência do homem. Por esse motivo as primeiras sociedades humanas eram matriarcais e os primeiros ritos religiosos da humanidade tiveram natureza lunar - era o culto da Grande Mãe, a Mãe Terra, nutridora e mantenedora da Vida e da fertilidade da Natureza. As sociedades eram agrárias e pacíficas e a sabedoria das mulheres era valorizada.
Somente muito tempo depois, os seres humanos, entenderam que a Lua era um mero reflexo do Sol, assim como perceberam que a mulher necessitava da participação do homem para gerar a criança. Esse momento marca o surgimento do patriarcado: os filhos passam a pertencer ao pai, que separa suas mulheres para garantir que os filhos gerados são seus, e há o aparecimento dos cultos solares, onde um Deus-Pai severo, que habita no Céu, vem substituir a doçura da Mãe Terra. As sociedades então se tornam guerreiras valorizando o poder conquistador dos homens e a força bruta.
A Deusa-deus esquecida ou o deus esquecido, na realidade trata-se do culto universal à fertilidade. A idéia do ser andrógeno, é o símbolo desta união, do masculino com o feminino num ato e ritmo sendo considerados sagrados ao longo da existência da humanidade . Quando, e onde surgiu a “profanação” ou a fornicação como muitos o chamam, não se sabe exatamente. Porém houveram períodos onde o sagrado imperou, e períodos onde o profano se destacou.
Este capítulo é parte integrante do livro Hiero Gamus –Cultos solares e Lunares, da autora Márcia R. Zaros.
Este livro procura mostrar de forma simples, uma síntese de como o mundo religioso pode estar adorando o mesmo deus, os mesmos cultos milenares, porém com acessórios e nomes diferentes.
Entenda como as religiões oficiais, ao longo da história sintetizaram e incorporaram os cultos pagãos, muito mais do que os perseguiram.
Para encomendar o livro mande um e-mail para a autora([email protected]) e receba o livro com dedicatória da própria autora. No momento a primeira edição está esgotada, porém você poderá encomendar o seu volume para a segunda edição.
Autor: Márcia Regina Zaros


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