Fundos precisam de mais...



GAZETA MERCANTIL RISKOFFICE
04 DE JULHO DE 2007

Com a queda dos juros, entidades fechadas de previdência têm de rever estratégias

O sócio da consultoria RiskOffice*, Fernando Lovisotto, reforça que a queda dos rendimentos dos títulos públicos mostra que o cenário de dezembro de 2006, quando os fundos de pensão definiram suas alocações com base na estratégia de casamento de ativos e passivos, conhecida como Asset Liability Management (ALM), não vale mais hoje. "As fundações têm de rever suas alocações já", afirma. "Esperar a Bolsa atingir 60 mil pontos pode ser tarde demais."

Entre as alternativas de investimento com maior potencial de alta no longo prazo, além da Bolsa, Lovisotto destaca títulos de crédito privado, como fundos de recebíveis (FIDC) e Certificados de Cré­dito Bancário (CCB), multimercados mais agressivos e ainda fundos de private equity.

Hoje, do patrimônio aplicado em renda fixa (cerca de 80%), a carteira de crédito privado representa 20%: debêntures e os Certificados de Depósito Ban­cário (CDB) são a maior fatia, com 41% e 36%, respectivamente. Fundos de recebíveis são 12% do total; CCB, 3%; CRI, 1%, entre outros.

A flexibilização da Resolução 3121, que trata das regras de investimento dos fundos de pensão, pode ajudar as entida­des na estratégia de busca por ativos mais arriscados. Para o analista, as mudanças não vão causar tanto impacto quanto a queda dos juros, mas as fundações devem aproveitar a liberação para aplicar até 3% em multimercados mais arrojados, que operam com alavancagem, day-trade, aluguel de ações, assim como aumentar a parcela em crédito privado, como os fundos de recebíveis, cujo limite para investir dobrou.

Segundo o relatório, 98% dos planos de beneficio defini­do bateram sua meta atuarial em maio e no acumulado do ano, influenciados pelo desempenho da Bolsa. No caso dos planos de contribuição variável, todos alcançaram a meta no mês; no ano, 12% não atingiram a meta. Entre os planos de contribuição definida, em maio, 74% superaram seu ben­chmark na renda fixa e 40% na renda variável; no ano, o percentual é de 85% e 48%, respectivamente. Lovisotto ressalta que as fundações já começaram a se mexer. No caso dos planos de beneficio definido, a grande maioria já está estudando rever suas metas atuariais. Nos planos de contribuição de­finida, a alternativa é criar diferentes perfis de investimento.

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*A RiskOffice é dirigida também por Marcelo Rabbat, consultor em economia especializado e gestão de riscos. Rabbat também é sócio da PR&A.
Autor: Assessoria de Imprensa Web


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