Fundações aumentam a compra de título privado



VALOR ECONOMICO FINANCAS RISKOFFICE
14 DE AGOSTO DE 2006

Fundos de pensão: busca por ganho maior reduz fatia de papeis públicos

Os fundos de pensão aumentaram este ano a compra de papéis privados e reduziram as aquisições dos títulos públicos. A participação de papeis como debêntures e recebíveis nas carteiras dos fundos subiu de 16,4% para 20%, comparando o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2005. Já a fatia dos títulos do governo caiu de 70,4% para 67%, mostra um estudo da RiskOffice*, que avaliou 120 fundos de pensão.

O movimento é influenciado pela queda dos juros básicos, que reduz os ganhos dos títulos públicos, como a LFT. "Já há mais demanda que oferta por fundos de recebíveis", diz Fernando Lovisotto, da RiskOffice. Das 120 fundações analisadas, cerca de 70 tem cotas destes fundos. Os FIDCs já captaram R$ 5,7 bilhões este ano. As debêntures, R$ 44 bilhões.

A tendência, apontada pelo estudo e pelos gestores dos fundos ouvidos pelo Valor, é que esse movimento se intensifique a medida que os juros básicos caiam ainda mais. "O mercado vai buscar alternativas ao juro menor", diz Jorge Simino, diretor da Fundação Cesp, maior fundo privado do país, com carteira de mais de R$ 11 bilhões. A Funcesp esta analisando a criação de uma estrutura para operar com os FIDCs. "É um mercado mais complexo, que requer maior análise antes da aplicação", disse.

Na Eletros, o fundo de pensão dos funcionários da Eletrobrás, recebíveis e debêntures passaram a fazer parte da carteira, embora ainda em participação pequena. Jair Ribeiro, gerente de risco da fundação, também vê a continuidade desta tendência, mas não vê mudanças bruscas. "A busca de pa­péis privados vai continuar, mas de forma gradual", afirma, destacando que ainda há títulos públicos pagando bons rendimentos.

O estudo da Riskoffice identificou que alguns fundos, na busca de maior ganho, estão comprando até papéis privados sem rating: o peso destes papéis passou de 0,76% para 1,5%; o de rating “BB”, subiu de 0,01% para 0,28%; e o "AAA", de 2,89% para 4,35%. Na Sabesprev, o fundo da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que já tem R$ 10,5 milhões em recebí­veis, as regras para aplicarem FIDC ficaram mais rígidas: a nota míni­ma subiu de "BB" para "A", conta seu presidente. Jose Sylvio Xavier.

* A RiskOffice é dirigida também por Marcelo Rabbat, consultor de investimentos especializado em risco de crédito e de mercado
Autor: Assessoria de Imprensa Web


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