Baixo volume de crédito emperra o crescimento da indústria



EXPORTNEWS
30 DE JUNHO DE 2006

A escassez e o elevado custo do crédito estão entre os principais entraves aos novos investimentos e ao crescimento da economia brasileira. Encontrar caminhos para resolver o problema faz parte da agenda do setor produtivo, a ser encaminhada aos candidatos à Presidência da República na eleição de outubro. Junto com a questão do crédito, a excessiva burocracia dificulta e reduz a competitividade das empresas. Os temas mobilizaram grande parte dos debates no Encontro Nacional da Indústria, que reúne mais de mil empresários, representantes de sindicatos e associações industriais de todo país. O evento, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizado, no Hotel Blue Tree, e Brasília.

O volume de crédito no Brasil está estacionado há uma década e situa-se na faixa de 30% do Produto Interno Bruto (PIB), o que é irrisório do ponto de vista internacional. Além disso, só as maiores empresas têm acesso a condições melhores de financiamento. E, mesmo assim, os juros estão longe de estimular os empresários a optar por empréstimos para financiar a modernização de suas companhias.

A dificuldade é estrutural e, para ser resolvida, depende de ajuste sério na política macroeconômica. "Há um desequilíbrio enorme do setor público, que financia o crescimento das despesas com aumento de carga tributária", afirma Carlos Rocca, consultor da RiskOffice*, que participou do debate sobre financiamento e acesso ao crédito. Ele ressalta que sem a redução dos gastos públicos, os impostos não cairão de forma significativa.

Por outro lado, a elevada carga de tributos cria outro problema adicional: empurra muitas empresas para o mercado informal. No Brasil, 40% do PIB está na informalidade, enquanto nos Estados Unidos apenas 9% das empresas estão nesta condição. "Isso encarece o crédito e torna difícil o combate à inadimplência", acrescenta Rocca.

Além de ações urgentes para a contenção dos gastos do estado, redução da taxa básica de juros (Selic) e do spread bancário, os empresários esperam do novo governo a construção de condições para projetos que usem o formato das Parcerias Público-Privadas (PPPs). No entanto, antes de se pensar em financiamento por meio das PPPs é necessário que o próximo governo e o Congresso criem marcos regulatórios estáveis, que protejam os novos contratos.

No que se refere à desburocratização, o desafio também é enorme. "É preciso transformar a desburocratização uma prioridade de governo", afirma Sérgio Rogério de Castro, da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) e membro do Conselho de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da CNI. Entre as principais prioridades do Executivo, a ser empossado em janeiro próximo, deve estar a força-tarefa no sentido de um novo Programa Nacional de Desburocratização. Outra medida essencial é o aperfeiçoamento e aprovação pelo Congresso da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.

Fonte: Agência CNI

A RiskOffice é dirigida também por Marcelo Rabbat, consultor de investimentos especializado em risco de crédito e de mercado
Autor: Assessoria de Imprensa Web


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