Liquidação



 

 

Conforme o dicionário, liquidação é venda de mercadorias a preços abaixo do normal para renovação dos estoques ou extinção do negócio. Entretanto, nesta época do ano, muitas lojas promovem uma queima total dos estoques, fazendo as liquidações do final do verão.

 

De um lado presumo que a venda nos meses que antecedem esta liquidação não aconteceu como devia, ou seja, houve pouca procura pelos clientes ou os compradores exageraram em suas compras, exagerando as metas de venda.

 

Escrevi o texto “Vacas Magras” no qual tento explicar o mito sobre a baixa venda que nos meses de janeiro e fevereiro acontece em alguns setores; agora, o “Liquidação”, vem somar ao texto anterior e fica a minha indignação, como consumidor, sobre as supostas liquidações que acontecem em fevereiro.

 

Se os administradores não exagerassem nas margens de lucro que colocam nos produtos que vendem e se os impostos incidentes sobre os produtos fossem menores, acabando com a famosa sonegação existente no Brasil (quanto maior o percentual de imposto, maior é a sonegação), seria preciso fazer liquidação?

 

Haveria somente liquidação dos produtos que estavam nas vitrines, os quais estão com pequenos arranhões e desbotados pela incidência da luz; já com os demais, a venda seria constante e agora sim poderíamos fazer uma liquidação, desde que o desconto oferecido seja real e não como muitos fazem, aumentando o preço das mercadorias e concedendo descontos exorbitantes que chegam até 70% sobre o preço da etiqueta (utopia).

 

Se os consumidores fossem atentos com os cenários, jamais pagariam preços elevados; bastaria comprar produtos que são produzidos em suas épocas (sazonalidade), não querer ser os primeiros nos lançamentos e não exagerarem nas quantidades (não temos mais uma inflação galopante) porque os preços se mantêm num patamar aceitável.

 

Sempre haverá àqueles que fogem do acima, mas felizmente não é a maioria, apesar de que o público-alvo das classes B e C são os que menos pedem desconto, enquanto os da A e B, mesmo podendo bancar os preços oferecidos, são os que mais pechincham. Se eles, com o poder de compra que possuem agem desta forma, por que os demais não os imitam? No momento em que os comerciantes se sentirem acuados, com certeza que os preços mudariam. Diminui a procura, baixa o preço.

 

Continuando com a atenção que deve ser dada aos preços dos produtos, basta fazermos um acompanhamento dos mesmos, nos meses que antecedem as liquidações, que poderemos comprovar se estas liquidações são mesmo liquidações ou mais um embuste comercial. Eu mesmo já fiz e constatei que algumas lojas da minha cidade lançam um chamariz, ao passo que os demais produtos têm seus preços aumentando para – digamos assim – suportar o elevado desconto oferecido.

 

Quem é vendedor sabe que quando um produto está com um grande desconto é porque o produto não presta, não tem em estoque suficiente para a demanda ou que ele está sendo usado como “boi de piranha”: o primeiro boi atravessa o rio infestado de piranha, atraindo às mesmas e mais abaixo, a boiada cruza o rio tranquilamente. Tudo tem um custo e despesas são geradas e grandes descontos contrariam a formatação dos preços de venda, trazendo prejuízo ao empresário, por outro lado.

 

Oscar Schild, vendedor, gerente de vendas e escritor.

http://www.grandesvendedores.com.br.


Autor: Oscar Marques Schild


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