Tendências, arquitetura de interiores e reformas



Como a moda, a arquitetura de interiores segue tendências. As tendências para casa, porém, tem um leque mais abrangente de influências que não só o estilismo. A forma como sua casa é desenhada por dentro, muda com o passar do tempo influenciada por mudanças no comportamento da sociedade, mudança na conformação das famílias, surgimento de novos eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos, aparecimento de novas técnicas construtivas, de iluminação, novos materiais e também, por que não, influenciada pela moda e tendências comportamentais como, por exemplo, a novela das 20hs.

Os anos passam e, assim como nossas roupas, a casa também precisa sofrer adaptações para se encaixar melhor ao nosso atual estilo de vida. Embora aconteça, não é comum vermos uma pessoa desfilando por ai, hoje, com aquele lindo vestidinho que ela usava na adolescência. Se por sorte você ainda continuar com o mesmo “corpicho” que ostentava aos 15 anos, com certeza o que se usava naquela época não caberá nos dias de hoje.

Um apartamento da década de 70 tinha uma sala espaçosa, ampla e com um pé direito alto, os quartos eram geralmente dois, um para os pais e outro para as crianças. O banheiro era único e de uso coletivo e próximo a lavanderia existia um pequeno lavabo para a empregada. Imagine agora colocar uma família com pais e dois filhos adolescentes neste espaço de época: onde ficaria o ambiente isolado, com caixas de som em todas as paredes e a TV LCD do home theater do papai? E a bela hidromassagem e o closet da suíte da mamãe? E os anjinhos, topariam dividir o mesmo quarto?

Com os apartamentos recém construídos, a história também não fica muito diferente. Apesar das infinitas opções de plantas que são oferecidas pelos lançamentos imobiliários no ato da compra, é impossível prever os hábitos e necessidades da diversidade de pessoas que podem vir a ocupar o imóvel.

Os apartamentos são projetados para famílias, mas hoje, é possível prever essa conformação? Em uma metrópole como São Paulo, onde impera a diversidade, podem ocupar o mesmo espaço: um casal sem filhos, uma pessoa solteira, uma dupla de amigas, um casal com um bebê, uma senhora e um gato, um casal de dois homens, uma workaholic e uma samambaia… As variáveis são infinitas, e é impossível prever todas.

O desenho do espaço a ser habitado deve ser concebido como o cuidado de um vestido prét-à-porter. Deve-se elaborar um projeto sob medida levando em consideração cada hábito e necessidade dos futuros moradores. Os espaços internos devem ser constantemente renovados, readaptados e atualizados às necessidades dos moradores.

Muitas construtoras, percebendo esta necessidade de exclusividade do consumidor, têm desenvolvido projetos com lay-out livre, onde fica a cargo do proprietário definir qual a melhor conformação do espaço que irá habitar.

Mesmo para os apartamentos já construídos as adaptações também são possíveis. Com um bom projeto, é mais simples do que parece.

Agora, estando o apartamento perfeito para uso, com todos os espaços bem definidos e atendendo a todas as necessidades do proprietário, nunca mais será preciso fazer mudança alguma? De forma alguma.

Já entrou na casa da sua tia avó e sentiu um ar-pesado, de coisa parada no tempo, móveis com desing que parecem saídos de um filme de terror, que nunca foram trocados de lugar e deixaram até uma marca no chão, pintura amarelada, almofada de tecido cafona, iluminação de penumbra?

Sim, existem pessoas que ficam paradas no tempo! Se não quiser ir tão longe até sua tia avó, já entrou na casa de um amigo e teve a impressão de estar de volta à década de 80?

Não que seja preciso morar em um show room, onde cada seis meses mudam-se toda a decoração, cores, tecidos, iluminação, objetos, etc seguindo tendências ditadas na europa, também não é assim.

Morar em um espaço agradável, arejado, bem iluminado e com a sua cara (a de hoje), traz mais bem estar, qualidade de vida e conforto para qualquer pessoa. Mudar é preciso! Você muda, e o lugar que você mora deve te acompanhar, e se adaptar a você, e não o contrário.

Afinal, ninguém se sente confortável desfilando por ai com um vestidinho apertado, da década passada. Com a casa é a mesma coisa!

Arqta. Natália S. Ingraci – SIMM Projetos e Consultoria
http://www.arquiteturainteriores.com/
Autor: Diogo Moita


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