O Árduo Caminho para a Qualidade de Vida no Trabalho



O tema qualidade de vida vem se destacando no meio organizacional, como uma forma das empresas tornarem-se cada vez mais competitivas, atrativas e sustentáveis. Todos os anos surgem novas tecnologias, fornecedores cada vez mais especializados e ações e abordagens inovadoras que visam ampliar o rol de opções disponíveis para as empresas promoverem saúde e bem-estar no ambiente de trabalho. A cada ano, cresce o interesse por parte do público empresarial por eventos relacionados ao tema. O Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, ocorrido entre os dias 16 e 18 de outubro e organizado pela ABQV – Associação Brasileira de Qualidade de Vida bateu recorde de público com 435 participantes. Esse interesse reforça a tese de que qualidade de vida é uma prática fundamental para toda empresa que busca se diferenciar no mercado. Mas apesar de todos os avanços, ainda há um gap entre a teoria e a prática. Neste artigo, quero provocar algumas reflexões sobre algumas ações e a maneira de desenvolvê-las que podem representar mudanças e promoção efetiva de saúde e qualidade de vida no ambiente corporativo ou mal uso de recursos e ineficiência de ações que podem levar ao comprometimento e sobrevivência de qualquer ação de qualidade de vida e bem-estar no trabalho.

1º Erro: Programas e ações desalinhados com os valores, estratégias, políticas da empresa e necessidades dos colaboradores. Mesmo com apoio da alta direção, isso pode gerar excessivo desgaste do grupo responsável pela implantação, falta de credibilidade, e mal uso de recursos, não agregando valor às pessoas.

Solução: estudo prévio e planejamento, alinhamento com as políticas de RH e possíveis revisões; formação de um comitê permanente composto por lideranças e profissionais da linha de frente, com autonomia para decisões; alinhamento com os valores éticos sociais da empresa.

2º Erro: Ausência de ações para sensibilização das lideranças. Podem ocasionar boicotes e proibições por parte dos lideres quanto à participação de seus subordinados nas ações e programas oferecidos pela própria empresa. Pela falta de conhecimento, alguns líderes alegam perda de tempo, produtividade e dificuldades em lidar com possíveis afetações dos colegas que não participam das ações. Podemos destacar como resultado a insatisfação e constrangimento do profissional interessado, descrédito do programa pela falta de informação e desperdício de recursos financeiros.

Solução: Todas as ações do programa de qualidade de vida devem ser informadas aos lideres, no formato de uma cartilha ou até seminários / palestras com objetivo de apresentar os benefícios para os colaboradores e para empresa, as vantagens de liberar os colaboradores quando manifestarem interesse, etc.

3º Erro: Ausência de objetivos, mensuração e indicadores de resultado. Todas as ações dentro das empresas precisam ser medidas para ganhar credibilidade e, quando possível, analise do retorno do investimento. Além disso, os indicadores ajudam a vender / manter idéias / ações junto à direção da empresa e identificar ações corretivas durante o ciclo de vida do programa.

Solução: Selecionar fornecedores que apresentem propostas com mensuração e controles adaptáveis às necessidades da empresa ou a empresa possuir / desenvolver suas próprias ferramentas.

4º Erro: Foco excessivo no entretenimento em detrimento do foco educativo. Os programas corporativos de qualidade de vida devem privilegiar ações que promovam o auto-gerenciamento, mudança de hábitos e autonomia do profissional, estimulando a responsabilidade pela própria saúde e bem-estar. O entretenimento pode ser um meio, mas nunca o fim.

Solução: Estabelecer metas com cada atividade, avaliar as ações e a satisfação dos participantes.

5º Erro: Falta de preparação dos gestores / pessoal de linha de frente. Os profissionais da empresa, responsáveis pelos programas de qualidade de vida, deve se preparar tecnicamente ou mais profundamente sobre as tendências do tema, melhorando a capacidade de gerenciamento e aprimoramento das ações sob sua responsabilidade. Deve também manter-se atualizado e envolvido com as estratégias da instituição, visando adaptar as ações a tais estratégias.

Solução: Hoje existem ótimos cursos como MBA, especializações e consultorias especializadas que podem dar suporte adequado.

6º Erro: Ausência de sinergia entre áreas na empresa. Dependendo da empresa, os programas de qualidade de vida estão subordinados ao departamento médico, RH, serviço social, marketing ou até cria-se uma área especifica de qualidade de vida. Independente de qual área é responsável, é importante aproveitar o know-how de áreas como T&D, segurança no trabalho, entre outras.

Solução: Criação e manutenção de um grupo permanente com representantes das diversas áreas de conhecimento da empresa, buscando ações mais integradas. Isso facilita a contratação de fornecedores, adaptação e alinhamento de estratégias, visão sistêmica nas ações (como por exemplo, treinamentos de vendas que abordem qualidade de vida ou gestão de stress).

Para concluir, é preciso lembrar que cada instituição possui suas características, ideais, valores e cultura. O que funciona bem para uma cultura, não necessariamente funciona bem em outra. Os assuntos que abordam o desenvolvimento de pessoas devem sempre ser acompanhados de muita reflexão para cumprir seu papel de forma consistente.
Autor: Carlos Legal


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