É Necessário Arborizar e Reflorestar!



Autor: Marçal Rogério Rizzo

Amigo leitor, vivemos um momento único, em que as evidencias das mudanças climáticas e seus efeitos sobre a vida humana começam a ganhar destaque. Essas mudanças já chegaram ao mundo real. Você já deve ter se deparado com dizeres que estejam relacionados diretamente às mudanças climáticas, como, por exemplo: que tempo louco é esse! Ora faz frio, ora faz calor! Em pleno inverno, o calor está terrível! Nem parece que estamos no verão, pois faz frio! Tais fatos fazem com que, no atual momento, tenhamos a sensação de fragilização da humanidade.

Em conversas informais com pessoas mais “vividas”, estas dizem que, antigamente, o tempo não era assim. Comentam que as estações do ano eram mais bem definidas. Há até aqueles que arriscam em afirmar que estamos caminhando para o fim dos tempos, afinal de contas, os desastres ambientais envolvendo pessoas são cada vez mais comuns e apocalípticos, pois as notícias logo chegam através da mídia e assusta a todos.

É, meus amigos, as dúvidas prevalecem e são inúmeras. Contudo, a única certeza que podemos ter é que, parte disso que estamos vivenciando, é o reflexo de nossas agressões ao meio ambiente. Muitas catástrofes são anunciadas com antecedência, já que, o meio ambiente sinaliza que algo está errado, mas o homem persiste desrespeitando. Como li em um dos artigos do consultor de empresas, Faustino Vicente, “a natureza não reclama dos maus tratos – vinga-se”.

Algumas perguntinhas incômodas podem ser feitas para refletirmos sobre a garantia da nossa própria existência: Por quantos séculos atravessamos desrespeitando a natureza? O que ainda pode ser feito para amenizar a crise ambiental?

Não estamos mais no tempo de ficar perguntando ou buscando culpados, mas sim, adotarmos medidas viáveis para baixar carbono. Aqui, como o próprio título do artigo diz, “é necessário arborizar e reflorestar!”. Afinal de contas, especialistas alegam que muito do que vem acontecendo com o clima tem ligação direta com a emissão de gases de efeito estufa e a diminuição do verde no Planeta Azul.

Entretanto, a procura da “verdade” é importante, mas não podemos ficar de “braços cruzados”. Os princípios da ética ambiental, não devem ser ignorados, sendo assim, podemos começar plantando nossa cota individual de verde, preferencialmente, de árvores nativas, mas, se acaso houver interesse por inserir uma árvore frutífera na natureza, será bem vinda.

Em segundo lugar, evitarmos o desmatamento, o corte e as podas mal feitas nas árvores urbanas, poderia ajudar a área ambiental. É comum vermos cidadãos substituindo as árvores que estão defronte de suas casas e comércios por coqueiros ornamentais, ou então deixando sem árvores para mostrar suas fachadas de concreto armado. Indo nesse sentido, as prefeituras também plantam coqueiros ao invés de árvores em locais públicos, ou mesmo não plantam nada. Muitos prefeitos, ainda, patinam na cultura do inviável, insustentável e, claro, no que lhes rendem mais votos e mais dinheiro nos seus bolsos. Plantar árvores custa pouco, então, não desperta interesse nos politiqueiros mal intencionados. Cabe pensar se custa pouco por que não fazem um projeto de arborização nas cidades?

Mais áreas verdes é sinônimo de qualidade de vida. Elas prestam um serviço ambiental incalculável. O sombreamento e a evapotranspiração promovem a absorção do calor e aumentam a umidade relativa do ar.

Portanto, cidadãos preocupados com a qualidade de vida devem pressionar o legislativo municipal e estadual em criar leis que viabilizassem a implantação de um maior percentual de áreas verdes no campo e na cidade.

Com relação ao poder executivo, é preciso um choque de gestão nas políticas públicas, ligando-as ao meio ambiente, em especial, nesse caso, as áreas verdes. Deve também fomentar a produção de mudas e desenvolver uma forma subsidiada de doação das mesmas. As parcerias e convênios funcionam muito bem nessa área, mas vale afirmar que, sem as devidas mudas não haverá o reflorestamento.

Proteger e recuperar o meio ambiente são ações essenciais para a busca da sustentabilidade. A recuperação pode ser iniciada pelas áreas degradadas, pelas áreas de matas ciliares e nascentes, assim, estaremos reflorestando e protegendo os mananciais hídricos por meio da cobertura vegetal.

Além disso, é preciso interligar as matas remanescentes através dos corredores ecológicos. Assim, haverá a garantia de mobilidade à fauna e diversidade à flora.

Reflorestar é um projeto a médio e longo prazos e, para que isso ocorra, é necessário envolver toda comunidade, prefeituras, empresas, pequenos, médios e grandes proprietários rurais. A educação ambiental também é parte integrante nessa tarefa. Essa nova geração deve ver o verde com outros olhos, querendo sempre ter as árvores na “vertical” e não na “horizontal”. Estamos indo para uma nova era, a era das árvores de pé e não derrubadas.

É necessário estabelecer uma nova cultura ao homem, já que ele é parte do meio ambiente e não o centro dele que sempre pensou e agiu.

Anos atrás presenciei um projeto de plantio de ipês em uma das marginais da Rodovia Euclides da Cunha na cidade de Jales (SP). Dia desses, caminhando por lá, vi os ipês viçosos, bonitos e grandes, e logo estarão dando flores e mais sementes. Estes ipês, em breve, estarão embelezando a entrada principal daquela cidade.

Quem teve a iniciativa de plantar aquelas árvores tem a grata satisfação de vê-las crescendo dia após dia e logo dando flores, sementes e sombra. As cifras em real (R$) para plantar aquelas árvores foram pequenas, creio que custou quase nada. Melhor dizendo, custou apenas a força de vontade cidadã de algumas pessoas e a vontade política dos políticos e assessores que recebem seus salários provenientes do nosso sagrado imposto para garantir nesse caso a minimização do que já foi deteriorado por séculos.

Então, chega de pessimismo, mas a crítica realista é necessária. Precisamos de determinação, fôlego e capacidade para realizar projetos que amenizem os problemas ambientais, assim, reveremos essa grave situação.

Finalizando, deixo o recado final, que se resume em duas palavras: PLANTE ÁRVORES!
Autor: Marçal Rogério Rizzo


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