O Professor E O Ensino Público



O Professor e o Ensino Público.

Qualquer prática educacional que se estabeleça, deve priorizar a participação dos elementos nela envolvidos. Por isso,o professor deve estar em constante transformação em sua prática, acompanhando as mudanças na sociedade e na educação, vendo como se da, sua relação e dinamicidade com os alunos, pois o processo de ensino deve fazer com que os alunos,sejam formados de maneira crítica e reflexiva sobre sua condição no mundo.

O professor deve ter um compromisso essencial com o aprendizado do aluno para que este obtenha sucesso em suas atividades. Dessa maneira, o professor deve ter conhecimento não apenas da matéria que administra, mas, sua formação deve está pautada em um leque de conhecimentos quer sejam eles, sociais, políticos, econômicos, culturais, etc.

Para que a educação do indivíduo se constitua de maneira abrangente, é necessário que a didática que o professor utiliza seja compatível com a sua prática dentro da sala de aula. Uma vez que a educação é para Vasquez, (1977.p 207):

A teoria em si não transforma o mundo. Pode contribuir para sua transformação, mas para isso tem que sair de si mesma e, em primeiro lugar tem que ser assimilada pelos que vão ocasionar, com seus atos reais, efetivos, tal transformação. Entre a teoria e a atividade prática transformadora se insere um trabalho de educação das consciências, de organização dos meios materiais e planos concretos de ação; tudo isso como passagem indispensável para desenvolver ações reais, efetivas.

Assim, as transformações no processo ensino / aprendizagem devem ocorrer a partir da troca de relacionamento, e na busca de novos conhecimentos, para que haja a relação harmônica entre o professor e o aluno. A prática escolar é uma constante na vida do professor. No entanto, ele precisa ser flexível em seu modo de ensinar. Pois para educar alguém é preciso estar aprendendo todo o tempo, tendo a sensibilidade de saber quando algo não está dando certo. Então, o diálogo é de fundamental importância para que se adquira um aprendizado satisfatório, uma vez, que a pedagogia tradicional deixou de ser o foco principal da educação. Como diz Cury (1958-2003 p.55): "Educar é ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência de ideais". Dessa maneira, o professor que renega o relacionamento com seus alunos, esta enfadado a cair na mesmice e no descrédito. Ele apenas guardará para si o que sabe, não será capaz de entender, que o aluno é um ser que tem medo, receio, virtudes.

Hoje a sociedade precisa de profissionais bem qualificados e atualizados. Estes não devem fazer como alguns educadores que trazem tudo pronto para o aluno só assimilar. Essa prática não é mais tolerável devido aos avanços tecnológicos. O professor deve se reconstruir, criando no aluno um ser crítico, com um ideal, um objetivo ajudando a formar sua personalidade. Valorizando a luta pelo seu espaço na sociedade, derrubando barreiras e vencendo os obstáculos que a vida possa lhe proporcionar. Por isso, os problemas que possam ocorrer dentro do espaço escolar, devem ser tratados lá mesmo, sem expor o aluno ao ridículo, sem tratá-los com indiferença.

Essa preocupação deve fazer parte de todos os envolvidos neste processo. Uma vez que a escola deve estar formando cidadãos conscientes, e autônomos, capazes de acompanhar o desenvolvimento social e tecnológico existente em nosso meio.

A esse respeito, Paulo Freire em uma entrevista a TV Educativa do Rio de Janeiro em Março de 1997 falou sobre sua concepção de "escola cidadã":

"A Escola Cidadã é aquela que assume como centro de direitos e de deveres". O que caracteriza é a formação para a cidadania. A Escola Cidadã, então, é a escola que viabiliza a cidadania de quem está nela e de quem vem a ela. Ela não pode ser uma escola cidadã em si e para si. Ela é cidadã na medida mesma em que se exercita na construção da cidadania de quem usa o seu espaço. A Escola Cidadã é uma escola coerente com a liberdade.

É coerente com o seu discurso formador, libertador. É toda escola que, brigando para ser ela mesma, luta para que os educando - educadores também sejam eles mesmos. E como ninguém pode ser só, a Escola Cidadã é uma escola de comunidade,de companheirismo.É uma escola de produção comum do saber e da liberdade.É uma escola que vive a experiência tensa da democracia".

Essa citação de Freire enfatiza bem a escola que buscamos. É por esse foco que os governos deveriam estar voltados e trabalhando através de políticas públicas compatíveis com os anseios da sociedade. Sociedade essa, que busca uma boa educação, e uma vida econômica melhor. Capaz de incutir na cabeça do indivíduo que a educação é um direito de todos e como tal, deve ser de boa qualidade.

Então, a partir dessa perspectiva, a escola deve assumir o seu papel de formador crítico-construtivo da realidade. Dando uma resposta a sociedade, voltando-se para a capacitação de indivíduos politicamente formadores de opinião.

Uma nova educação então, que esteja voltada para um novo aluno capaz de fazer várias leituras de mundo. Sabendo que a escola não é o único espaço de aprendizado, por isso deve formar alunos transformadores de sua própria realidade. Trabalhando tanto a sua parte técnica, como humana e social. Com esse pensamento, a escola pública atua contraditoriamente aos interesses da população, pois não consegue oferecer um ensino de qualidade. Evidenciando que a participação democrática é quase inexistente nesse meio. Fazendo com que as desigualdades sociais reflitam os desinteresses dos governos em relação à educação de massa.

Por essa razão, é que a escola pública às vezes reflete os interesses elitistas. Porque está voltada como instrumento de controle social, não desempenhando então, o seu verdadeiro papel, que é o de dá um ensino de qualidade para aqueles que dela precisam.

Essas amarras esbarram então, no fracasso escolar aparente, recaindo na má qualidade de ensino, causando um descrédito em relação à escola publica. Isso só poderá ser mudado,quando se deixar de lado a idéia de que por ser público ,o ensino tem que ser de péssima qualidade.


Autor: Lucia Magalhaes


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