Fundos multimercados rendem 80% em três anos
16 DE JANEIRO DE 2006
Queda dos juros e manutenção da alta das ações deve favorecer essas carteiras em 2006
Nos últimos três anos, aplicar em fundos multimercados brasileiros valeu a pena: segundo estudo da consultoria RiskOffice*, os ganhos superaram os do CDI e, embora menores do que o do Ibovespa (carteira teórica com as 57 ações mais negociadas da bolsa paulista), a relação entre o risco e o retorno dessas carteiras foi melhor.
Como esses fundos aplicam tanto em ativos de renda fixa quanto em renda variável, os gestores acreditam que a queda dos juros e a manutenção da tendência de alta para as ações devem ajudar a multiplicar seus ganhos neste ano. Segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), o patrimônio dos fundos mistos estava em R$ 17 bilhões em novembro último.
Para acompanhar a rentabilidade dos fundos multimercados, a consultoria construiu duas carteiras teóricas — IFM (índice de fundos multimercados) e IFM-NR (índice de multimercados "não-replicável", porque inclui carteiras fechadas). O primeiro, que pode ser "copiado" por um investidor (aplicando um pouco em cada um dos fundos), rendeu 76,99% desde 2003, e o segundo, 81,41% no mesmo período. O CDI acumulou 70,23% e o Ibovespa, 189,25%.
Apesar do ganho mais alto, o índice de Sharpe (o mais usado para medir a relação entre o ganho e o risco de uma aplicação) é 50% maior nesses fundos do que o do Ibovespa: para o IFM, ficou em 1,51% e para o IFM-NR, em 1,67%; o do Ibovespa ficou em 1,11%.
Para Guilherme Benites, consultor da RiskOffice, os multimercados só não tiveram desempenho melhor porque, com os juros desse tamanho, fica difícil superá-los. Para ele, contudo, a longo prazo, as carteiras tendem a ganhar mais espaço. Nos Estados Unidos, diz, o rendimento desse tipo de fundo é completamente descolado da taxa básica de juros.
Benites explica que para compor a carteira teórica dos índices, o fundo só pode ter até R$ 1 bilhão de patrimônio — no caso do IFM, o total é de R$ 6 bilhões e no do IFM-NR, de R$ 10 bilhões. "Com isso, cobrimos 75% do patrimônio do segmento", diz. Além disso, excluem fundos com volatilidade abaixo da média e FACs.
*A Risk Office é dirigida pelo consultor de investimentos Marcelo Rabbat, um dos maiores especialistas em risco de mercado e de crédito do Brasil.
Autor: Assessoria de Imprensa Web
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