Gestão Estratégica de Produtos



Recentemente os Estúdios Maurício de Souza lançaram os personagens da Turma da Mônica em idade adolescente, apresentando os conflitos e os problemas inerentes à juventude. Desta forma, Maurício de Souza atinge um novo perfil de leitor, composto pelos adolescentes que não tinham o hábito de ler as histórias da Turma da Mônica e também os leitores antigos que deixaram de ler as histórias após passarem da fase da infância.

Essa estratégia é conhecida na Administração de Empresas como Diversificação de Produtos, onde um mesmo produto é lançado várias vezes no mercado com séries de modificações e novos acessórios e tecnologias, como é o exemplo da indústria automobilística, onde um veículo já existente é modificado e relançado. Em alguns casos, poderia ser lançado outro veículo com novo nome, mas por uma estratégia mercadológica, é lançado um carro completamente diferente com o nome de um veículo já conhecido pelo público.

Isso ocorre porque todo o produto possui uma vida útil, sendo necessário utilizar essa estratégia para manter o produto por mais tempo no mercado e maximizar as vendas. Para isso é necessário entender como funciona o Ciclo de Vida do Produto e suas fases:
Introdução: momento em que o produto é lançado no mercado com aceitação inicial conservadora e vendas esporádicas;
Crescimento: etapa em que as vendas aumentam vertiginosamente com grande aceitação pelo mercado que passa a perceber os valores agregados do produto;
Maturidade: fase em que as vendas se estabilizam com a aceitação de novos adotantes do produto, sem, contudo, haver aumento nas vendas;
Declínio: momento em que as vendas caem com apenas a adoção de compradores mais conservadores que ainda não haviam adquirido o produto.
Desta forma, um produto possui uma vida com fases distintas, compreendidas entre seu nascimento (introdução) até a sua morte (declínio), e a estratégia para manter este produto no mercado baseia-se em sua diversificação, que precisa ser pensada a partir da fase de maturidade, onde as vendas se estabilizam e se pode prever que na etapa seguinte se iniciará o seu declínio.

Muitos produtos retornam depois de décadas, como é o caso das calças boca-de-sino, muito comuns nos anos 70, que retornaram na década de 90, e do tênis Bamba, lançado nos anos 60, fez grande sucesso até o início dos anos 90, quando seu ciclo de vida terminou com o lançamento de novos calçados com novas tecnologias e surgimento de consumidores mais exigentes, retornando, porém, em 2003 com novo design e novo visual.

Com a diversificação, as empresas desenvolvem uma linha com diferentes itens para o mesmo produto como, por exemplo, um biscoito com sabores diferentes, ou um achocolatado em pó com quantidades de vitaminas específicas para alguma atividade física.

Através da estratégia de Ampliação, a marca pode ser estendida com o desenvolvimento de diferentes linhas de produtos, como biscoito, leite, cereais etc., sem limitações de um único tipo de produto, aumentando as possibilidades de vendas da marca.

Além disso, uma marca pode ser ampliada para atingir públicos-alvos cada vez mais distintos, permitindo uma segmentação de mercado mais abrangente, envolvendo mais classes sociais, mais faixas etárias, mais padrões de compra etc., aumentando seu Market Share. É por isso que uma mesma montadora de automóveis comercializa veículos (itens) com diferentes potências de motor, diferentes acessórios, presença ou não de ar condicionado, MP3 Player, vidro e trava elétricos etc., além de diferentes modelos (linhas) de veículos, que variam desde os mais simples carros de passeio até os luxuosos executivos, atendendo aos mais diferentes tipos de clientes.

Isso quer dizer que a ampliação pode ser para cima, para atender um público-alvo de maior poder aquisitivo e mais exigente com alguns valores agregados, ou para baixo, para atender um público-alvo com menor poder de compra que busca um preço menor em seus produtos, sem se preocupar tanto com certos atributos.

As grandes companhias que atuam no segmento de bebidas também desenvolvem estratégias de marketing com forte base na diversificação dos seus produtos, como é o caso da “The Coca-Cola Company”, que comercializa, além da Coca-Cola, outros refrigerantes que atendem clientes de perfis diferentes. É por isso que a Coca-Cola permanece há tanto tempo no mercado, pois a companhia se preocupa em sempre diversificar os produtos como, por exemplo, a Coca-Cola Diet, Light, Zero, Light Lemon, além de diferentes embalagens como garrafa de 1 litro, de 1,5 litros, 2 litros, lata, 600 ml etc. As redes de fast-food, como o McDonald’s, também diversificam bastante os seus produtos, com diferentes lanches e acompanhamentos como as batatas-fritas.

O fenômeno da globalização também permite uma permanência maior do produto no mercado, pois as empresas podem comercializar seus produtos em países com alto grau de desenvolvimento tecnológico e, quando se iniciar sua fase de declínio, introduzi-lo em países com tecnologia menos avançada, onde o produto se torna uma novidade.

Desta forma, a estratégia de Maurício de Souza se revela como um grande exemplo a ser seguido pelas organizações, pois diversificar o produto significa prolongar o seu ciclo de vida no mercado e atingir clientes com diferentes tipos de perfis e padrões de compra variados, potencializando as vendas e, conseqüentemente, gerando impactos positivos sobre a lucratividade da empresa.
Autor: Michael Jullier Gama Alves


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