Trabalho: muito mais do que ganhar dinheiro



O trabalho remunerado é o tipo de trabalho que predomina em nossa sociedade. Sim, existe o trabalho voluntário, que não envolve um pagamento (ou, às vezes, implica pagamento simbólico), e o estágio, muitas vezes também não remunerado, só que a maior parte das pessoas que trabalha recebe dinheiro por isso.

Mas trabalha-se só para ganhar dinheiro para viver? Se a resposta for sim, é uma pena. O trabalho é (ou deveria ser) mais do que isso; deve(deveria) ser, sim, uma forma de a pessoa empregar seus conhecimentos, capacidade, para um fim útil, conquistando satisfação pessoal por fazer o que gosta, por aprender um pouco mais a cada dia, por contribuir positivamente para a sociedade e sentir-se produtiva, participando da economia e da construção social, além de conquistar seu retorno financeiro.

Infelizmente, o que vemos por aí é um monte de gente trabalhando no que não gosta, sem nenhuma satisfação pessoal, sem aprender nada de novo nem se sentir útil numa escala social, trabalhando apenas para obter sua renda. Uma atividade assim é algo muito pesado de levar. É o trabalho só por obrigação, sem prazer nenhum, como se fosse um castigo.

Aliás, a associação trabalho-castigo é comum em nossa cultura, assim como a ideia de "trabalho sujo", trabalho de segunda categoria. Ora, cada trabalho tem sua importância, por mais simples que pareça. Portanto, desvalorizar um tipo de trabalho é algo que precisa ser repensado.

Eu mesmo, quando criança, ouvia a seguinte frase: "Se você não for bem na escola, vou te tirar de lá e te pôr pra trabalhar!". E olhem que eu ia bem na escola! Durante muito tempo tive essa noção de que trabalho=castigo. Protelei por algum tempo minha entrada no mercado de trabalho, tinha medo de trabalhar, achava que seria uma desonra, um castigo da vida. Depois, já trabalhando, me sentia como que punido, pelas condições, exigências, salários ruins, não me sentia envolvido com o dia a dia do serviço, não gostava do que fazia, não via a hora de chegar o fim de semana, segunda-feira era a morte... É, estava sendo castigado, mesmo. Por responsabilidade minha, diga-se de passagem. O importante foi perceber o mecanismo da coisa e como sair disso, para hoje não viver mais o trabalho como algo pesado, mera obrigação.

Alguns pontos para reflexão, importantes para melhorar a relação com o trabalho:
1 - Você realmente quer trabalhar? Nem sempre precisar é igual a querer, lá no íntimo. Se falta vontade para trabalhar, mesmo que necessite por razões financeiras claras, investigue dentro de si que conceitos tem sobre o trabalho: castigo, exploração, perda de tempo? Procure ver o lado bom dele: exercitar sua capacidade, crescer como pessoa, ganhar dinheiro, aprender...
2 - Você trabalha no que gosta? Sim, porque trabalhar numa coisa que acha chata, desagradável, monótona ou que vá contra seus princípios derruba qualquer alto astral. Que tal procurar saber o que realmente aprecia e tentar trabalhar nessa área, ou o mais próximo possível disso?
3 - Você respeita seu trabalho, sente-se produzindo, tem noção de que sua atividade faz parte de um universo maior, que, porém, estaria desfalcado sem o que você faz? Entende e conscientiza a importância de seu trabalho numa escala maior ou o enxerga como uma atividade isolada, sem sentido?
4 - É respeitado em seu trabalho, reconhecido? Já escrevi sobre isso, mas é bom relembrar: se as condições, horários, equipe, salário são ruins, melhor tentar outro local, haverá um em que as coisas serão melhores, não encare o trabalho como algo ruim por causa de algum(ns) emprego(s) ruim(ns) que teve. Não desanime. Perfeição pode não existir, mas condições melhores, sim.
5 - Seu trabalho lhe acrescenta coisas positivas? Novas experiências, alegria, trocas em nível profissional, até mesmo pessoal? Sente-se minimamente seguro nele?
6 - Sente-se razoavelmente recompensado monetariamente pelo que faz, no caso de um trabalho remunerado? Caso não, isso pode influenciar muito em sua relação com o trabalho, pode sentir-se por baixo, até ter a autoestima abalada. É caso de procurar novas opções.

Os itens acima não são uma receita para a felicidade no trabalho, mas podem ser um ponto de partida para uma avaliação sincera do que tem vivido em seu lado profissional. Outros aspectos surgirão enquanto for pensando nisso, e com certeza terá condições de entender melhor por que tem ou não uma boa relação com o trabalho, que lhe traz satisfação e alegria ou sensação de peso e desânimo.

Como se diz popularmente, o trabalho enobrece o homem. Mas não o trabalho-obrigação, o trabalho-peso. Esse tipo vai esgotando o homem aos poucos. O trabalho que enobrece é aquele que traz, além de dinheiro, satisfação, a certeza de estar sendo produtivo, segurança, vontade de aprender mais, trocar conhecimentos. Estar num ou noutro tipo depende muito de nossas escolhas pessoais. Tendo ciência de alguns fatores, como os listados acima, para começar, procuremos fazer as melhores escolhas possíveis. Ganharemos em qualidade de vida.
Autor: Marcus Facciollo


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